terça-feira, 29 de maio de 2012

Filosofia Oculta: Parte 5: transmutação, O Demiurgo

(Parte 5: transmutação, O Demiurgo)


Lord Vincus: Para se bem entender acerca das transformações, necessito ser mais claro sobre o demiurgo e seu fim, pois tudo aquilo que é possui um fim. A princípio é necessário dizer que o fim de tudo é  seguir o ser primeiro ao passo que o fim do ser primeiro é gerar e como motor promover o movimento.


Orodreth: Então poderá haver outros motores imóveis?


Lord Vincus: Óbvio que não, pois somos, todos os seres engendrados, diferentes de Deus. Ora, somos pensamento e Deus é a mente. Tendemos sempre à origem mas, como seres criados, iremos sempre nos corromper, nos transformar.


Orodreth: Seja mais claro.


Lord Vincus: Deus é o ser primeiro, o Demiurgo é o segundo e inferior a Deus, o ser humano é inferior ao Demiurgo, os animais ao ser humano e por aí se segue. Deus como ser perfeito é Bom, o Demiurgo como vem em segundo não é perfeito e logo não bom, ao passo que o ser humano é ainda, nesse sentido, duas vezes não bom.


E para poder crescer e seguir sua natureza (ir em direção ao ser primeiro) precisa ser sempre purificado, e é essa purificação que os tolos chamam de morte. [...]


O Demiurgo, por ser movido, sofre alterações. Abaixo dele vive os astros que também sofrem e promovem alterações. Nos astros planetários existem os daemons que cuidam dos homens comuns e os elementais que promovem as alterações na natureza, todos esses sob o demiurgo.


Eis que esses elementais e esses daemons são chamados deuses, mas não são perfeitos, e é impiedade chama-los assim.
[...]


Todos os seres, com efeito, podem e devem promover alterações, pois o superior sempre cuida do inferior, Deus cuida do Demiurgo, O Demiurgo dos astros, os astros dos entes supra sensíveis, os entes supra sensíveis dos homens e dos elementos, o homens dos animais, os animais de seus inferiores.


Orodreth: Estou confuso, como se dá esse cuidado, os homens realmente cuidam dos animais e do meio, como você afirma que fazem?

Lord Vincus: A grande maioria, os impiedosos, almas recém incorporadas em homens, acostumadas as bestas e de baixo intelecto não o fazem, pois ainda não acostumaram-se ao novo oficio, ou se renderam as paixões. [...] Ao passo que esse problema não afeta somente os homens, mas os daemons e elementais, que podem negar seu oficio, fazê-lo mau ou pior, atentar contra o que deveriam cuidar. Pois muito pouco difere o homem comum daqueles chamados deuses.[...]
Um antigo sábio diria que os homens são deuses mortais e os deuses homens imortais. Sabemos que na verdade ambos são imortais, o que os difere de fato, o tempo que levam para serem transformados.


Mas todos estão fadados à falsa morte, os homens piedosos são transformados em daemons, os impiedosos são transformados em homens novamente ou podem regressar até as bestas primitivas, a depender do nível de purificação que lhe seja necessário.


Orodreth: E o que pode levar o homem a tão terrível fim?


Lord Vincus: As paixões contam muito, como a glutonaria, mas o que realmente é perigoso aos homens, nos mais diversos níveis, e o não cumprimento do oficio.


Orodreth: Explique melhor tal oficio.


Lord Vincus: O oficio do homem e de qualquer outro ser é a felicidade, e esta no homem está ligada ao intelecto, no conhecimento dos seres, pois conhecendo aquilo que foi criado, pode-se aproximar-se do criador. Primeiro olhamos o que nos é passivo ou semelhante, até subirmos o posto, e olharmos de um ponto de vista melhor, aquilo que já fomos. Assim fazem os “deuses”.


Orodreth: Então o que diz, é que se eu viver pleno de minha própria natureza, buscar sempre minha felicidade, estarei consequentemente cumprindo meu oficio e sendo feliz?


Lord Vincus: Grosso modo você está certo.


Orodreth: Instrua-me sobre a natureza do homem.


continua...

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