
Um dos principais fatores que agravam essa situação é a contínua perca de território, muitas vezes gerada pelo avanço do agronegócio, madeireiras ilegais ou políticas governamentais mal planejadas e até infundadas, como pretende ser o projeto da hidrelétrica de Belo Monte no Xingú. Com essa constante perda de território, sua cultura também acaba por ser denegrida, onde tribos acabam beirando ao desaparecimento, e assim suas práticas, únicas em todo o mundo, correm o sério risco de serem perdidas frente a esse "progresso".
Sob a ameaça de perder sua cultura e suas raízes, uma aldeia indígena produziu e publicou um livro e um vídeo que deixam marcados e registrados seus hábitos e rituais. A tribo ainda criou uma gramática da sua língua para salvá-la da extinção. O idealizador do projeto, cacique Krohokrenhum, é o líder dos Parkatejê, uma comunidade com pouco mais de 400 pessoas em um terreno de 62 mil hectares no centro do estado do Pará.
Os índios ainda falam que a tomada indevida de suas terras pelo "homem moderno" é o que vem causando essa ameaça. Além disso, o desinteresse dos mais jovens em prosseguir na tribo é crescente, o que faz com que essa cultura se restrinja a pessoas de maior idade e que dificilmente passarão adiante seus ritos. "Viver sem raízes é como uma noite sem estrelas, você se perde. Nossa cultura é o que ainda nos resta, uma maneira de preservar nossas raízes, para que estas não se percam com o tempo", diz o cacique Krohokrenhum.
Texto de Douglas Phoenix
Fonte consultada: Folha.com
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