Hail!*
E chega a
nossa Sexta-Feira em honra à Mardoll (Freyja) e suas runas!
Como
prometido, vou começar a explanação do que são runas sob a ótica histórica (registros, teorias e arqueologia) e a visão mitológica (Aesir e Wanen). Estas
últimas ainda tem subdivisões bastante interessantes que iremos explorar ao
longo do tempo.
RUNAS E A HISTÓRIA
Dentro do
imaginário popular, se pensarmos rapidamente na origem de instrumentos ligados
à magia e ao paganismo, principalmente os envoltos de mistérios (como Runas e
Tarot) temos a tendência de deixar a fantasia vagar e pouco nos fixamos nos
fatos.
Assumo que
para mim, descobrir que as runas tem registros válidos em tempos mais recentes
do que eu previa foi um baque num chão raso. Em minha concepção, a história e os
mitos se mesclavam em dado ponto em certa época. Tive por base teorias exotéricas
que tentavam comprovar a veracidade de mitos, e nisso me perdi. Caindo em
eloqüência somente posteriormente, com um estudo superficial e compreensão mais
ampla sobre o assunto.
Runas, como
as conhecemos hoje, para chegarem a este ponto sofreram grandes e diversas
mudanças durante os anos em que se disseminaram pela Europa. Como já citado, em
vários pontos distintos do continente foram encontrados registros e artefatos
que comprovam a utilização dos talismãs e do alfabeto rúnico gravados em rochas.
Ainda com todo este material, não se pode precisar em que época se deu a
origem real dos grifos. O período mais convincente é o que se situa próximo ao
ano 1300 AEC. Com esta falta de registros mais sólidos, os historiadores,
pesquisadores e antropólogos tomam o rumo da especulação e com os rastros
encontrados parte-se então para a formulação das teorias.
1-
Teorias
Das quatro
mais conhecidas e divulgadas, duas já foram descartadas por não serem
compatíveis com outros achados arqueológicos e as datas não são convincentes.
São elas:
- Latina/Romana:
defende que o as runas foram originadas de uma adaptação do alfabeto latino. A
semelhança entre alguns símbolos e as letras é o que dá base à teoria. Contudo,
achados arqueológicos anteriores à data atribuída de quando teria ocorrido a
origem do alfabeto tornam a versão inválida.
- Grega:
posterior à romana, diz que os godos reformularam a escrita cursiva dos gregos
e exportaram esta nova escrita por certa região da Europa (Mar Negro – Escandinávia).
Vários achados na Rússia e Romênia comprovam a teoria, mas datas desencontradas
também dão invalidez à hipótese.
Essas duas
teorias formuladas nas últimas décadas de 1800 por mais que já descartadas,
ainda têm validade para alguns. Porém não são mais bem aceitas dentro das
vistas acadêmicas, por motivos óbvios.
As que tem
mais respaldo histórico e que tem uma certa lógica são as seguintes:
- Etrusca:
diz que as runas teriam surgido do alfabeto do povo etrusco que vivia ao norte
ibérico e que eles teriam difundido-as pelos povos teutônicos e posteriormente
pelo resto da Europa. Em favor desta teoria tem a descoberta de diversos artefatos
arqueológicos com símbolos semelhantes às runas gravados neles do século IV AEC,
além de outro oráculo inscrito em varetas com um sistema bastante semelhante ao
rúnico. Por mais que a semelhança de alguns símbolos seja indiscutível, o
alfabeto etrusco ainda não foi compreendido nem decifrado, logo não se pode
dizer que eles e as runas tem realmente uma ligação efetiva, apenas que houve
um ponto de encontro.
-
Hallristinger: (mais aceita pelos historiadores acadêmicos) tem como base a
semelhança das runas com as inscrições rupestres datadas em 1300-800 AEC (Idade
do Bronze e Ferro).
Estas
inscrições eram símbolos religiosos provavelmente ligados a um xamanismo
europeu primitivo. Os caracteres não deixam sobrar dúvidas de que estão ligados
a adoração ao Sol e ao Sagrado Feminino, além de ter a presença da famosa
suástica, símbolo de fertilidade e que remete a fenômenos climáticos e
astrológicos. Sobre o alfabeto Hallristinger pode-se deduzir que assim como as
runas eles eram um sistema simbólico para expressar a sabedoria e os mistérios sagrados.
Segundo a
teoria, as runas teriam sido resultado de uma modificação causada pelas várias
gerações e transmigrações destes antigos símbolos rupestres estacionado entre
os etruscos e os teutônicos onde conseguiram uma identidade própria e se
tornaram uma linguagem escrita – ainda mantendo toda a simbologia sagrada.
Sob a ótica
histórica, particularmente sou seguidor da última teoria. Fazendo uma revisão
antropológica, a ligação entre as runas, seus portadores e usuários e o
alfabeto que as originou tem uma linearidade mais convincente e provável.
Ainda
podemos encontrar mais duas visões bastante difundidas. Classificadas como
esotéricas, estas teorias nos remetem a compreensão de um outro mistério
mundial. São representadas por dois grandiosos e bastante reconhecidos
pesquisadores e runólogos: Guido Von List e Friedrich Berhnard Marby.
As
correntes esotéricas afirmam que as runas sejam códigos cósmicos que teriam
sido herdados de uma cultura antediluviana de povos evoluídos que habitavam terra
lendárias.
List
defende que as runas teriam sido trazidas por sua concepção do que foram os
arianos. Já Marby aponta que as runas
vieram de Thule que afundou no Mar Norte há milênios atrás.
Continua...
Continua...
* Nota: uma correção deve ser feita em relação ao meu primeiro texto em
que usei “Heil”. Escrevi a fonética ao invés da palavra correta. No mais,
“Hail” é uma saudação em alemão.
Bibliografia consultada:- FAUR, Mirella. Mistérios Nórdicos: deuses, runas, magias, rituais. Ed. Pensamento, 2007- Runemal (www.runemal.com)- MonteMor (www.marquesdemontemor.blogspot.com.br)
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