sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A semente sagrada: fluidos sacros na Magia Sexual



As práticas sexuais usadas com propósitos mágicos, místicos ou espirituais são relacionadas às várias formas de Magia Sexual. Quando o estudo avança o aprendiz começa a reconhecer seus fluidos sexuais como algo sagrado e desenvolve uma intimidade maior com seu corpo material, reverberando no corpo espiritual. 

energia sexual é uma das mais poderosas do Universo. Tentar controlá-la não é tarefa fácil. Precisamos escolher entre nossa consciência animalesca e nossa consciência espiritual. Quando os hormônios masculino e feminino estão no auge, a sexualidade ocupa um papel destacado na maioria das pessoas, que procuram parceiros em potencial, sem considerar a possibilidade de uma relação de cunho espiritual. 

Em toda relação sexual, existe troca de fluídos entre os parceiros.  Cria-se um vínculo espiritual entre os parceiros que não pode ser rompido, a não ser por um processo de purificação. Se não dominamos nossos impulsos sexuais, poderemos ser envolvidos pelas amarras cármicas, por onde continuam fluir sentimentos entre as pessoas conectadas.
De acordo com a magia sexual tradicional e moderna, os fluidos sexuais do macho e da fêmea contém nutrientes tanto físicos quanto parafísicos, sendo usados portanto numa forma sagrada. Segundo Aleister Crowley em seu livro "Magick in Theory & Practice", estes fluidos, quando combinados (hétero ou homossexual) formam uma substância conhecida como Amrita. Esta substância forma a base de muitos trabalhos mágikos, em alquimia sexual é conhecida como a "pedra filosofal" e é o foco central da maioria dos cultos tântricos hindus.

Além do conceito da Semente Sagrada e dos Fluidos Sacros é importante entender o poder mágiko posto em ação no rito sexual. Em todas as religiões antigas o ato do sexo era visto como um ato de poder e portanto considerado sagrado.  O sexo é um impulso criativo, um ato de poder. É uma extensão do conceito mágiko de Amor, nem sentimentalismo nem luxúria, mas um poder de 'atração entre partículas'. Dessa forma, você se tornará um gerador de Amor e Luz, a partir do momento da aceitação dessa consciência cósmica. Você emanará apenas amor e luz para quem se relacionar com você e isto será muito mais gratificante, pois serão relacionamentos de elevação divina de sua energia sexual.

No próximo encontro, espero esclarecer as dúvidas dos leitores. Com um esquema de perguntas e respostas! Até breve! Muito amor, bençãos e luz à todos! 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

VI Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

Acontece no dia 08 de setembro, às 11hs, no Rio de Janeiro, a sexta edição da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, organizada pela Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR). O evento que acontece todos os anos na praia de Copacabana, reúne pessoas de diversas vertentes religiosas e de diversos cantos do país para um manifesto pelos direitos de laicidade e diversidade, luta pelas minorias e de respeito entre as diversas formas de religiosidade.

As caminhadas em Defesa da Liberdade Religiosa começaram em 2008, quando um grupo de fiéis da Umbanda e Candomblé foram expulsos de uma comunidade na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, por traficantes convertidos a segmentos neopentecostais. A fim de chamar a atenção das autoridades ao fato, os religiosos foram para as escadarias da Alerj. Em seguida, por iniciativa do interlocutor da Comissão, babalawo Ivanir dos Santos, surgiu a ideia de se fazer uma caminhada pacífica, em que se mostraria para a sociedade o perigo de uma religião se sobrepor. “Vivemos em um Estado laico. Não se pode admitir que uma crença ou religião se venha mostrar como a melhor e demonize as demais. Isso é fascismo”, diz Ivanir dos Santos.

A Sexta Caminhada ratifica os movimentos que, desde junho, vêm tomando as ruas do País, com a intenção de reivindicar direitos. No entanto, diz o babalawo, estão longe de qualquer tipo de ação violenta. “A Comissão vai às ruas há seis anos, e nunca nos manifestamos com qualquer ato de baderna ou vandalismo. A Intenção é chamar atenção da sociedade para a necessidade do respeito, dos direitos de todos e, claro, do amor ao próximo, pois e o princípio pregado por qualquer religião”.

O movimento, sem fins lucrativos, reúne representantes umbandistas, candomblecistas, espíritas, judeus, católicos, muçulmanos, malês, bahá’ís, evangélicos, hare Krishnas, budistas, ciganos, wiccanos (organizados pela União Wicca do Brasil), seguidores do Santo Daime, ateus e agnósticos. No ano passado, a caminhada reuniu cerca de 210 mil pessoas e, a expectativa deste ano é que esse número chegue a 300 mil.

Venha e participe dessa luta por um direito que deve ser de todos: o Respeito. Veja o vídeo promocional da caminhada. Mais informações: caminhadadaliberdadereligiosa@gmail.com


Fonte consultada:

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Filosofia Oculta: Complexo de épico


Há um mal assolando o mundo dos pseudointelectuais e também dos ocultistas. Um mal já a muito enunciado por aqueles que criticavam o eruditismo, onde o estudioso supervaloriza o conhecimento produzido no passado, como se de alguma forma a época antiga fosse de toda perfeita e justa, ignorando a produção de conhecimento de sua própria época, não fazendo nada além de repetir arriscadas interpretações de textos cujo espírito se perdeu, sem nada produzir para o avanço prático da sabedoria humana.

  Esses que são facilmente identificáveis, folheiam livros antigos cujos conceitos e significados originais não podem mais ser alcançados pelo olhar do homem contemporâneo e repetem o resultado de uma leitura puramente superficial, como se declamassem palavras mágickas o suficiente para melhorar o destino de toda humanidade. Repetem mas não refletem, não praticam, não sentem, não são homens antigos, e sim homens contemporâneos.

  São aqueles que se apegam a épocas e deuses longínquos, apenas pelo fato de acreditarem em um passado suntuoso, justo, fantástico e superior. Ignoram um conhecimento histórico decente, ignoram a própria incompatibilidade com este passado pervertendo-o para um acúmulo inútil de conhecimentos que nada trará a seu próprio presente.

  São os portadores de títulos, esses tais de “istas” e “ãos”, acumuladores de parafernálias intelectuais que nem ao menos são capazes de bem interpretar. Acreditam ter lido os livros que folheiam, mas provavelmente não sabem assimilar o que está escrito. Balbuciadores de absurdos sobre além-mundos e além-homens, experimentadores de todo tipo de quimera que o espírito humano é capaz de criar. Que esperar destes presos a um passado ou futuro fantástico, enquanto ignoram por completo o presente?

Não me tragam esses “magos” que nada produzem, que vomitam que o conhecimento deve ser buscado como desculpas para nada de útil revelar, enquanto contraditoriamente lançam seus sofismas aos ventos virtuais.

  Se a modernidade sofria com o exacerbado eruditismo, o que temos nós agora, se não uma deificação do pseudo-eruditismo? Ai de mim que pronuncio essas palavras.


-Lord Vincus

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Austrália decide revogar lei secular contra bruxaria e tarot

Austrália, Reino Unido, leiO governo do Território Norte da Austrália decidiu abandonar a lei antiga, de mais de um século, que proibia a adivinhação de Tarot e bruxaria. Uma recente revisão da Lei de Crimes Sumários do Território encontrou uma lei secular citando que alguém que fosse pego conjurando feitiços ou predizendo o futuro poderia pegar até um ano de prisão.

A Lei de Bruxaria de 1735 foi herdada da Inglaterra, e tem sido revogada em muitas outras partes do mundo Ocidental. Mas o Procurador-Geral do Território Norte, John Elferink, disse que uma perdulariedade legal permaneceu nos livros do estatuto do Território. Ele disse que um ano de prisão é uma punição muito dura para um leitor de cartas de tarot e prometeu, finalmente, revogar a lei. 

"Esta legislação foi promulgada porque estava lá, essencialmente, como uma forma de defesa do consumidor", disse ele. "Uma pessoa que, supostamente, através da feitiçaria ou do ocultismo se oferecesse para encontrar bens perdidos ou uma fortuna era considerada uma pessoa, essencialmente, charlatã e vigarista". "Se fosse condenada por este crime, ela receberia uma pena de um 1 ano de prisão, além de a cada três meses ser levada ao mercado e bombardeada com legumes e demais objetos".

"Isso não se encontra de acordo com as práticas modernas de sentença e, francamente, eu realmente não desejo ver nossos leitores de tarot nos mercados, aqui em Darwin, ridicularizados e encarcerados por um ano". Senhor Elferink disse que ele não tem ciência de ninguém que esteja sendo processado nos termos dessa lei ultrapassada. Tammy Hatherill, uma leitora de tarot e professora da região, diz que leituras são populares no Top End. Mas ela fala que a prática tem um propósito muito mais profundo do que fornecer uma fonte de entretenimento.

"Tarot é uma cura, pois todos os tipos de informação surgem em um leitura de cartas. É a informação que elas precisam saber, não necessariamente o que elas querem saber", ela disse. "Permite-lhes, em seguida, olhar para trás e rever essas áreas de sua vida que precisam de cura". Ela afirma que a lei não é de conhecimento da população, então se livrar dela não fará muita diferença. Ativistas pagãos da região estão contentes que a lei tenha sido jogada fora.

Fonte: ABC News
Tradução: Douglas Marques





Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2013_08_19/austraia-decide-revogar-lei-contra-bruxaria-7096/?bottom=news

sábado, 17 de agosto de 2013

Desvendado o mistério do gigantesco pentagrama encontrado no Cazaquistão

Um gigante pentagrama no CazaquistãoO mistério sobre um enigmático e gigantesco pentagrama encontrado em imagens do Google Maps parece ter finalmente chegado ao fim. A figura de cinco pontas, com aproximadamente 366 metros de diâmetro, aparece em imagens aéreas de uma região pouco habitada da Ásia Central, no Cazaquistão, em que a cidade mais próxima é Lisakovsk, distante 20 quilômetros desta figura.

De acordo com a arqueóloga Emma Usmanova, da Universidade de Karaganda (Cazaquistão), existe uma resposta bastante racional para a questão. De acordo com ela, trata-se de um contorno de um parque da era soviética, o que explica o formato de estrela. O parque foi demarcado com vários caminhos que, hoje, estão cobertos por árvores, o que faz com que o desenho do pentagrama fique bem mais nítido em uma foto aérea. 

A região em torno de Lisakovsk está repleta de ruínas arqueológicas, com assentamentos da Idade do Bronze, cemitérios e outras construções – muitas ainda pouco exploradas. O Cazaquistão fazia parte da antiga União Soviética até sua dissolução em 1991. 

Para visualizar a figura basta procurar no Google Maps as seguintes coordenadas 52.479801,62.185185 (utilize o zoom).

Fonte: Seu History

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A Pesadeira e os Mitos do Sono.

Não é de hoje que sabemos que a maioria dos mitos, lendas e crendices de vários povos tem origem em fatos desconhecidos. Ainda no período da Idade da Pedra, sabemos que as divindades que vieram a surgir foram originadas a partir dos fenômenos naturais, pouco a pouco compreendidos pelos humanos. Da mesma forma ocorreu com algumas doenças e distúrbios psicológicos. A própria esquizofrenia foi considerada, por alguns povos, como possessão; por outros como uma graça divina. Isso, claro, dependia da condição do esquizofrênico e como o distúrbio se manifestava.

Meses atrás, eu pude ir a uma exposição sobre o Rio São Francisco. A exposição era extremamente bela, muito emocionante e educativa. Passando por todas as salas você via aspectos do rio e das culturas que se apoiam nele, o que acabava lhe dando um choque de pureza e romantismo muito forte. A última sala era o local reservado aos mitos em torno do São Francisco, um deles me chamou bastante atenção por eu já ter sido atacado por mais de uma vez: Pisadeira (Pesadeira).

"Esta é uma muié muito magra, que tem os dedos cumprido e seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado; sombranceia cerrada e zóio aceso... Quando a gente caba de ciá e vai durmi logo, deitado de costa, ele desce do teiado e senta no peito da gente, arcano... arcano... a boca do estámo... Purisso nunca se deve dexá as criança durmi de costa."
(Cornélio Pires. Conversas ao pé do fogo)

A Pesadeira é descrita normalmente com este estereótipo: mulher muito magra – às vezes dita como uma negra gorda, extremamente pesada – com dedos longos e secos, unhas sujas e amareladas, que mais parecem garras; Pernas curtas, cabelos bagunçados, olhos malignos de tom vermelho incandescente, o nariz é pontudo, magro e arcado, queixo pra cima e dentes à mostra. Vive pelos telhados, aguardando ansiosa por aqueles que ao dormir ficam deitados de barriga para cima. Quando sua vítima, satisfeita, entra em sono profundo, ela desce do telhado e senta sobre o peito da pessoa e nele fica pisando com força freneticamente. A vítima tem consciência de tudo o que lhe acontece, pois fica num estado letárgico, onde não está dormindo, nem acordada. Enclausurada, a vítima não se mexe, não grita, nem acorda deste terrível ataque.
Em certa região do São Francisco, a Pesadeira possui na cabeça um gorro vermelho, e os mais velhos relatam o caso de um homem pobre que, quando atacado pela Pesadeira, conseguiu sair do estado de prisão e lentamente retirar o capuz dela. Foi quando instantaneamente ela ficou leve como uma pluma, toda a feição assustadora foi substituída por uma feição mais humilde, que pediu encarecidamente que o homem devolvesse a sua touca. O homem, esperto, pediu que ela lhe fizesse vários favores. A mulher, dotada de poderes sobrenaturais, fez tudo o que podia, deixando o homem extremamente rico e bem de vida para que pudesse ter seu precioso bem de volta. Este trecho do mito tem origem portuguesa, no fradinho-de-mão-furada, uma espécie de duende traquino que trazia benefícios para aqueles com quem simpatizava.

Como citei acima, muitos mitos têm origem em distúrbios mentais, psicológicos e doenças até então não explicadas. O caso da Pesadeira, assim como de outros seres que logo mais eu listo, é um deles.
A Paralisia do Sono ou a “Catalepsia projetiva” é um fenômeno natural e benigno ao ser humano. Trata-se da rigidez que faz com que o corpo permaneça parado durante o sono, cessando-se naturalmente momentos antes do indivíduo acordar. Porém há casos em que o indivíduo desperta antes da paralisia ser cessada, o que trás a terrível sensação de não conseguir se mexer, falar, nem nada. Como ocorre no ataque da Pesadeira.
Neste momento em que a consciência está desperta, enquanto há a paralisia é comum que haja várias alucinações (afinal a mente ainda está “dormindo”). Isto ocorre porque no processo de “despertar-se” passa por estágios hipnopômpico e hipnagógico (de alfa para beta e beta para alfa, respectivamente). Onde saímos do alerta pra um sono profundo, ou do sono profundo para o estado de alerta da consciência. Há quem consiga nas alucinações ver tudo o que acontece ao seu redor, ou ver criaturas e objetos em cima do seu corpo, ver o local no qual se dorme de uma perspectiva diferente dentre várias outras coisas. Há até quem aproveite este estado incomum do sono para ter sonhos lúcidos ou, as aceitas por nós místicos, viagens astrais.
Só tomem cuidado pra não encontrarem uma Pesadeira ou outros seres que intermediam esta condição estranha de sono. Pois, sim, há outros seres em quase todas as culturas do mundo que desempenham o mesmo papel que a nossa velhinha do rio.

        Na cultura Hmong, paralisia do sono descreve uma experiência chamada "dab tsog" ou "demônio apertador", da frase composta "dab" (demônio) e "tsog" (apertar, esmagar). Frequentemente, a vítima afirma enxergar uma figura pequena, não maior que uma criança, sentando em sua cabeça ou peito.
         Na cultura vietnamita, a paralisia do sono é conhecida como "ma de", que significa "segurado por um fantasma". Muitas pessoas nesta cultura acreditam que fantasmas entram no corpo das pessoas causando a paralisia.
         Na China, paralisia do sono é conhecida como "压身" (pinyin: guǐ yā shēn) ou "压床" (pinyin: guǐ yā chuáng), o que pode ser traduzido literalmente como "corpo pressionado por um fantasma" ou "cama pressionada por um fantasma".
         Na cultura japonesa, a paralisia do sono é conhecida como kanashibari (金縛り, que significa literalmente "atado ao metal".
         Na cultura popular húngara a paralisia do sono é chamada "lidércnyomás" ("lidérc pressionante") e pode ser atribuída a um número de entidades sobrenaturais como "lidérc" (aparições), "boszorkány" (bruxas), "tündér" (fadas) ou "ördögszerető".


Outro cuidado importante é não confundir a Catalepsia projetiva com a Catalepsia patológica. A segunda se trata de uma doença rara em que o indivíduo parece de fato ter vindo a óbito. É de origem nervosa que faz com que os músculos fiquem num estado de plasticidade motora tal qual um boneco de cera. Várias pessoas foram dadas como mortas e despertaram do estado durante seu velório, ou foram enterradas vivas por conta de um diagnóstico precipitado.
O mais grave nesta situação é que durante todo o tempo em que o doente se encontra no estado de catalepsia, ele está consciente de tudo o que ocorre ao seu redor, não podendo apenas reagir fisicamente, pois não se encontra na posse das suas funções vitais.
Confiram no vídeo:


Fontes consultadas:

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Metrópole Celta de 2.000 anos é descoberta na Espanha

O pacato vilarejo de Aranda de Moncayo, situado a duas horas ao norte de Madri, ganhou a atenção internacional após a prisão de um homem que falava com poucas pessoas, mas era visto perambulando com um detector de metais à noite. Investigadores que revistaram suas propriedades encontraram mais de 4.000 artefatos antigos furtados que teriam sido, quase todos, escavados do morro ao lado da casa dele. A polícia diz que a prisão do acusado é apenas o primeiro passo em uma investigação que começou quando dois capacetes de bronze foram colocados à venda numa casa de leilões alemã.

Parece que 2.000 anos atrás havia uma metrópole celta, Aratikos, no alto do morro. A cidade teria sido destruída por invasores romanos. O caso levou a prefeita de Aranda de Moncayo, Rosario Cabrera, a visualizar um novo futuro para os 200 moradores do vilarejo apático. Primeiro ela quer que seja feita uma escavação arqueológica correta. O passo seguinte poderia ser a construção de um pequeno museu local. "Isso poderia atrair muitos turistas para cá", disse a prefeita, que está rapidamente se tornando especialista nos celtas ibéricos que se radicaram nesta região e viraram alvos da agressão romana porque a região era rica em cobre, prata e ferro. Historiadores creem que a cidade antiga foi queimada até o chão.

Tendo encontrado moedas e pedaços de cerâmica antigos ao longo dos anos, a maioria dos habitantes de Aranda de Moncayo sabia que a região tinha uma história interessante, mas o local exato da cidade antiga era duvidoso. Especialistas dizem que pelo menos 18 capacetes antigos foram roubados ilegalmente de Aranda de Moncayo --muito mais que os que já foram encontrados antes de forma legalizada. As autoridades disseram ter detido Ricardo Granada, 60, em março, por envolvimento no caso, e que ele pode ter colhido antiguidades na área por 20 anos.

Cabrera contou que Granada certa vez comprou um terreno no sopé do morro. Mas ele não parecia saber muito sobre métodos arqueológicos. Usou uma escavadeira para retirar a terra e levá-la embora num caminhão. Especialistas do Museu Central Romano-Germânico, em Mainz, viram os capacetes em um leilão em 2008 e chamaram a polícia para pedir que eles fossem embargados para que a Espanha pudesse solicitar seu retorno, contou Michael Müller-Karpe, pesquisador do museu. As autoridades não fizeram nada, e os capacetes foram devolvidos à casa de leilões.

A ideia da prefeita de construir um museu agrada a alguns moradores da vila. "Muitas pessoas daqui são idosas e só querem paz e tranquilidade", comentou Pilar Gonzalez, proprietária de um pequeno restaurante e hotel na praça da cidade. "Mas um museu, ou qualquer coisa que chamasse pessoas para cá, nos beneficiaria."

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Ascendências e linhagens: problemas e vantagens

Escrevo essa crônica mais na tentativa de desenvolver um diálogo com os leitores que, assim como eu, também se interessam pela questão, do que propriamente para desenvolver uma teoria fundamentada e formada. Fato é que a ideia de "linhagem" ou "ascendência" faz parte de muitas tradições religiosas contemporaneamente, em especial aquelas que têm elementos de mistérios (entenda-se religião de mistério, e não mistério enquanto segredo profano) ou são totalmente fundadas nesse princípio. Meu objetivo aqui é apresentar alguns breves argumentos contrapondo o que eu acredito serem vantagens e adversidades dessa forma de organização em relação a outras experiências religiosas, onde isso não é exigido ou necessário, em especial o reconstrucionismo helênico, movimento ao qual eu me filio e pelo qual posso falar com alguma propriedade. 

Para iniciar, permitam-me que eu esboce o que entendo por ascendência e linhagem. A ideia de continuidade é a base de muitas tradições pagãs atualmente - seja uma continuidade enquanto retomada de uma antiga prática, seja a reinvenção de uma com base numa outra que lhe seja mais antiga; prova disso são as inúmeras teorias e argumentos de que a bruxaria, por exemplo, nunca teria sido extinta mesmo com fenômenos históricos como a Inquisição que trouxe a morte de milhões de pessoas pela Europa e países novos entre os séculos XII e XVII, em especial. Esse argumento não se resume à bruxaria e aparece também nas falas de alguns teóricos que fundamentam as pesquisas e práticas de grupos reconstrucionistas, os quais não cabe aqui mencionar já que não teria muita utilidade além da ilustração simplória. Pois bem, em todas essas argumentações permanece a ideia, ou o vestígio de ideia de que de alguma forma nos filiamos a uma corrente, estamos inseridos em alguma linhagem ou retomamos aspectos antigos que estavam encerrados em nossa ascendência familiar (seja ela sanguínea ou espiritual). Desta forma, entendo linhagem como a filiação ou justaposição de grupos ou pessoas a uma determinada perspectiva de pensamento ou prática (não que estes sejam coisas diferentes, mas é preciso reconhecer que nem sempre um afirma o outro) e a ascendência como a incorporação de elementos culturais, reflexivos e práticos que se vincula a ancestrais familiares não necessariamente factuais.

Permitam-me agora o passo mais ousado desta empreitada. Ao longo dos anos percebo algumas pessoas afirmarem o (neo)paganismo como um movimento de resgate de antigas tradições, religiões, práticas culturais, enfim. Pois bem, devo confessar agora que estou em desacordo com essa forma de entender o neopaganismo e, no que me cabe, vejo-o como algo especialmente novo e criativo. Não há nada a ser resgatado no passado, nada. O que fizeram os povos celtas, gregos, romanos, enfim foi bom para eles. O que fazemos consistem em variadas operações de tradução, um exercício que tem como propósito falar ao espírito por meio de códigos que estiveram por muito tempo esquecidos, mas que em verdade, são eles que ativam nossa percepção e forma de relacionar-se com o mundo. Deixe que eu tomo alguns exemplos. Durante boa parte da antiguidade, homens e mulheres gregos referiam-se ao tempo da colheita como "Chronos", este por sua vez era não apenas esse movimento da terra de matar e fazer viver, como o próprio deus que organiza essa percepção da natureza. Com o advento do cristianismo, novas formas de relacionar-se instituem novas palavras, um novo léxico das relações. Viver com os deuses é substituído por "viver para" o deus. Retomemos agora ao foco.

Ao inserirmos em nossa vida uma forma, uma expressão de religiosidade historicamente anterior ao contexto em que vivemos, estamos realizando diversas operações de tradução; uma tentativa de encaixar aquilo que sabemos ou podemos entender do passado para nossas práticas diárias e comunitárias. Isso certamente não é tão fácil, principalmente quando tomamos como gerais alguns princípios que são apenas locais (a exemplo da ideia de individualismo moderno versus o tribalismo da antiguidade: dizer que toda forma de relação social é individualista é no mínimo etnocêntrico). 

Nesse aspecto, entendo que as noções de linhagem e ascendência atuam como princípios reguladores, um fator de reconhecimento e pertencimento. Sujeitos que partilham de uma mesma linhagem adotam perspectivas similares para uma leitura do fato. É o caso por exemplo - e tomem isso como um exemplo grosseiro, tendo em vista a pouca propriedade que tenho na área - o caso das linhagens no meio da wicca tradicional e da ascendência na bruxaria familiar. Nesses meios, recolher a linhagem de um membro, quando exigido, e isso acontece apenas em circunstâncias bem marcadas e não para todos, é uma forma de legitimar as práticas do sujeito em relação ao conjunto do grupo e, de alguma forma, contribui para a coesão deste mesmo grupo. 

No entanto, pode ser particularmente problemático como tomamos essas noções como um indício de "autenticidade", ou seja, como se tal grupo fosse o criador e único autorizado a falar sobre determinado tema ou de tal forma. Em um período histórico marcado por uma imensa capacidade de circulação internacional de informação por meio de tradutores, internet e do mercado editoral, pensar dessa forma pode parecer ser absolutamente ingênuo. Se fossemos recorrer a linhagem de um mesmo grupo até suas origens poderíamos chegar aquele abismo que é a pergunta: Se Deus criou tudo, então quem criou Deus? Somos animais curiosos, ou como diria Aristóteles, animais políticos e, a partir disso, é preciso reconhecer que todos os nossos argumentos e respostas são mediados por interesses que dialogam com nossa inserção em um grupo, nossos interesses e também nossas formações. Nada é atoa. 

Já no caso dos grupos reconstrucionistas, em sua maioria, a noção de linhagem não existe e a ascendência é muito pouco comum, ou realmente criticada, apresentando-se apenas em algumas comunidades com apelo nitidamente nacionalista (ver o caso dos lusitanos, dos irlandeses e dos gregos, por exemplo). Se por um lado não há a exigência ou reconhecimento de tais elementos como prioritários, por outro os problemas não são menores (quiçá sejam maiores), de modo que a ideias de autoridade ou de legitimidade aparecem com mais facilidades, inclusive de nós mesmos: quem nunca achou estranho um grego por exemplo não saber quem é Atena, ou um irlandês não conhecer Brigit? Pois é, também tomamos nossa parte no desenrolar do problema.

Nos grupos reconstrucionistas de forma geral, a base da prática religiosa é a religião pública (exclua-se aqui o caso do Kemetismo, sobre o qual eu não tenho muitas informações), e por essa razão, qualquer curioso ou pesquisador pode ter acesso aos rituais ou cerimônias públicas; por certo também há aqueles grupos com práticas privativas, e isso é tão legítimo quanto tendo em vista que a religião não existe apenas em sua modalidade civil, mas também está relacionada com práticas familiares e pessoais, algumas com inacreditável crescimento, outras de maior timidez e que ficaram guardadas nos porões da história. No caso do Reconstrucionismo Helênico no Brasil, que toma por base critérios já adotados por outros grupos mais antigos, não se exige de ninguém um atestado de ligação sanguínea, parental ou qualquer que seja. A base é e deverá ser sempre o respeito à pessoa, independente de sexo/gênero, etnicidade, raça, etnia, enfim. 

Controvérsias a parte, pensar a constituição dos grupos a partir de suas formas de constituição é parte fundamental para entendermos que a diversidade de opiniões e formas de atuação de cada grupo. Não cabe pensar em grupos de pedigree ou vira-latas, porque não há em nós qualquer atestado de que estamos fazendo a coisa certa, que não a nossa convicção de estarmos fazendo o melhor para sermos tão bom quanto desejamos ser. E, espero que esteja certo, é isso que importa.

Tumbas indígenas milenares na Colômbia

“Chegar até o Parque Arqueológico de Tierradentro, no sul da Colômbia, em plena selva amazônica, não é uma tarefa fácil. Para quem se dispõe a recompensa vale a pena, afinal de contas não é sempre que se tem a oportunidade de conhecer tumbas de uma civilização pré-colombiana construídas há mais de 1.200 anos”. Essa é a dica do bancário Deonir Marcos Bartnik, 33, que viajou de moto desde Quito, no Equador, até Tierradentro.  
“O caminho que fiz foi partindo da cidade de Popayan, passando por Totoro. É uma estrada de terra de uns 90 km até o povoado de Inzá. Dali, são mais 15 km até onde estão localizadas as tumbas, também conhecidas como hipogeus”. Segundo Bartnik, o caminho de mais de 100 km é complicado e mais adequado para veículos 4x4.  
“As tumbas fazem parte dos costumes da civilização indígena que viveu na região entre o ano 500 e o ano 900 e que enterrava seus mortos: primeiro em covas rasas, depois transferiam as ossadas para um espaço que servia de jazigo para uma família inteira. São aproximadamente 200 tumbas, sendo que muitas delas ainda estão enterradas e ainda não foram abertas”. O internauta disse que os hipogeus apresentam formato circular e que têm de 3 a 4 metros de raio, mas podem variar segundo a posição hierárquica das famílias no grupo.  
Tierradentro 1 (Foto: Deonir Marcos Bartnik/VC no G1)
Entrada de uma das tumbas que podem
ficar a até 15 metros de profundidade
(Foto: Deonir Marcos Bartnik/VC no G1)
Deonir afirmou que o lugar é pouquíssimo conhecido e que no dia de sua visita era o único turista no Parque Arqueológico de Tierradentro. “Existem algumas pessoas da comunidade que trabalham nas roças e que atuam como guia turístico quando alguém chega querendo visitar as tumbas. Eles inclusive pediram minhas fotos para usarem na divulgação do parque”.
No portal oficial de turismo da Colômbia há mais informações sobre o Parque Arqueológico de Tierradentro.

Fonte: G1

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Arqueólogos descobrem ruínas romanas no centro de Londres


Arqueólogos encontraram objetos como moedas do Império Romano do Renascimento, além de ossos humanos, em um local de obra próximo à estação ferroviária de Liverpool Street, no centro financeiro de Londres. No lugar será contruída uma sala de venda de bilhetes. Na medida em que se aprofundam na terra, os pesquisadores encontram coisas de diferentes épocas da história.
O lugar já abrigou o primeiro cemitério municipal da capital inglesa, nos séculos 16 e 17. Abaixo dele, há ruínas romanas. Depois de explorado pelos arqueólogos, o sítio será devolvido à empreiteira, para que finalize a obra.
Fonte: G1


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Mulher acusada de praticar bruxaria é linchada na Guatemala

Moradores de uma aldeia na região oeste da Guatemala lincharam uma mulher de 43 anos, Magdalena Francisco,  acusada de praticar bruxaria, informou a imprensa local nesta quarta-feira (7). O episódio ocorreu nesta terça-feira no povoado de Calhitz, no departamento de Huehuetenango, cerca de 375 km da capital guatemalteca, próximo à fronteira com o México.
Segundo o jornal "Nosso Diário", 2.000 vizinhos enfurecidos espancaram e jogaram pedras em Magdalena Francisco, 43 anos, após entrarem em sua casa. A polícia que estava no local não pode evitar o linchamento diante da fúria do grande número de pessoas.
Os linchamentos são comuns na Guatemala, onde a população faz justiça com as próprias mãos devido à desconfiança das autoridades. Na semana passada, moradores de uma aldeia do departamento de Zacapa lincharam um casal acusado de assassinar uma mãe para sequestrar seu filho.
Entre janeiro e junho passados cerca de 23 pessoas morreram vítimas de linchamentos na Guatemala, segundo boletim da Procuradoria de Direitos Humanos do país. O dado se assemelha ao total de casos reportados para 2012, enquanto em 2011 foram registrados 51 linchamentos.
Fonte: G1

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Construtoras derrubam pirâmide de 4 mil anos no Peru


Foto divulgada pelo ministério da cultura mostra área onde se encontrava a pirâmide (Foto: AFP/BBC)Autoridades peruanas dizem que uma pirâmide de pelo menos 4 mil anos, localizada no mais antigo sítio arqueológico do país, foi destruída por operários de uma imobiliária. As autoridades estão processando as duas empresas imobiliárias acusadas de derrubar a estrutura, que tinha 6 metros de altura.


A construção fazia parte de um total de 12 pirâmides encontradas no complexo El Paraiso, próxima a capital Lima. Um arqueólogo disse que os responsáveis cometeram "um dano irreparável".

O sítio, que data do período pré-cerâmico tardio (3500-1800 a.C.), está situado ao norte de Lima. De acordo com o Ministério de Turismo do Peru, o complexo El Paraiso era um centro administrativo e religioso muito antes da civilização pré-colombiana inca.

Rafael Varon, vice-ministro do patrimônio cultural, disse que a destruição ocorreu no final de semana. Ele disse que os trabalhadores utilizaram máquinas pesadas e tentaram destruir mais três pirâmides, mas foram interrompidos por curiosos. Varon disse que queixas criminais foram apresentadas contra duas empresas.

Marco Guilen, diretor de um projeto de escavação em El Paraiso, disse à agência de notícias Associated Press, que as pessoas que derrubaram a pirâmide "cometeram um dano irreparável numa página da história do Peru".

"Nós não vamos ser capazes de saber de que forma ela foi construída, que materiais foram usados, e como a sociedade que viveu ali se comportava."

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Calendário mais antigo já descoberto é encontrado na Escócia


Ilustração mostra como a disposição das rochas encontradas em Aberdeen era usada para calcular as fases da lua
Foto: Divulgação / Universidade de BirminghamLONDRES - Arqueólogos britânicos descobriram o que acreditam ser o "calendário" mais antigo de que se tem notícia no mundo, com pelo menos dez mil anos de existência, na região de Aberdeen, na Escócia. O monumento do período mesolítico capaz de medir as fases das lua e os meses do ano, encontrado em escavações realizadas em 2004, está sendo trazido a público, pela primeira vez, em artigo publicado hoje na revista “Internet Archaeology” pela equipe de especialistas liderada pela Universidade de Birmingham.

As investigações abrem caminho para novos estudos sobre o desenvolvimento da Humanidade e a concepção de tempo na História a partir deste dispositivo luni-solar construído por sociedades de caçadores-coletores, até então consideradas mais atrasadas do que a dos agricultores, por exemplo.

"Não pode haver história sem tempo. Não se pode começar a escrever a história sem tempo. E esse é um passo importante para a construção do tempo e, consequentemente, da própria história. Não há nada igual na Europa, nem no resto do mundo", disse o pesquisador-chefe, o professor de arqueologia de paisagem da Universidade de Birmingham, Vince Gaffney.

Segundo o professor, as evidências sugerem que essas sociedades tinham a necessidade e a sofisticação de medir o tempo através dos anos, de corrigir as diferenças sazonais do ano lunar. E isso aconteceu cinco mil anos antes dos primeiros calendários formais conhecidos pelo homem, encontrados na antiga Mesopotâmia. Não chega a ser uma surpresa que as pessoas se baseassem na lua para fazer seus calendários. Isso porque ela é o único corpo celeste que se presta a essa papel. Muitas sociedades antigas chegaram a monitorar as várias fases da lua, mas não tinham necessariamente calendários. No período paleolítico, de acordo com Gaffney, há evidências de desenhos do ciclo da lua. Mas tampouco consistiam em um calendário.

Gaffney conta que os pesquisadores encontraram um conjunto de 12 pedras bastante peculiares de tamanhos diferentes, que parecem as fases da lua, no campo de Warren. Por sinal, o sítio foi encontrado a partir de marcas em plantações, identificadas por imagens aéreas pela Comissão Real dos Monumentos Antigos e Históricos da Escócia (RCAHMS, na sigla em inglês). De acordo com Dave Cowley, gerente dos projetos de pesquisa aérea do RCAHMS, o grupo fotografou a paisagem escocesa por quase 40 anos.

"Registramos milhares de sítios arqueológicos que nunca teriam sido detectados a partir do solo", afirmou Cowley. As pedras não estavam dispostas de maneira arbitrária, mas arrumadas por tamanhos, desde as menores às maiores, voltando às menores novamente. E estavam orientadas em direção ao lugar onde o sol nascia, de uma passagem entre duas montanhas.

"Você tem um grupo de pessoas que, pela primeira vez, com base na observação astronômica, começa a entender o tempo, a pensar o que vai acontecer no futuro e não mais no passado. Não é que não pensassem que tinham um futuro antes. O que não tinham era a ideia de uma unidade tempo a partir da qual poderiam pensar ou registrar o que acontecia", explica Gaffney.

Outra grande revelação associada à descoberta, segundo o cientista de Birmingham, está no fato de se verificar que os caçadores e coletores, diferentemente do que se imaginava, tinham a capacidade de planejar as suas atividades. Como dependiam de recursos naturais para sobreviver, eles provavelmente passaram a saber os períodos em que se abriam as rotas no rio, ou quando os peixes seriam mais abundantes. Não se descarta a possibilidade de essa sociedade, justamente pela capacidade de planejamento, ter se tornado mais longeva do que as que a precederam. 

Além disso, por razões sociais, há períodos em que é necessário estocar uma grande quantidade de comida para permitir reuniões sociais, reprodução ou outras atividades. Para Christopher Gaffney, da Universidade de Bradford, saber que os recursos naturais estavam disponíveis durante diferentes períodos do ano era crucial para a sobrevivência. "Essas comunidades precisavam caçar animais que migravam e as consequências de perder o período certo eram a fome. Por isso, essas perspectivas, nossa interpretação do sítio como um calendário faz todo o sentido", disse o especialista de Bradford.

O professor de Birmingham reconhece que as sociedades que inventaram este dispositivo complexo na Escócia podiam não ter o entendimento que os cientistas têm hoje. "Eles podiam achar que, por entender o nascer do sol e o solstício, seremos bem tratados pelos deuses, os peixes virão até nós e poderemos reunir nossos amigos e sobreviver", disse.

Para Vince Gaffney, o resultado dessas pesquisas é apenas o começo para muitas outras. O próximo passo é identificar sítios similares no país. Segundo ele, a célebre formação de Stonehenge, por exemplo, a uma hora e meia de Londres, tem semelhanças com as pedras encontradas em Aberdeen. Mas ainda não há evidencias da sua utilização. Ele afirma que os calendários recém-descobertos podem não ter apenas a divisão do tempo em meses, mas em dias. No entanto, destacou que é necessário encontrar provas disso.


Fonte: O Globo

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Templo da Trácia, santuário de Zeus e Hera encontrado no Sredna Gora da Bulgária

Foto: Sascha Hoffmann / sxc.huArqueólogos na Bulgária encontraram um templo trácio e um santuário de Zeus e de Hera em Sredna Gora, na parte central do país. A descoberta foi feita em uma escavação em Kozi, região Gramadi, perto da aldeia de Starosel, no município de Hissarya, por uma equipe de arqueólogos do Museu Nacional de História liderada pelo Professor Ivan Hristov, disse Bozhidar Dimitrov, diretor do museu.
A área onde o grande templo da Trácia, assim como o santuário de Zeus e Hera foram encontrados corresponde a cerca de 50 metros quadrados. Estima-se que o local foi construído por volta do século 8 a 6 AEC (Antes da Era Comum). Acredita-se que o santuário tenha sido destruído no século V EC para a construção de uma pequena igreja nas proximidades do local. 
Outras descobertas foram feitas como moedas da época dos reis Felipe II e Alexandre, o Grande, e da república romana tardia, bem como cerca de 1000 fragmentos de vasos de cerâmica utilizados para ofertas no santuário, disse Dimitrov. Ele disse que as escavações no local continuarão até o início de setembro.
Fonte: The Sofia Globe
Tradução: Douglas Marques

 
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