quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Neblina do Tempo: A Religião e a transmissão do conhecimento.

Sabedoria do Carvalho, Mistérios de Elêusis, Livros dos Mortos. Nomes e termos que nos remetem a sabedorias e conhecimentos antigos, mas como eram transmitidos?

Com a institucionalização da religião surge o problema da transmissão do conhecimento, como vimos os sacerdotes começaram a ter discípulos ou aprendizes, que nem sempre faziam uso correto do que aprendiam buscando aproveitar-se da crença daqueles que os procuravam.

A transmissão do conhecimento religioso era realizada aqueles que se apresentavam aos sacerdotes em busca de conhecimento ou de uma maior proximidade com as Divindades, em outros casos esses aprendizes eram escolhidos pelos próprios sacerdotes que “sentiriam” que determinada pessoa poderia vir a ser um aprendiz, outras pessoas mostravam “sinais” de que eram escolhidos pelas Divindades para serem seus novos sacerdotes e os mais antigos então os instruíam.

Comumente a transmissão acontecia em locais reservados destinados somente aos sacerdotes e seus aprendizes, estes locais poderiam ser salas dentro dos templos ou locais afastados dos centros urbanos, possuindo uma construção específica ou em meio a própria natureza.

Outra questão é que dependendo da cultura a transmissão do conhecimento era somente oral não havendo registros escritos, dessa forma o aprendiz deveria ter uma boa memória para guardar tudo aquilo que lhe era transmitido, sendo proibido fazer qualquer tipo de registro escrito para estudo posterior, pois somente os escolhidos como ele poderiam ter acesso a tal conhecimento.

Mesmo quando haviam registros escritos os aprendizes eram proibidos de transcrever qualquer parte para uso próprio, com o intuito de que tal conhecimento não caísse em poder de outros. Óbvio que dependendo da cultura e religião haviam exceções nessas regras, podendo o aprendiz transcrever o que lhe era ensinado para uso próprio.

Uma outra questão no preparo e aprendizado era o fator tempo, levavam-se anos e por vezes quase uma vida, até que o aprendiz pudesse ocupar  o lugar do sacerdote local ou seguir seu próprio caminho sacerdotal, o que fazia com que aqueles que buscavam apenas poder e influencia ao invés de conhecimento e do real caminho do sacerdócio abandonassem o aprendizado antes do tempo determinado, utilizando o conhecimento aprendendo em seu próprio benefício e abusando da crença alheia como charlatões.

O fator da oralidade e a destruição de registros escritos ou pictográficos seja pelo tempo, guerras, desastres naturais, razões políticas ou pessoais, fizeram com que muitos desses conhecimentos se perdessem para aqueles que nos dias atuais buscam dar continuidade, ou uma nova visão às antigas religiões e aos conhecimentos e sabedorias dos antigos.


Lembrando que aqui não me refiro ás religiões Xamânicas devido a transmissão do conhecimento nesses casos ocorrer em alguns momentos entre o aprendiz e a própria natureza e divindades, sem que haja a intermediação de algum sacerdote.

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