segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Índios do Pará lançam livro para preservar sua cultura


O "avanço" da sociedade moderna tem causado sérios impactos aos povos indígenas, tomando como foco o Brasil, onde diversas tribos tem sofrido uma queda na sua população, perda de sua cultura e seus direitos tem sido deixados de lado, fazendo com que as tradições e as línguas trazidas por essas tribos beirem ao desaparecimento. Alguns estudiosos afirmam que a população indígena brasileira no século XVI estimava-se entre 2 e 4 milhões de habitantes distribuídos em mais de 1.000 povos diferentes. Segundo dados da FUNAI (2010), atualmente existem mais de 800.000 índios, distribuídos em aproximadamente 350 tribos, representando 0,4% da população do país.


Um dos principais fatores que agravam essa situação é a contínua perca de território, muitas vezes gerada pelo avanço do agronegócio, madeireiras ilegais ou políticas governamentais mal planejadas e até infundadas, como pretende ser o projeto da hidrelétrica de Belo Monte no Xingú. Com essa constante perda de território, sua cultura também acaba por ser denegrida, onde tribos acabam beirando ao desaparecimento, e assim suas práticas, únicas em todo o mundo, correm o sério risco de serem perdidas frente a esse "progresso".

Sob a ameaça de perder sua cultura e suas raízes, uma aldeia indígena produziu e publicou um livro e um vídeo que deixam marcados e registrados seus hábitos e rituais. A tribo ainda criou uma gramática da sua língua para salvá-la da extinção. O idealizador do projeto, cacique Krohokrenhum, é o líder dos Parkatejê, uma comunidade com pouco mais de 400 pessoas em um terreno de 62 mil hectares no centro do estado do Pará.

Os índios ainda falam que a tomada indevida de suas terras pelo "homem moderno" é o que vem causando essa ameaça. Além disso, o desinteresse dos mais jovens em prosseguir na tribo é crescente, o que faz com que essa cultura se restrinja a pessoas de maior idade e que dificilmente passarão adiante seus ritos. "Viver sem raízes é como uma noite sem estrelas, você se perde. Nossa cultura é o que ainda nos resta, uma maneira de preservar nossas raízes, para que estas não se percam com o tempo", diz o cacique Krohokrenhum.


Texto de Douglas Phoenix
Fonte consultada: Folha.com

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