quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um pouco sobre o Alfabeto Theban

O alfabeto Theban é um sistema de escrita com origens desconhecidas. Foi publicado pela primeira vez em Polygraphia de Johannes Trithemius (Johann Heidenberg 1462-1516) em 1518, e foi atribuído a Honorius de Thebas. Já seu discípulo Heinrich Cornelius Agrippa (1486-1535) no livro “The Occulta Philosophia -1531” (A Filosofia Oculta) atribuiu o Alfabeto Theban a d’Abano de Pietro (1250-1316).

O Alfabeto Theban também é conhecido como alfabeto de Honorian ou runas de Honorian, entretanto não há nenhuma evidência de que o alfabeto Theban tenha sido utilizado como runa. Devido ao amplo uso dos praticantes de Bruxaria e Wiccans, o alfabeto passou a também ser chamado de “Alfabeto das Bruxas”, e, é normalmente utilizado para substituir as letras latinas ao escrever nos Livros das Sombras, servindo, dessa forma, como uma escrita mágicka de difícil compreensão para leigos, o que cria um belo ar de mistério.

O alfabeto Theban não possui semelhança gráfica com praticamente nenhum outro alfabeto, e não foi encontrado em nenhum local ou publicação antes da de Trithemius. Em comparação ao Latim Arcaico, o Theban, possui uma relação “letra à letra”, perdendo algumas dessas correspondências somente com o Latim moderno, onde as letras J, U e W não possuem representação e são escritos com os mesmos caracteres para I, V e VV consecutivamente.

Ao que tudo indica o Theban não possui nenhuma pontuação, além de um caractere que representa o fim de um texto, quase que equivalente a um ponto final. Nenhuma outra pontuação aparece nos textos de Trithemius ou nos de Agrippa e os posteriores a esses. Logo, ao escrever com o alfabeto Theban podemos utilizar nossa pontuação latina ou inventar caracteres equivalentes. As correspondências com o Latim Arcaico e a falta de pontuações sugerem que tal alfabeto foi inspirado no Latim e no Hebraico.

  Curiosidades

Johannes Trithemius - Era um abade responsável pela biblioteca de seu convento e um grande estudioso de sua época. Ele foi expulso da abadia em razão de seu grande interesse pelo ocultismo e pela ciência, Johannes foi o mestre de Cornelius Agrippa e Paracelso (1493-1541).

Honorius de Thebas - É um personagem místico da idade média, dizem que ele teria escrito o livro ocultista “The Sworn Book of Honorius” (O Tratado de Honório), mesmo que o primeiro manuscrito desse livro só tenha sido escrito no ano de 1629 d.C. Um mistério ainda ronda a verdadeira identidade desse ocultista, que muitas vezes foi ligado aos papas Honório I e Honório III.

d'Abano de Pietro – Conhecido também como Petrus de Apono ou Aponensis, era um médico, um filósofo, e um astrólogo italiano. Era um médico muito famoso e também um mago, tendo escrito um grimório chamado “Heptameron” (Não deve ser confundido com o Heptameron de Marguerite de Navarro). Foi por duas vezes perseguido pela inquisição sendo acusado de possuir pacto com o demônio devido ao seu avançado uso da medicina com técnicas de energia e utilização de especiarias Árabes. Conseguiu sair da primeira tortura, mas não resistiu a segunda, morrendo e tendo seu corpo raptado por um amigo para que não fosse queimado em praça pública, já que após sua excomunhão os inquisidores ainda iriam queimar seu corpo como um alerta à população.

[Fonte: Portal Wicca]

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Viajando no Vento Extrafísico da Sabedoria Celta

Quando sopra o vento do mistério, o coração se lembra da sabedoria antiga.
O escritor sente saudade das brumas sobre a campina e dos ensinamentos dos espíritos amigos. Tantas coisas foram vividas ali; tantas coisas foram ditas!
E, quando escuta a música celta, o seu coração viaja e os seus olhos brilham.
Em meio à correria do mundo moderno, ele ainda sente a sabedoria celta correndo por seus canais energéticos e ligando-o às linhas vitais do planeta.

Ele sente a graça da vida abençoando sua jornada e saudando-o na luz.
Entre as batidas de seu coração, os espíritos continuam ensinando, pois ainda há muitas mensagens a serem passadas e muitas coisas a serem ditas.
Ele sente o invisível pulsando, pela graça da Presença e, gradativamente, se tornando visível nas canções, nos escritos e em outros corações sensíveis à beleza da vida (A Presença: metáfora celta para “O Poder Maior Que Gera a Vida”; O Todo que está em tudo).
Na cidade grande, ele olha para os prédios e o céu cinzento e nublado. Mas ele vê algo a mais: o vento do mistério soprando o invisível por entre os prédios e os homens. E ele poderia jurar que também escuta os espíritos da natureza brincando entre as nuvens e saudando a vida.

Ele olha para os prédios, mas pensa nas montanhas sagradas de outrora. Parte dele se lembra do ar rarefeito e gelado das alturas; e também se lembra do calor das palavras ensinadas pelos mestres espirituais aos iniciados celtas que, de forma valorosa, descerravam os véus da ilusão do ego.

Eles enfrentavam a si mesmos na grande batalha interior, a verdadeira iniciação; aquela em que morria o ser velho e enferrujado de medo e ignorância, para logo em seguida renascer como ser dourado, na luz do conhecimento espiritual aliado ao amor do coração, que saúda a beleza da vida e inspira as canções que tocam a alma.

Ele vê a chuva fininha caindo na grande metrópole, e pensa nas pessoas que choram a passagem de seus entes queridos para o lado extrafísico da vida. Em silêncio, ele faz uma prece por elas, enquanto se lembra dos ensinamentos dos espíritos das brumas: “NINGUÉM MORRE!”

Ele não sabe como, mas sente que, agora mesmo, em outros planos da vida, muitas consciências extrafísicas estão soprando suas vozes espirituais no vento do mistério e dizendo: “Escreva por nós. Fale que também sentimos saudades de quem ficou na Terra. A morte da consciência é uma ilusão. O amor não tem fronteiras. A sensação de distância desaparece quando o amor pela vida aumenta. No lugar da tristeza, que surjam novas canções; que novas danças aconteçam em volta das fogueiras festivas; que as pessoas brinquem como crianças, saudando a vida e agradecendo as bênçãos dadas pela Presença”.

“A melhor forma de honrar os que partiram é fazer da vida uma linda canção de amor e luz. É viver cada dia como um presente, praticando ações sadias no seio da vida; é ser responsável e criativo, construtivo e generoso; e ser feliz, sabendo que, de outros planos da vida infinita, os seus entes queridos saberão disso e serão felizes também”.
O escritor anota o recado e novamente olha para o céu da cidade; o véu da noite já desceu e está frio. Mas os seus olhos brilham de contentamento, pois ele é capaz de ver e ouvir o que o vento do mistério está soprando por entre os prédios e os homens.
Entre as batidas de seu coração, os espíritos continuam ensinando, pois ainda há muitas mensagens a serem passadas e muitas coisas a serem ditas.

Texto de Wagner Borges

domingo, 26 de junho de 2011

Curso de Treinamento para a prática da Aromaterapia

Com o objetivo de capacitar os participantes para o uso correto da Aromaterapia tradicional e oferecer informações introdutórias ao Sistema de Aromaterapia Vibracional apresentando os principais tópicos para o inicio de uma profissionalização, o curso de Treinamento para a prática da Aromaterapia (nível 1) está sendo lançado pela Kannon - Centro de Terapias Holística, Talismã livraria e Papelaria Esotérica. Caruaru/Centro.

O curso pode ser feito tanto por pessoas leigas no assunto, quanto por profissionais de saúde e/ou terapeutas alternativos. O curso aborda desde a história da aromaterapia até os dias atuais, uma introdução sobre o tema, processo de extração de óleos essenciais, entre outros. Ainda estão incluidos exercícios práticos, material didático, coffe break e certificado. 

Este treinamento será ministrado por Sandrä Spíri, formada em psicologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) em São Paulo, fundadora e presidente da Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia (ABRAROMA), atua como psicoaromaterapeuta em atendimento clínico com ênfase em Análise Transacional e práticas complementares como Terapia Floral, Aromaterapia e Cromoterapia.

O curso acontece nos dias 06 e 07 de agosto de 2011, das 09h às 18hs, no Hotel Samburá que fica na Av. Ministro Freire (Beira Mar), nº 1551, Olinda - PE. As inscrições acontecem até o dia 15 de julho.
Até esta data o preço fica por R$ 350,00 (podendo parcelar em até duas vezes), após essa data o preço sobe para R$ 400,00.

Para mais informações: (81) 3493-55 68 
                                           (81) 9621-24 09
                                   

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Aimarás celebram chegada do ano 5519 na Bolívia

Os aimarás da Bolívia celebraram nesta última terça-feira (21) na cidadela pré-inca de Tiahuanaco o "Willka Kuti", ou "retorno do sol", que dá início a seu mítico ano de 5519, com a participação do presidente Evo Morales.
Centenas de pessoas visitaram o templo de Kalasasaya de Tiahuanaco, para assistir à cerimônia que coincide com o solstício de inverno austral e a mudança do ciclo agrícola para a semeadura no campo.
A chegada dos primeiros raios do sol, o momento mais esperado, aconteceu às 7h25 do horário local (8h25 de Brasília), mais tarde do que em outros anos.

Os amautas, ou sábios indígenas aimarás, vestidos com suas roupas cerimoniais, acenderam uma fogueira sobre um altar para invocar em sua língua o Pai Sol e a Mãe Terra, acompanhados por Morales.
Os 5.519 anos da cultura andina são resultado da crença de que a civilização pré-hispânica tiahuanacota teve cinco mil anos exatos de história antes da chegada dos espanhóis, em 1492.
O número é rejeitado por arqueólogos e antropólogos, com o argumento de que não havia culturas desenvolvidas no planalto andino naquela época e os Tiahuanaco seriam de 1200 a.C.

Morales enviou seus ministros a várias regiões do país para participarem da celebração, que era denominada "Ano Novo Aimara" e agora passou a ser chamada "Ano Novo Andino Amazônico", em uma tentativa de reunir as diferentes celebrações indígenas realizadas durante o solstício de inverno austral.
O ministro das Relações Exteriores, o também aimará David Choquehuanca, declarou que o festejo, que nestes dias também terá seu correspondente em Cuzco com o Inti Raymi, a festa do Sol, disse que a data é oportuna para a renovação pessoal.

"Hoje é tempo de renovação. Assim como o Sol se renova, nós também nos renovamos, todos os seres humanos festejam junto com a natureza, junto à Mãe Lua e o Pai Sol, e nosso desejo para este ano é que todos consigam alcançar a felicidade", declarou Choquehuanca.
O chanceler havia convidado para as comemorações o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, que chegou de madrugada ao país para uma visita oficial, mas ele não compareceu.
Humala, que assumirá a presidência no final de julho, realiza nesta terça-feira uma visita de cerca de 15 horas à Bolívia para discutir com o presidente Morales a agenda bilateral.
[Fonte: G1.com]

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Cosmologia na China

Entre as civilizações antigas é certo que a chinesa foi uma das primeiras a se preocupar com a astronomia. Já entre os séculos 3 e 4 antes de Cristo os astrônomos chineses Shi Shen, Gan De e Wu Xian mapearam as posições das estrelas no céu e determinaram algumas constelações (bem diferentes daquelas construidas no mundo ocidental uma vez que o desenho de constelações não possui base física). Segundo alguns historiadores, esse é o mais antigo mapa estelar que se conhece. 

Ao longo dos séculos muitas cópias foram feitas desse mapa. Abaixo mostramos a cópia mais antiga existente deste mapa, feita na Dinastia Tang, aproximadamente século IX da nossa era. Ele foi descoberto, na época moderna, nas ruinas de um mosteiro nos desertos da Ásia Central.

Abaixo mostramos o mapa estelar da projeção polar sul feita para o globo celeste do engenheiro mecânico e cientista chinês Su Song (1020-1101) da Dinastia Song (960-1279). Esse mapa foi publicado pela primeira vez no livro "Xin Yi Xiang Fa Yao".

A cosmologia da China antiga pode ser vista na arte, arquitetura e nos escritos mais antigos deste povo. Ela está fortemente impregnada com as religiões dominantes, o Taoismo e o Confucionismo.

A cosmologia chinesa é muito esparsa no que diz respeito à criação. Entretanto, existe um mito que data do século 3 a.C. que estabelece que no começo, o céu e a terra estavam unidos sob a forma de uma vasta nebulosidade na forma de um ovo. O primeiro homem sobre a Terra foi Pangu, e foi ele que separou o céu e a terra. Alguns dizem que ele fez isso usando um machado. Outros dizem que ele fez isso crescendo cada vez mais até que os dois foram obrigatoriamente divididos. Em qualquer um dos casos, a porção mais leve deslocou-se para cima, tornando-se o firmamento enquanto a porção mais pesada acomodou-se na parte de baixo e se tornou a terra.

Quando Pangu morreu sua cabeça se tornou as montanhas, seus olhos o Sol e a Lua, suas artérias e veias os mares e rios e seu cabelo e pele as plantas e os vegetais. Não obstante, seus restos mortais são ditos terem sido enterrados em algum lugar em uma montanha na província de Guangdong.
A interpretação chinesa da orientação física do universo teve pouca influência filosófica. Existem várias interpretações individuais diferentes mas cada uma delas contém várias idéias básicas comuns sobre a estrutura universal.

Sabemos que os chineses na verdade distinguiam entre estrelas e planetas e que já tinham notado o comportamento errático de vários corpos celestes. Existiam inicialmente três modelos de orientação celeste:
  • Gai Tian
    Era a teoria do firmamento em forma de domo. Ele colocava o que hoje chamamos de Ursa Maior no centro do domo celeste e a China ficava no centro da Terra.
  • Hun Tian
    Era a escola que previa um firmamento esférico com uma forma muito semelhante a um ovo de galinha onde a terra é como a gema. O firmamento era mantido suspenso por um vapor chamado "qi". Esta teoria particular conduziu a vários avanços tecnológicos na astronomia como a construção de esferas e anéis armilares.
  • Xuan Ye
    Era a teoria que nos dizia que o universo era infinito e os corpos celestes estavam suspensos nele. Essa idéia, obviamente, não era justificada por qualquer fato ou observação.
Em quase todas estas interpretações do firmamento, um vento ou vapor celestial sustentava os corpos celestiais. Este é um conceito chines muito comum no qual o vento não somente mantinha suspensas as estrelas fixas no céu mas também, devido ao arrasto viscoso proveniente da Terra, produzia o movimento para trás do Sol, da Lua, dos cinco planetas visíveis e das estrelas.

Os chineses percebiam o céu como sendo arredondado. Ele tinha nove níveis cada um dos quais separado por um portão e guardado por um animal particular. O nível mais alto era o "Palácio da Tenuidade Púrpura". Era ai que o Imperador do Céu vivia, na constelação que hoje chamamos de Ursa Major.

No centro do céu estava o Pólo Norte e a Estrela Polar. O pólo celeste era uma característica crítica da cosmologia chinesa. Para os chineses esse centro era o ponto geográfico mais importante porque ele era o ponto mais próximo ao firmamento. Eles acreditavam que o coração da civilização estava situado no centro da Terra e à medida que a Terra se espalhava para fora deste centro as terras e seus habitantes se tornavam cada vez mais selvagens.

[Fonte: site do Portal do Ministério da Ciência e Tecnologia, que dispunha de um curso completo sobre Cosmologia nos diversos tempos]

terça-feira, 21 de junho de 2011

A proposta do Ensino Religioso Obrigatório causa polêmica entre religiões não cristãs

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Desde que foi encaminhado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) à Câmara Municipal, o projeto de lei 862/2011, que cria o cargo de professor de ensino religioso nas escolas publicas da capital, tem provocado desavenças. A audiência pública realizada na última terça-feira (14) no plenário do Palácio Pedro Ernesto reuniu representantes das mais distintas religiões: católicos, kardecistas, evangélicos, candomblecistas, umbandistas, islâmicos, hare krishnas, ciganos, protestantes, presbiterianos e até bruxos wiccas estavam no local.

Se todos entoam em uníssono que as religiões têm por base praticar o bem e criar valores, os argumentos soam dissonantes quando a busca é pelo consenso. “Aula de ensino religioso não é catequese”, disparou o padre Paulo Alves Romão, professor da PUC-RJ. “É produção de conhecimento, de princípios sólidos para a ordem social. Quando você afirma valores fundamentais, presentes em todas as religiões, você se torna capaz de dialogar com os diferentes”, defendeu.

O deputado estadual e católico Márcio Pacheco (PSC) afirmou que a proposta tem como objetivo “dar às crianças pobres as mesmas oportunidades que as crianças abastadas têm”. “As escolas boas não oferecem só matemática e português. Vejam quantos judeus matriculam seus filhos em escolas judaicas e quantos católicos colocam seus filhos em colégios católicos. Querem que tenham uma educação completa. Mas essa opção só é dada a quem pode pagar e o que estamos discutindo aqui é que essa opção seja dada aos que não podem”, argumentou Pacheco.

Presidente da Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento Islâmico, o sheikh Ahmad Mohammed argumentou que se por um lado o Estado é laico, por outro, não é ateu. “Num mundo onde a família foi devastada e muitas vezes as mães não têm tempo de ensinar a seus filhos sobre religião, cabe, sim, à escola oferecer essa oportunidade as crianças”.

De opinião contrária, o cigano Mio Vacite rebateu: “A impressão que passa é de que se a pessoa não tiver educação religiosa ou ela é vagabunda ou bandida", argumentou. "Tenho medo da ditadura religiosa. Se estamos em um país democrático, temos de pensar muito. A moral não está só na religião”.

A umbandista Fátima Damas se juntou ao coro dos contrários. “A gente sabe que nas religiões minoritárias as crianças sofrem preconceitos”, afirmou. “Mas se essa lei for aprovada, que se contemple a todos. Se não puder, que deixem a educação religiosa ser dada por pais e mães”, sustentou.

O bruxo Og Sperle, sacerdote da religião Wicca, contestou a tese de que religião é garantia de boa índole. “A religião não tem a premissa de moldar o caráter. Se fosse assim, não teríamos tantos casos de pedofilia em igrejas”, argumentou.

“Vejo que a minoria, em sua grande maioria, é contra”, disse o vereador Jorge Braz (PTdoB), bispo evangélico e contrário à proposta. “Essa lei vai passar. Não porque está prevista em nossa Constituição. Sabemos que a maioria dos nossos parlamentares é católica. Chega de hegemonia”.

A diretora de diálogo inter-religioso da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Diane Kuperman, acrescentou mais uma crítica ao debate: “Na nossa rede pública faltam professores de Matemática, Português, História etc... E nós vamos gastar o dinheiro dos nossos impostos para garantir o ensino obrigatório de uma aula cuja lei prevê frequência facultativa? Não tem coerência”, disse Kuperman, que se declarou favorável à defesa feita pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.

[Fonte: Flávia Salme, iG Rio de Janeiro | 14/06/2011 22:00]

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A cosmologia e a religião do Império Inca (Tahuantinsuyo) - Final


Aqui encerramos nossa série de postagens, dividida em 4 partes, sobre a religiosidade do Antigo Império Inca. Espero que tenham gostado. Por sugestões de um de nossos leitores, o Lord A., ativista Vampyrico no Brasil, uma outra postagem será feita que diz respeito ao tema. Agradecemos a todos aqueles que leem nosso blog e qualquer sugestão ou crítica, comentem ou nos enviem um e-mail. Bençãos Plenas!
  A hierarquia social se manifestava também entre os encarregados do culto do Deus-Sol.
Sobre todos eles pontificava o Sumo Sacerdote do Sol, quase sempre extraído do ayllu Urin Tarpuntae (pois os membros deste ayllu eram tradicionalmente os encarregados de alimentar os mallquis nas huacas), seguido pelos Sacerdote do Sol e os de outras divindades.
Uns eram especializados em dirigir os ritos, outros em custodiar os oráculos, terceiros em administrar as propriedades e posses do Culto do Deus-Sol, e outros, ainda, exerciam funções divinatórias (como os qallparicuc - que viam o futuro através de vísceras -, os huirapiric - que prognosticavam com fumaça e folhas de coca em água -, os achicoc, - que usavam milho e esterco de llama em sua prática divinatória -, os camasqa - que utilizavam ervas com o mesmo fim -, e os yacarcaes, que afirmavam pactuar com os habitantes de Ucupacha).

Os sacerdotes utilizavam os serviços de yanas para cuidar de suas plantações e gado, de artesãos para confeccionar-lhes objetos e roupa, e de músicos, poetas, bailarinos e cantores para diverti-los; obviamente, quanto maior o templo (os mais importantes foram o Q'oricancha, o de Pachacámac e o de Coati, no lago Puquinacocha ou Titicaca), maiores o poder, o número de servidores e o luxo das instalações, vestimentas e objetos de adorno.

Existia também um sacerdócio feminino e, a despeito de sobre isto haver poucos registros, tais mulheres deviam pertencer sempre aos estratos mais elevados da sociedade (nobreza inca, cápacs e jatúncuracas); entre elas se destacavam as yurac acllas, escolhidas entre a nobreza cusquenha, nomeadas esposas virgens do Deus-Sol e recluídas nas acllahuasis, as mesmas mulheres que na idade adulta receberiam o título de mamaconas e exerceriam o papel de transmissoras de ritos e técnicas têxteis ou artesanais para acllas mais jovens (veremos em detalhes, adiante, o papel econômico e político das acllas e das acllahuasis no Tahuantinsuyo).

Os sacerdotes não se dedicavam apenas às tarefas do culto: podendo casar-se e se dedicar a outras atividades, alguns até mesmo faziam comércio (como os de Pachacámac, na costa) e quase todos participavam das decisões e da prática política, especialmente os da saya Urin; mas após Pachacútec o Sapainca passou a intervir mais diretamente ainda em assuntos religiosos, como forma de manter o Culto do Deus-Sol sob controle político, já que Huiracocha, seu pai, estabelecera a nomeação direta do Sumo Sacerdote do Sol pelo Sapainca.

Assim, através do Sumo Sacerdote do Sol o Sapainca controlava indiretamente todo o aparelho burocrático-religioso, a produção teológica e os ritos do Tahuantinsuyo, exercendo total domínio sobre a população e mantendo a coesão da vida cotidiana no Estado.

[Fonte: FREITAS, Luis Carlos Teixeira. Tahuantisuyo - O Estado Imperial Inca. Luzcom Multimakers, 1997] 

 
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