quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Filosofia Oculta: Complexo de épico


Há um mal assolando o mundo dos pseudointelectuais e também dos ocultistas. Um mal já a muito enunciado por aqueles que criticavam o eruditismo, onde o estudioso supervaloriza o conhecimento produzido no passado, como se de alguma forma a época antiga fosse de toda perfeita e justa, ignorando a produção de conhecimento de sua própria época, não fazendo nada além de repetir arriscadas interpretações de textos cujo espírito se perdeu, sem nada produzir para o avanço prático da sabedoria humana.

  Esses que são facilmente identificáveis, folheiam livros antigos cujos conceitos e significados originais não podem mais ser alcançados pelo olhar do homem contemporâneo e repetem o resultado de uma leitura puramente superficial, como se declamassem palavras mágickas o suficiente para melhorar o destino de toda humanidade. Repetem mas não refletem, não praticam, não sentem, não são homens antigos, e sim homens contemporâneos.

  São aqueles que se apegam a épocas e deuses longínquos, apenas pelo fato de acreditarem em um passado suntuoso, justo, fantástico e superior. Ignoram um conhecimento histórico decente, ignoram a própria incompatibilidade com este passado pervertendo-o para um acúmulo inútil de conhecimentos que nada trará a seu próprio presente.

  São os portadores de títulos, esses tais de “istas” e “ãos”, acumuladores de parafernálias intelectuais que nem ao menos são capazes de bem interpretar. Acreditam ter lido os livros que folheiam, mas provavelmente não sabem assimilar o que está escrito. Balbuciadores de absurdos sobre além-mundos e além-homens, experimentadores de todo tipo de quimera que o espírito humano é capaz de criar. Que esperar destes presos a um passado ou futuro fantástico, enquanto ignoram por completo o presente?

Não me tragam esses “magos” que nada produzem, que vomitam que o conhecimento deve ser buscado como desculpas para nada de útil revelar, enquanto contraditoriamente lançam seus sofismas aos ventos virtuais.

  Se a modernidade sofria com o exacerbado eruditismo, o que temos nós agora, se não uma deificação do pseudo-eruditismo? Ai de mim que pronuncio essas palavras.


-Lord Vincus

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