terça-feira, 27 de dezembro de 2011

União Wicca do Brasil lança petição contra vídeo de humorista, após comentar que 'bruxa deve ser queimada'

Ontem, 26 de dezembro, a organização União Wicca do Brasil (UWB) lançou uma petição pública contra um vídeo que vem circulando na rede. Com o pseudônimo de Gil Brother, o humorista tem feito bastante sucesso nas redes sociais com seus vídeos de críticas, mais voltadas ao cunho humorístico.

Gil Brother trabalhou na emissora MTV por seis anos e hoje segue na plataforma virtual 'Canal Away', produzida pela Jigsaw Produções. Em um de seus últimos vídeos postados, o humorista demonstra sua indignação pelo caso de crueldade que chocou todo o país, quando a enfermeira, Camila Corrêa, de 22 anos, espancou seu cão da raça Yorkshire até a morte na frente do filho de 3 anos.

No vídeo Gil Brother compara essa mulher com uma bruxa, por isso deveria ser jogada na fogueira, pois "bruxa tem que queimar na fogueira". A UWB pede a retirada do vídeo do Canal Away e também uma retratação pública junto a toda comunidade wiccana e pagã, visto que "a declaração só vem a fomentar o ódio das outras crenças e pessoas contra a nossa religião e seus praticantes", segundo texto da petição.

A repercussão do caso gerou opiniões controversas. "Vamos fazer a justiça prevalecer e nossos direitos como bruxos também. Todos temos direitos e deveres, pagamos impostos e merecemos respeito como todas as outras pessoas", declarou Alessandra França. Thulio de Matos ainda declarou, "Sou contra esses videos que denigrem a visão sobre a wicca. Muitos tem um mal entendimento sobre isso, e acabamos sofrendo preconceito".

"Uma tempestade foi feita em uma única gota de chuva. Declarações como estas existem aos montes, não só em vídeos, mas também em jornais, revistas e na cabeça das pessoas. Deveríamos nos preocupar em construir uma imagem de quem realmente somos, não ficar se ofendendo por causa de uma crítica infundada, baseada nas marcas deixadas dos tempos da inquisição", declarou a wiccan Sara Cavalcanti.

Ricardo Teixeira, reconstrucionista egípcio, afirmou que não viu algo ofensivo na frase e também não conseguiu relacionar o fato à comunidade wiccana.

"O pensamento desse homem é fundamentado em marcas que a sociedade aderiu com os séculos, não sendo algo direcionado a comunidade neopagã, se é que ele tem conhecimento desse movimento. Eu não consegui me encaixar no referido, pois sei muito bem quem sou e o que meus ancestrais eram. Lutar pelo reconhecimento neopagão é muito importante, porém deve-se lutar contra quem realmente nos ofende ou tenta nos calar, não contra alguém que nem ao menos sabe sobre o que está falando e nem direcionou o caso", declarou Ricardo.


O humorista não declarou nada até o momento e a petição será entregue ao Ministério Público do estado do Rio de Janeiro. Tanto o abaixo-assinado quanto o vídeo do humorista podem ser acessados através dos respectivos links: Petição Pública  Vídeo.



Texto de Douglas Phoenix


OBS.: O Jornal O Bruxo apenas atua como um meio de divulgação, não tendo nenhuma forma de ligação com o projeto

1 comentários:

Marcelo Willian disse...

Na verdade, o vídeo foi totalmente ofensivo sim!Não é por que esta visão deste humorista está enraizado nas entranhas de nossa cultura,que podemos admitir tal pensamento!O racismo também é algo enraizado durante séculos em nossa cultura, e hoje estamos lutando contra este tipo de pensamento vil e asqueroso!Achar este pensamento desse humorista normal,é achar normal também o pensamento de que "todo negro é ladrão" e "toda mulher brasileira é prostituta"...Chega do preconceito velado,chega de achar normal atitudes que não são!Ou a gente combate este tipo de pensamento,ou seremos engolidos por ele!

 
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