quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pesquisa tenta estimar número de praticantes do Druidismo e do Reconstrucionismo Celta no Brasil


Esta semana o blog "Coregnato - visões de um bardo" lançou uma pesquisa para levantar uma estimativa do número de praticantes das diversas vertentes do Druidismo e do Reconstrucionismo Celta no Brasil. Pesquisas do tipo são importantes para a contenção de dados cerca do movimento pagão no país e se ter um número de caracterização da vertente. 

O blog afirma que todos os dados são sigilosos e pede, carecidamente, que divulguem a proposta. 


Para responder o questionário basta acessar o link: http://goo.gl/Lg3M3j

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Tumba secreta do Antigo Egito é descoberta

shepseskaf2.jpg
Escavações no cemitério arqueológico de Abusir em Gizé revelaram a tumba de Shepseskaf ‘ankh, chefe dos médicos do Alto e Baixo Egito, que data da quinta dinastia do Antigo Império egípcio. O lugar de descanso final do médico é "grande" comparado aos demais da época. O túmulo de calcário é de aproximadamente 69 por 45 pés de comprimento e 13 metros de altura.


Uma grande porta falsa dentro da capela onde a tumba foi encontrada carrega os nomes e títulos do proprietário. "Sacerdote de Khnum" e "Príncipe da Magia" eram apenas alguns dos títulos encontrados na parte oriental do túmulo, mostrando como o médico falecido era um dos mais importantes do antigo Egito. Esta é a terceira tumba pertencente a um médico que fora encontrada no local.

Fonte: Fox News
Tradução: Douglas Marques

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Indiano sacrifica o filho de 8 anos em honra a Deusa Kali

Um pai enlouquecido sacado a oito meses de idade, bebê até a morte como um sacrifício para a deusa indiana Kali de destruição e renascimentoUm pai mata o filho de 8 anos a machadadas em sacrifício a Kali, deusa indiana da destruição e do renascimento. Rajkumar Chaurasia disse à polícia que havia sacrificado seu filho por ordens da própria Deusa. Chaurasia teria dado um banho na criança e o levado para uma oração no templo dedicado a Kali, também conhecida como Durga. Após chegarem em casa ele o matou a machadadas em frente a um altar dedicado à Deusa, no vilarejo de Narain Purva, distrito de Barabanki em Uttar Pradesh.

O homem, conhecido por Hemant, tentou fugir logo em seguida, mas foi detido por outros membros da aldeia que chamaram as autoridades. Um porta-voz da polícia informou ao Decan Harold: 'Hemant havia planejado matar a criança logo após o seu nascimento. Ele pensou que o sacrifício traria felicidades na vida dos casais sem filhos que visitavam o Templo de Kali".

Chaurasia foi acusado de homicídio e enviado para um exame psiquiátrico. A polícia alega que ele não apresentou nenhuma forma de arrependimento sobre seu ato. Embora raro, sacrifícios humanos continuam sendo feitos em algumas partes tribais da Índia, onde há um grande número de pessoas que consultam curandeiros tradicionais ou médicos. Kali, também conhecida como Durga, é associada ao tempo e a mudança, bem como uma destruidora das forças negativas.

Fonte: Daily Mail
Tradução: Douglas Marques

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Eclipse lunar parcial acontece hoje e poderá ser visto de todo o Brasil

A lua vai mergulhar através da sombra da Terra hoje (18 de outubro) em um eclipse lunar que será visível para olhos aguçados em grande parte do mundo. O satélite natural da Terra vai passar pela tênue sombra exterior do nosso planeta, conhecida como penumbra. O efeito de um “eclipse penumbral” será sutil em comparação com o espetáculo de um eclipse lunar total, mas ainda vale a pena esticar o pescoço para o céu, dizem os especialistas.
Se o tempo permitir, observadores de todo o Brasil poderão contemplar o fenômeno, que acontecerá entre as 19 e 23h do dia 18/10. Observadores da América do Norte oriental, Europa e Ásia ocidental também poderão ver.
às 20h50, acontecerá um eclipse parcial da lua, fenômeno no qual quase metade visível do satélite natural fica levemente sombreado com uma tonalidade de vermelho claro. O Observatório da Sé preparou uma programação especial para o episódio, das 20h às 22h, com a presença de monitores especializados, observação visual e telescópica, além de exibição de vídeos sobre a lua e seus movimentos em torno da Terra. O fenômeno poderá ser visto a olho nu ou com binóculo 50 mm x 7. 
O horário para acontecimento do eclipse parcial - ou penumbral - da lua é o previsto para a posição geográfica de Olinda, mas pode servir de referência para o restante do Grande Recife. Das 18h53 às 22h48, a luz do cone de sombra terreste interferirá na luminosidade lunar. No entanto, desta vez a lua não ficará em uma tonalidade vermelha muito forte como em outros eclipses e nem irá desaparecer, como acontece em alguns eclipses lunares totais.
Nota: Se você registrar uma foto incrível do eclipse lunar penumbral de sexta-feira e quiser nos enviar para publicarmos em nossa página do Facebook e site, a envie com seu nome e local para jornalobruxo@gmail.com

Fonte: Mistérios do Mundo e NE10

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Conhecendo o Paganismo Piaga


O esquema da imagem ao lado demonstra a disposição de um sistema de culto endêmico da Vila Pagã, intitulado "Paganismo Piaga". A Vila é uma comunidade de pagãos localizada no interior do Piauí, próxima da capital Teresina. Com particularidades relativas às fronteiras culturais, geográficas e sociais piauienses, bem como particularidades na forma que o movimento neopagão se instalou e ganhou força no Estado, surgiu a proposta de uma nova forma de organização e intercâmbio entre as diferentes tradições e cultos pagãos existentes entre os integrantes da Vila Pagã. 

Espírito "Piaga Alado", representação
encontrada em gravura rupestre piauiense
Nesse sistema, qualquer imposição de uma tradição sob a outra é desconstruída, de forma que diferentes cultos são postos lado a lado e unificados por um sistema que não é sincrético, mas sim eclético, essencialmente dinâmico e diversificado. 

Cada adepto tem suas particularidades espirituais e sua ancestralidade respeitada, de forma que não há impedimentos para práticas de intercâmbio com cultores de outras tradições. Todos passam a fazer parte de uma tradição maior, unificada, integrada, diversificada, que é unida pelo que pode ser denominado de "Culto Piaga". 

Há duas correntes específicas neste culto: "corrente da terra" e "corrente colona". 

A corrente da terra se divide em várias linhas de culto, onde são cultuados os espíritos e divindades da terra (relativo ao Brasil, no caso específico, o Piauí). 

Culto Piaga ao Deus Robigus
Na corrente colona também há várias subdivisões de cultos "independentes", mas que possuem o diferencial de ter o culto piaga como agregado. Ou seja, todos honram os ancestrais da terra, independente dos ancestrais de sangue ou do panteão com o qual possui maior afinidade. 

Cada "piaga" pode ter foco em um culto específico dentro da corrente colona, mas também pode honrar os Deuses independente do panteão ou corrente. Apesar disso, cada culto tem seu momento dentro do calendário litúrgico. 

A individualidade e a diversidade são unidas por um sistema que preza essencialmente pela harmonia coletiva entre pagãos dentro de uma mesma comunidade. Para direcionar os cultos e atividades de cada culto dentro da corrente colona, um "sacerdote" é designado para ser responsável pela liturgia pública do seu culto específico. 

A diversidade de cultos dentro do paganismo piaga permite a identificação dos adeptos de múltiplas formas, por exemplo: pagãos piagas com foco no culto romano, pagãos piagas com foco no culto egípcio/ou kemético; pagãos piagas com foco no culto nórdico; ou simplesmente pagãos piagas, livres dentro do rico universo de possibilidades desse amplo sistema. 

Culto à Deusa Bast na Tradição Piaga
Os adeptos do paganismo piaga resgatam a ancestralidade da terra através de pesquisas sobre a própria história e também através de práticas que buscam a reconexão com a sacralidade individual e com a natureza. Além de Deuses estrangeiros, também são cultuados os Deuses e espíritos do Brasil, que eram celebrados pelas populações nativas.

Quanto aos rituais, consistem em momentos de conexão com Deuses específicos, com objetivo de agradecer, honrar ou fazer algum tipo de pedido. Os ritos piagas incluem orações, cantos, danças ou gestos e, por fim, as oferendas que são entregues aos Deuses. 

Quem conduz o rito faz uma saudação aos ancestrais piagas e aos Deuses honrados na ocasião. Cada divindade recebe uma oferenda específica, que pode ser desde alimentos até objetos confeccionados pelos adeptos. As ofertas são entregues sempre em ambientes da própria natureza, altares ou cumbucas domésticas. Não há sacrifícios de sangue ou despejo de objetos poluentes na natureza.

Não há um panteão único cultuado pelos piagas, mas sim um amplo leque de divindades com origens geográficas e culturais diferentes. Cada divindade possui seu momento específico, não ocorrendo mistura de panteões em um mesmo momento. Por exemplo, durante um rito do culto egípcio, realizam-se saudações aos Deuses egípcios e também aos espíritos Piagas, mas não se honram Deuses de outro panteão, apenas os egípcios.

Alguns princípios do Paganismo Piaga: 
1. Politeísmo: Crença e culto a vários Deuses. Os mesmos devem ser amados e respeitados. 
2. Sacralidade da Natureza: Culto aos ciclos Naturais. 
3. Ancestralidade: Os ancestrais são honrados e divinizados. 
4. Virtudes: Cada indivíduo deve nutrir suas virtudes. 
5. Magia: Utilizada como mecanismo de conexão com as forças divinas. 
6. Respeito a diversidade: cada um tem uma essência diversa que deve ser respeitada. 
7. Preservação Cultural: É dever do pagão zelar pela sua cultura. 
8. Família: Ambiente onde o amor os valores pagãos devem ser transmitidos. 
9. Disciplina: Valor fundamental para a jornada espiritual.

Alguns símbolos sagrados do Paganismo Piaga: 
Todos os símbolos pagãos são considerados sagrados dentro do paganismo piaga, mas existem figuras específicas da tradição, algumas são criações modernas, enquanto outras foram gravadas pelas populações nativas em paredes de cavernas e hoje se encontram em sítios arqueológicos.


1. Espiral Dupla: Símbolo da dualidade, dos ciclos da vida, das mudanças e renovações, da energia que circula, da magia e da continuidade.

2. Pentagrama com ramos: Representa a diversidade existente dentro do paganismo. Retrata um pentagrama, símbolo dos quatro elementos em harmonia com o espírito, símbolo da magia e do equilíbrio, símbolo do próprio homem. Na imagem, o pentagrama é rodeado por ramos repletos de folhas que representam as diversas tradições pagãs. As folhas, apesar das diferentes posições e tamanhos, são unidas por um mesmo galho, simbolizando a união que prevalece sobre as diferenças.


3. Cruzes Solares: Podem ter diversos significados, mas geralmente o simbolizam o equilíbrio, os pontos cardeais ou o poder solar. Quando envoltas por um círculo, representam a Terra em equilíbrio. Em forma de "T", estão ligadas ao homem e a fertilidade.


4. Martelos: Símbolos encontrados em vários sítios arqueológicos espalhados pelo Piauí. Gravado em entradas de cavernas, simbolizando demarcação de território, força e proteção. Muito semelhante ao martelo de Thor. 

Algumas divindades específicas do Panteão Piaga:
1. Piaga Alado. Entidade mística alada, possuidor dos dons da pajelança e feitiçaria.


2. Carnaúba. Divindade da providência e salvação contra a seca, a pobreza e a fome.

3. Cabeça-de-Cuia. Entidade guardiã dos rios. Assume aspecto feroz para defender os rios Parnaíba e Poty.

4. Barba Ruiva. Entidade que habita a maior lagoa do Piauí (Lagoa de Parnaguá).

5. Anciã da Fartura (ou Velha do Peito Só). Entidade que assombra estradas jorrando leite para os homens viajantes.

6. Mãe d'água. Divindade guardiã dos rios.

7. Zamba. Entidade guardiã das árvores.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Encontro da Tradição de Bruxaria Wanen promete estremecer solo potiguar

E já está saindo do forno mais uma edição do Wanenstamm, encontro da Tradição de Bruxaria Wanen. O evento é aberto a membros de toda a sociedade, seja pagão ou curioso. Este ano o evento acontece nos dias 15, 16 e 17 de novembro em Natal (RN).

Nesta edição de 2013, Gulltweig foi a divindade que acolheu o encontro, portanto, vamos lidar com seus mitos, aspectos e com o elemento Fogo (a qual aparece tão intimamente associada) e suas características. Nesta edição o evento traz uma programação com ritos e atividades envolvendo as práticas de renascimento, magia de fogo, amor e sexualidade, além de temáticas diversas.

A proposta do Wanenstamm é sempre múltipla. É um encontro essencialmente dinâmico, com o objetivo não só de apresentar um pouco mais nossos mitos e formas de compreender e praticar a bruxaria, como também criar um meio de interação onde todos nós, imersos, possamos através de vivências, palestras, oficinas e demais atividades, entender toda a gama de aspectos que cada edição abraça. 

O Wanenstamm surgiu de um "desdobramento". Em 2010, junto com alguns amigos, Marcelo Leal, membro da Tradição Wanen, organizou um evento no Rio Grande do Norte chamado "Festival do Fogo", que pretendia reunir a comunidade pagã do Nordeste em um evento dinâmico de bruxaria. Era um evento eclético, onde tínhamos incluído na programação um dia voltado para atividades Wanen. Naquele ano contamos com a presença do Wagner Perico e do saudoso Cadu Garcia, e as atividades da Wanen deram um toque encantador àquele momento. E então daquele festival, surgiu a ideia do Wanenstamm. Transformamos o evento num encontro anual da Tradição, dando a ele alguns novos traços. Neste ano a sua terceira edição, consolida o calendário das atividades anuais da Wanen.

Para se inscrever no evento basta entrar em contato através do e-mail wanenstamm@gmail.com. Para mais informações acesse: facebook.com/wanenstamm

Texto de Marcelo Leal e Douglas Phoenix

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Magia e terror quebram recordes na estréia de 'American Horror Story: Coven'

Na última semana (09) foi ao ar a nova temporada da série "American Horror Story" com o subtitulo "coven". A série, que vem alcançando um enorme sucesso nos últimos tempos, vem com a proposta de falar sobre magia, bruxaria e temas afins. Em sua estréia o episódio alcançou a audiência de mais de 5,5 milhões de telespectadores, quebrando um recorde de audiência no canal pago americano Fox.

As bruxas chegaram e parecem ter agradado o público americano. A trama se passa nos dias atuais, numa escola para jovens bruxas em Nova Orleans, onde elas aprendem a se defender de ataques misteriosos, além de tramas extras que envolvem poder e sedução. Com um elenco de peso, a atuação não deixou a desejar em sua estréia, apesar da série trabalhar em cima de velhos clichês.

A série traz elementos interessantes, como a relação feita com as histórias locais, tradições e voo doo, todas tomadas no cenário de Nova Orleans, conhecida por seus eventos nada convencionais. Apesar disso, o modo hollywoodiano de terror toma conta da trama, não trazendo muitas novidades e até tornando algumas cenas previsíveis e enfadonhas. O humor chega a ser um dos pontos fortes da série, que traz grandes traços de ironias e sarcasmos, dosados com uma boa dose de temáticas sexuais e conflitos entre os personagens.

A magia e a bruxaria são trazidas em seus esteriótipos, algumas vezes associadas a correntes satânicas e mesclando elementos culturais, fato que não poderia ser diferente em se tratando da temática de terror. Agora é aguardar os próximos episódios e ver o desenrolar desse segmento.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Neblina do Tempo: A Religião e a transmissão do conhecimento.

Sabedoria do Carvalho, Mistérios de Elêusis, Livros dos Mortos. Nomes e termos que nos remetem a sabedorias e conhecimentos antigos, mas como eram transmitidos?

Com a institucionalização da religião surge o problema da transmissão do conhecimento, como vimos os sacerdotes começaram a ter discípulos ou aprendizes, que nem sempre faziam uso correto do que aprendiam buscando aproveitar-se da crença daqueles que os procuravam.

A transmissão do conhecimento religioso era realizada aqueles que se apresentavam aos sacerdotes em busca de conhecimento ou de uma maior proximidade com as Divindades, em outros casos esses aprendizes eram escolhidos pelos próprios sacerdotes que “sentiriam” que determinada pessoa poderia vir a ser um aprendiz, outras pessoas mostravam “sinais” de que eram escolhidos pelas Divindades para serem seus novos sacerdotes e os mais antigos então os instruíam.

Comumente a transmissão acontecia em locais reservados destinados somente aos sacerdotes e seus aprendizes, estes locais poderiam ser salas dentro dos templos ou locais afastados dos centros urbanos, possuindo uma construção específica ou em meio a própria natureza.

Outra questão é que dependendo da cultura a transmissão do conhecimento era somente oral não havendo registros escritos, dessa forma o aprendiz deveria ter uma boa memória para guardar tudo aquilo que lhe era transmitido, sendo proibido fazer qualquer tipo de registro escrito para estudo posterior, pois somente os escolhidos como ele poderiam ter acesso a tal conhecimento.

Mesmo quando haviam registros escritos os aprendizes eram proibidos de transcrever qualquer parte para uso próprio, com o intuito de que tal conhecimento não caísse em poder de outros. Óbvio que dependendo da cultura e religião haviam exceções nessas regras, podendo o aprendiz transcrever o que lhe era ensinado para uso próprio.

Uma outra questão no preparo e aprendizado era o fator tempo, levavam-se anos e por vezes quase uma vida, até que o aprendiz pudesse ocupar  o lugar do sacerdote local ou seguir seu próprio caminho sacerdotal, o que fazia com que aqueles que buscavam apenas poder e influencia ao invés de conhecimento e do real caminho do sacerdócio abandonassem o aprendizado antes do tempo determinado, utilizando o conhecimento aprendendo em seu próprio benefício e abusando da crença alheia como charlatões.

O fator da oralidade e a destruição de registros escritos ou pictográficos seja pelo tempo, guerras, desastres naturais, razões políticas ou pessoais, fizeram com que muitos desses conhecimentos se perdessem para aqueles que nos dias atuais buscam dar continuidade, ou uma nova visão às antigas religiões e aos conhecimentos e sabedorias dos antigos.


Lembrando que aqui não me refiro ás religiões Xamânicas devido a transmissão do conhecimento nesses casos ocorrer em alguns momentos entre o aprendiz e a própria natureza e divindades, sem que haja a intermediação de algum sacerdote.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A problemática das pseudo-previsões oraculares e suas tendências (Parte 02)

Se me perguntarem “Vinicius o que espera para tempo amanhã?” e eu responder “Afirmo que pelo vento, amanhã poderá chover”, independente do resultado eu não estarei errado, e caso chova terei creditado algum título a meteorologia. Exemplos clássicos são os adivinhos que aparecem na TV aos montes fazendo adivinhações para o ano novo, cada um com um chute diferente dado de forma ampla, para caso errem a visão acertem no que não viram. Os que passarem longe serão simplesmente esquecidos, os que se aproximarem de algo serão reentrevistados aumentando assim sua clientela. Ex: “Esse próximo ano um ator famoso da rede globo irá morrer.”

Considerando a idade de vários atores e seu quadro de saúde, esse me parece um chute de ano novo muito bom, afinal não é incomum que em uma empresa com tantos atores em idade avançada perca algum durante o ano que se inicia, se o ator morrer é lucro para a adivinha, se não ninguém lembrará de suas previsões.

Penso agora ser necessário refletir sobre a possibilidade de ver o futuro ou o passado. Afirmo sem necessidade de explicar muito, por se tratar de uma afirmação de algo tão evidente que até mesmo uma criança reconheceria, que toda previsão falsa ou verdadeira se dá na memória imagética e sempre se dão no tempo presente. Com efeito, se vejo o futuro ou o passado, vejo-os no presente e não nos seus respectivos tempos.

Sobre o tempo é comum o homem dividi-lo em 3, esses são passado, presente e futuro. O passado já não mais existe, existiu, tudo que possuo são memórias de fatos passados, não um local ou espaço, onde o passado esteja contido e crescendo de acordo com o nascimento e morte do presente.

O futuro ainda não existe, não é pronto, não o esperamos como se fosse um conjunto de quadros de um filme que necessariamente irá tornar-se presente, como algo já escrito. O fato de o sol ter nascido ontem e nascido hoje não significa que exista um futuro pronto e que ele nascerá amanhã, mas podemos dizer que há grande probabilidade de que amanhã ele nasça a partir de uma relação de casualidade.

O fato de o sol ter nascido ontem e hoje, não é suficiente para afirmar que ele continuará a nascer, muito embora a indução possa vir a acertar o que irá ocorrer, ela não justifica o ocorrido (petição de principio) e mesmo que a indução acerte, não significa que só por que a lua dá voltas ao redor da terra, já exista um futuro pronto e repetitivo onde ela dará voltas ao redor por toda a eternidade (por mais que se tome o movimento dos astros como cíclico, essa tomada é falsa, já que o ciclo pressupõe ausência de principio e de fim, com efeito basta um corpo errante chocar-se com a lua para mudar seu movimento ou até mesmo despedaçá-la de uma hora para a outra, deixando-nos todos surpresos por ela não aparecer no dia seguinte, o mesmo pode se dar com qualquer outro fenômeno chamado cíclico.)

Partindo do principio que a opinião popular se engana e que não há passado, mas apenas memórias de fatos passados, tal como não há futuro, mas prognósticos (presente) que se efetivaram em uma esperança de um fato futuro. Parece-me sensato afirmar que é impossível prever um futuro pronto, uma vez que esse não existe, entretanto é possível ver as probabilidades maiores do que será presente.

Crendo na impossibilidade de um futuro, mas apenas de um presente em devir, a idéia de um adivinho que vê em um momento presente o que irá ocorrer como já existente é absurdo. Além disso a afirmação de um futuro feito, anula também as possibilidades mínimas de escolhas humanas, as afirmações de N futuros possíveis existentes em mundos paralelos é uma péssima saída racional, primeiro por não poder sustentar-se ou se provar, segundo que não resolve o problema mas criam-se outros que não se podem resolver.

Outra promessa dos oráculos é afirmar que a natureza humana se da por influência de números, planetas e outros astros, os números não existem na natureza são convenções humanas, afirmar que os números exercem influências sobre o homem (a partir do valor numérico do seu nome ou a data do seu nascimento) deixa a seguinte questão: “O primeiro homem não havia quantificado as coisas ou nomeado, sem nome e sem números, era nulo de influência numérica?” E quando os dias não eram contados, quando não havia calendário, já que o mesmo é uma convenção (datas e meses) o efeito desses também era nulo? Uma vez inventados, como passaram a ditar o comportamento humano?

Peço desculpas ao senhor Israil Wulfric por talvez não ter resolvido o problema e talvez criado outros, mas infelizmente minhas limitações me seguram a esse parco resultado, deixo aqui minhas investigações para que alguém mais hábil possa melhor termina-la.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A problemática das pseudo-previsões oraculares e suas tendências (Parte 1)


A pedido do fundador do grupo no facebook "Magos do Brasil", o Sr. Israfil, venho falar-lhes a cerca das “previsões” feitas pelos mestres de oráculos sobre o futuro ou a natureza dos homens. Peço que caso haja algum adepto do paganismo ou das mancias que não sinta-se ofendido, caso meus raciocínios contraponham suas crenças ou atividades.

Primeiro pretendo deixar claro o alvo de meus comentários e qual via de investigação utilizei para alcançar minhas conclusões, pretendo iniciar falando sobre o que chamo de oráculo, a natureza do tempo e em especial a respeito do futuro e as ações humanas.

Quando refiro-me a oráculos, estou me referindo a eles de forma vulgar, atentado ao que é exposto e não ao que é de fato, uma vez que não participo dos círculos internos de tais grupos não possuo qualquer habilidade de falar sobre seu íntimo e suas atividades ou a forma como procedem. Desejo falar aqui sobre aqueles que se expõem e tão diligentemente se oferecem ávidos a mostrar o futuro para desconhecidos, seja por dinheiro ou por fetiche.

Os oráculos prometem revelar aos homens situações que ainda não ocorreram, situações que já ocorreram e que não são do conhecimento de determinado sujeito ou ainda se oferecem para revelar aspectos de sua personalidade ou a forma como o individuo deveria agir. Essa arte que busca o status de divinatória é conhecida desde os tempos antigos e miraculosamente sobreviveu a idade da razão chegando ao nosso tempo.

A questão que desejo levantar primeiramente é se há alguma possibilidade de dizer um futuro sem nenhum dado presente que me permita deduzi-lo. Ou se há a possibilidade de falar sobre um fato passado sem possuir nenhum dado histórico que me leve até ele. Tais ações que são prometidas pelos oraculares serão postas agora em investigação, e mesmo que eu não seja capaz de ou negar tais habilidades, espero ao menos ter avançado o suficiente para que um homem mais habilidoso possa vir a fazê-lo.

Falando sobre o futuro, darei exemplos de previsões feitas por indução e previsões miraculosas; Previsão por dedução: João pega determinada pedra a ergue e em seguida a solta percebendo que ela busca o ponto mais baixo, ao repetir esse processo diversas vezes e guardar os múltiplos ocorridos na memória cria um único juízo universal que afirma; “sempre que uma pedra é erguida e em seguida solta, ela buscará o ponto mais baixo alcançável”. Partindo desse principio João sabe que se voltar a repetir o processo a pedra cairá no chão, ele prevê o fato antes mesmo que ocorra.

A previsão exposta acima é feita utilizando um princípio de causalidade, mesmo parecendo um método seguro, ele é falho, não é capaz de dizer o que será, mas o que será provavelmente.

Previsão oracular ou milagrosa: Cigana Maria recebe um cliente em sua tenda, joga para ele as cartas enquanto o cliente lhe conta suas preocupações e pergunta se a filha arranjará um bom partido livrando sua família da miséria eminente, a cigana em repentino lhe dá uma receita mágica de sedução (basicamente um modo teatral de aconselhar situações possíveis para casar a filha com pessoas de melhores situações) e lhe responde “feito isso, sua filha poderá casar-se com um bom partido”. 

Na pior das hipóteses se a moça casar-se com um pobretão ou simplesmente não se casar, a cigana não terá cometido erro algum, já que em nenhum momento ela fez uma afirmação categórica, apenas disse que partindo de determinadas ações o fim desejado poderia acontecer. O poderia aparece nestas “previsões” como um impulso de esperança para o pobre cliente e um ímpeto para galgar o desejo, caso a moça chegue a se casar a cigana será vista como uma grande profetiza, caso não, será apenas mais um cliente que dirá não acreditar em misticismo deixando o fato cair no esquecimento.
(continua)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Neblina do tempo: A religião como instituição.

Ao longo do advento da civilização e do desenvolvimento da religião algumas “regras” foram surgido, sendo adaptadas e modificadas aos poucos nos chamados cultos aos Deuses que surgiam e se estabeleciam nas cidades, fossem elas de grande ou pequeno porte.

Era o início da religião como instituição, que aos poucos foi adquirindo cada vez mais feições políticas, as quais se unem para governar a população.


Além das construções de templos e da instituição de locais sagrados para adoração, começaram a surgir outros “objetos de culto” como os instrumentos utilizados pelos sacerdotes, a exemplo disto temos, os incensos, sinos, e os tambores adaptados das práticas xamânicas, os cantos religiosos passarão a possuir diferentes funções como louvor, perdão, sacrifício, início e termino dos cultos, além dos cantos as chamadas danças sagradas utilizadas não apenas nos templos mas também nos festivais religiosos e nas procissões, roupas sacerdotais específicas para a adoração de determinada divindade e para festividade específica, dentre outros.


Nesse contexto temos o início do uso mais visual dos Deuses, fossem através de pinturas representativas nos templos ou de estátuas, tapeçarias, máscaras.


A primeira civilização a utilizar-se da religião “institucionalizada” de que temos notícia foi a Mesopotâmica, foram encontrados registros arqueológicos referentes à religião mesopotâmica que nos mostram que só o sacerdote adentrava no templo (geralmente um zigurate) onde coordenava os cultos religiosos, os ritos de magia e as observações astrológicas que auxiliavam na organização da cidade.

Cada cidade possuía o seu templo central com o seu sacerdote principal, além de outros sacerdotes para os chamados “deuses menores”.

Como citado anteriormente havia não só a utilização de instrumentos como incensários, mas também instrumentos musicais, dança, recitação de orações, procissões, além de representações divinas em pinturas, esculturas e cerâmicas, ornamentando não apenas os templos mas outros locais da cidade, como os portões de entrada e os muros.

Era uma religião de aspecto dualista havendo muitas vezes, batalhas entre o bem e o mal, travadas pelos Deuses, além de possuírem a crença no pós vida, com diversos ritos funerários esses ritos foram importantes para o enriquecimento de vários templos.


Havia também a utilização de textos mágicos com a finalidade de abençoar ou amaldiçoar, além dos textos míticos relatando as histórias e aventuras de Deuses e heróis.




Os arqueólogos continuam procurando e encontrando vestígios sobre a religião mesopotâmica para nos ajudar a entender a relação entre essa civilização e seus Deuses.

 

 
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