Sabedoria
do Carvalho, Mistérios de Elêusis, Livros dos Mortos. Nomes e termos que nos
remetem a sabedorias e conhecimentos antigos, mas como eram transmitidos?
Com
a institucionalização da religião surge o problema da transmissão do
conhecimento, como vimos os sacerdotes começaram a ter discípulos ou
aprendizes, que nem sempre faziam uso correto do que aprendiam buscando
aproveitar-se da crença daqueles que os procuravam.
A
transmissão do conhecimento religioso era realizada aqueles que se apresentavam
aos sacerdotes em busca de conhecimento ou de uma maior proximidade com as
Divindades, em outros casos esses aprendizes eram escolhidos pelos próprios
sacerdotes que “sentiriam” que determinada pessoa poderia vir a ser um
aprendiz, outras pessoas mostravam “sinais” de que eram escolhidos pelas
Divindades para serem seus novos sacerdotes e os mais antigos então os
instruíam.
Comumente
a transmissão acontecia em locais reservados destinados somente aos sacerdotes
e seus aprendizes, estes locais poderiam ser salas dentro dos templos ou locais
afastados dos centros urbanos, possuindo uma construção específica ou em meio a
própria natureza.
Outra
questão é que dependendo da cultura a transmissão do conhecimento era somente
oral não havendo registros escritos, dessa forma o aprendiz deveria ter uma boa
memória para guardar tudo aquilo que lhe era transmitido, sendo proibido fazer
qualquer tipo de registro escrito para estudo posterior, pois somente os
escolhidos como ele poderiam ter acesso a tal conhecimento.
Mesmo
quando haviam registros escritos os aprendizes eram proibidos de transcrever
qualquer parte para uso próprio, com o intuito de que tal conhecimento não
caísse em poder de outros. Óbvio que dependendo da cultura e religião haviam
exceções nessas regras, podendo o aprendiz transcrever o que lhe era ensinado
para uso próprio.
Uma
outra questão no preparo e aprendizado era o fator tempo, levavam-se anos e por
vezes quase uma vida, até que o aprendiz pudesse ocupar o lugar do sacerdote local ou seguir seu próprio
caminho sacerdotal, o que fazia com que aqueles que buscavam apenas poder e
influencia ao invés de conhecimento e do real caminho do sacerdócio
abandonassem o aprendizado antes do tempo determinado, utilizando o
conhecimento aprendendo em seu próprio benefício e abusando da crença alheia
como charlatões.
O
fator da oralidade e a destruição de registros escritos ou pictográficos seja
pelo tempo, guerras, desastres naturais, razões políticas ou pessoais, fizeram
com que muitos desses conhecimentos se perdessem para aqueles que nos dias
atuais buscam dar continuidade, ou uma nova visão às antigas religiões e aos
conhecimentos e sabedorias dos antigos.
Lembrando
que aqui não me refiro ás religiões Xamânicas devido a transmissão do
conhecimento nesses casos ocorrer em alguns momentos entre o aprendiz e a
própria natureza e divindades, sem que haja a intermediação de algum sacerdote.
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