terça-feira, 31 de julho de 2012

Filosofia Oculta: Viagem ao Espigueiro Esmeraldino



Era mais ou menos duas horas da manhã. Lord Vincus estava em seu quarto meditando, e o único som que se ouvia era o de cantos gregorianos que eram gerados pelo seu computador, sons que ecoavam por todas as paredes.


O jovem magista deitou-se de barriga para cima e então algo lhe ocorreu. Estava dormindo e ao mesmo tempo consciente de tudo ao redor.


Primeiramente sentiu um grande peso sobre seu corpo, conforme lutava para levantar o peso migrava paras as partes que continuavam na cama como a perna e a cintura, quando finalmente levantou-se completamente, contemplou seu corpo inerte dormindo, e em um determinado momento ele já não se interessava mais.


 >> Fechei os olhos, desejei visitar os montes onde um velho amigo habitava, e ao abrir os olhos, eu lá estava.


 O chão estava tomado por fios d’água cristalinos cortando o chão de pedra, toda a água partia de um único local, uma caverna mais adiante, o sol brilhava no alto de um céu alaranjado ornado de duas luas, o clima era muito agradável.


Ao me aproximar da caverna ergui as mãos e evoquei a chave vincuniana sob meus pés, o símbolo brilhou forte em tons de verde, e foi então que eu disse:
“Dragão alado do ar,
Seu poder e coragem me dão animo para guerra,
Sua presença é poderosa e desaprova todos os covardes,
Eu o evoco a elevar-se como um tornado.

Dragão alado voe sobre os campos do ocidente,
Descanse sob a luz do poente,
Pois o seu poder evoco para auxílio,
O poder de um amigo de muitas eras.”

(Grimório pagão Vincuniano)


Um grande rugido foi lançado para fora da caverna. Decidi entrar, lá dentro estava muito escuro, e ao chegar a um determinado ponto, dois olhos vermelhos muito brilhantes iluminaram o local. O dono desses faróis era um enorme réptil coberto por escamas verdes reluzentes, o pescoço e as costas possuíam ossos afiados brotando sem ordem, suas asas estavam abertas, o que lhe deixava ainda maior, e de sua boca lotada de dentes escapava uma fumaça acinzentada, que por vezes encobria seus bigodes de carpa.


Coloquei-me à frente dele e desejei olhar por ele; e assim ocorreu, ao invés de vê-lo, via a mim mesmo. Não como costumo ver as coisas, mas de alguma forma também enxergava com o olfato.


Eu via um humanoide, muito vermelho e brilhante, possuía um cheiro metálico que me abria o apetite, rapidamente deixei a visão do dragão e voltei a mim.<<

Espigueiro: Há quanto tempo não lhe vejo, e não ouço aquela evocação sem nenhuma beleza ou harmonia.


Lord Vincus: Ora Esmeraldino, se esquece de que eu era ainda jovem quando compus aquilo?


Espigueiro: Você ainda é jovem Lord Vincus, jovem e tolo, mas dentre a maioria do humanos, ser seu guia não é uma opção tão desagradável.


Lord Vincus: Vejo que seu bom humor continua intacto, mesmo depois de um ano sem minhas visitas.


Espigueiro: Tenho vida muito longa em relação aos seres mais jovens, um ano terrestre não é nem de longe uma grande espera, mas em relação ao período de visitas que você costumava fazer, sim, faz muito tempo.


Lord Vincus: Não vamos ficar jogando conversa fora, não sei quanto tempo conseguirei permanecer separado do meu corpo denso, então vamos ao que interessa.


Espigueiro: O que deseja Lord Vincus, pelo intelecto, apreender?



Lord Vincus: Quero que me ajude a melhorar minhas habilidades e conhecimentos.


Espigueiro: Até que suas habilidades sejam consideradas dignas de serem chamadas assim, levará muito tempo e será muito trabalhoso, mas posso ajudá-lo a seguir por esta via meu jovem pupilo.


Lord Vincus: Por onde começo guardião?


Espigueiro: Você precisa aprender muito, e há condições não suficientes, mas necessárias que está ignorando. Comece revendo seus apetites, pois muito permanece em ti daquilo que constitui as bestas, e disto devia se envergonhar. Cuide também de teu intelecto, que embora tenha feito bom avanço, ainda continua rudimentar, estude a natureza, pois conhecendo o anjo alcançará o arcanjo.


Treine, Lord Vincus, treine como se uma batalha iminente estivesse à tua espera, tenha-se sempre atrasado, esteja sempre a exercitar a guerra.


Afaste-se dos vícios que drogam o cérebro, dos excessivos vapores da carne que embebedam o espírito, e que sempre nos deixam temerosos quanto à nossa imagem perante os iguais e superiores, pois o Bem ou aquilo que se faz de boa fé, não envergonham a alma.


Não bastam a saúde e o intelecto em ato para a eudaemonia, mas as coisas que são vergonhosas ao espírito devem ser evitadas, aquelas coisas comum à mente humana, como os vícios do corpo e tudo aquilo que choca os espíritos dos viventes. Pois a eudaemonia é egoísta, não deve ser feita à custa de outros ou visando-os.


Pois apreende agora meu filho, antes que seu corpo pereça e teu espírito se esqueça, pois é tendência do espírito tornar-se esquecidiço, como uma criança traumatizada, que se esquece de suas mazelas e substitui suas memórias por inúmeros símbolos e manifestações de seu passado, sejam de forma dolorosa ou não dolorosa.


>> Minha projeção passou a oscilar, minha visão foi tornando-se turva.<<


Espigueiro: Teu corpo o chama, ainda está intoxicado de teus maus costumes, vejo que não poderás mais ficar aqui. Leve esta última pérola com você:


“Oh, Humanos perecíveis, embevecidos pelo vinho sem mistura da ignorância, cuja realidade limita-se aos olhos sensíveis, e quando pior, a fé não é posta sob a razão. Oh, despertai corais humanos, despertai, pois o sofrimento desmedido e o não zelo pelo intelecto adoece a vossa alma. Oh, pobres sentimentalistas, 'ofensíveis' e efeminados, pobres e fracos, olhai no espelho à sombra da magnificência, à sombra demiúrgica, ansiosa por liberdade e respeito. Não matem o homem e a natureza por idealismo, idealizem um homem melhor de forma não destrutiva. Que verdades possuem aqueles que ainda sofrem? Que bens podem oferecer, que já não ofereceram a si mesmos? Crescei e multiplicai seus conhecimentos e horizontes, pois não só de pão vive o homem, já que este não é só corpo, é intelecto também, e esta parte queima de desejo pelo conhecimento."


>> Após calar-se, o dragão expeliu uma onda de fogo sobre mim, fui impulsionado rapidamente de volta, e quando voltei, foi como tivesse saltado de uma grande altura que ao bater no chão, fez meu corpo subir alguns centímetros.


Eu estava mais leve, momentaneamente me sentia mais leve, como se a chama do dragão tivesse clareado e aquecido meu espírito.<<



 Lord Vincus
2012 

Boatos criam temor sobre destruição de pirâmides egípcias


O quê? Os novos líderes islâmicos do Egito querem destruir as Grandes Pirâmides do país, raspar as imagens das máscaras mortuárias dos faraós e até mesmo remover o sorriso que resta na face da Esfinge? Quem lê muitos blogs americanos de direita pode pensar que sim, embora não exista nenhum sinal de tal vontade islâmica de destruir monumentos do Egito antigo.



Mas o temor causado é um exemplo de como um rumor, especialmente sobre um lugar tumultuado como o Egito atual, pode ganhar vida própria – alimentado por uma notícia, um post no Twitter e uma ou duas coincidências convenientes.
A alegação de que os radicais islâmicos tinham solicitado ao presidente Mohammed Morsi que demolisse as pirâmides - em nome da aversão muçulmana aos artefatos do paganismo - aparentemente começou com um artigo publicado no dia 30 de junho na Rose el-Youssef, uma revista egípcia que durante anos foi um veículo essencial para Hosni Mubarak, o antecessor deposto de Morsi.

A revista citou um comentário feito via Twitter no dia 24 de junho por um proeminente xeique do Bahrein, Abdellatif al-Mahmoud, que solicitava que Morsi "conseguisse concretizar o que o Sahabi Amir bin al-As não conseguiu" e destruir as imagens "idólatras" das pirâmides. A referência foi feita ao companheiro do profeta Maomé, que conquistou o Egito, embora os estudiosos do Islã tenham dito que ele nunca sequer tentou destruir as pirâmides.
No dia 12 de julho, alguém que reivindicava ser o xeique havia repudiado o comentário feito no Twitter dizendo que não passava de um golpe. "Esse comentário não foi escrito por mim e é bem provável que os traidores criaram tudo isso para distorcer minha imagem", disse Mahmoud - ou melhor, o usuário @amahmood2011, que afirma ser Mahmoud.

"As coisas que os americanos dizem nos mostram que eles são loucos", disse Abdel Nur Halim el-Din, um professor egípcio de antiguidades e ex-presidente do Conselho Supremo de Antiguidades do país.


A revista Commentary (Comentário, em tradução literal) foi mais contida, mas demonstrou sua preocupação: "O fato de uma ideia maluca como esta ser capaz de ganhar voz em qualquer mídia árabe ou site islâmico deveria ser motivo de preocupação, dados os seus antecedentes."Uma publicação em um blog chamado American Thinker (Pensador Americano, em tradução literal) dizia que "ninguém deveria se surpreender com a vontade dos fanáticos de explodir monumentos que tem cerca de 5,5 mil anos", criando assim uma enorme polêmica.

Estes antecedentes são coisas como a recente destruição de monumentos antigos por radicais islâmicos em Timbuktu, que tomaram conta do norte de Mali e consideraram a região anti-islâmica, e a destruição de estátuas de 1,5 mil anos de Buda esculpidas em um penhasco na região central do Afeganistão pelo Taleban, em 2001. Mas, em geral, a história da pirâmide não causou tanto impacto assim.

Um programa de televisão egípcio mencionou o ocorrido, mas apenas para denunciar o xeique saudita Ali Al Rabieei, que havia sido citado em uma reportagem como o futuro destruidor das pirâmides. O xeique repudiou as declarações atribuídas a ele e ofereceu uma recompensa para quem lhe disser quem foi o responsável pelas declarações feitas em seu nome em duas contas supostamente falsas no Twitter.
"Estes boatos procuram danificar a imagem do Egito e a imagem de Morsi", disse Nur el-Din. Ele afirmou que Morsi havia garantido aos funcionários de turismo do Egito de que as antiguidades do país não estavam em perigo de serem danificadas pelo novo governo.

Fonte: IG

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Lança: Anúbis (Parte 1)

Anúbis, filho de Néftis e Osíris. Deus com cabeça de chacal. Primeiro Senhor dos Mortos. Guia dos Mortos Egípcios. Fiel protetor de Ísis.

Néftis, sua mãe, mantinha uma paixão secreta por Osíris, seu irmão e marido de sua irmã gêmea Ísis. Certo dia, colocou um pouco de perfume da irmã e deitou-se nos jardins em que Ísis ficava. Era noite. Osíris chegou de viagem e com saudades de sua esposa procurou-a, mas por conta da escuridão e do perfume inebriante que sentia e a semelhança entre as duas mulheres, não notou que deitava-se com outra. Anúbis assim foi concebido.

Ao nascer foi deixado por sua mãe às margens do Nilo, pois esta temia a ira de Seth, seu marido. Ísis ao saber do ocorrido procurou a criança e resolveu dela cuidar. Anúbis cresceu sendo protegido por Ísis e em gratidão também a protegia. Com ela descobriu os dons da cura e juntos, quando da morte de Osíris, criaram os primeiros ritos de mumificação. 

Em resumo, esta é a principal história de Anúbis. No entanto, sua lenda pode variar e outros atributos deste guia devem ser compreendidos. Mas para o início dessa história gostaria de lhes apresentar um texto encontrado no livro de Kala Trobe que para mim fala muito bem do papel de Anúbis.

"Os pranteadores andeiam pelas margens do Nilo suas lágrimas aumentadas pelo incenso viscoso que se derrama das mãos do sacerdote com cabeça de chacal, à frente da procissão. Embora ele mostre o caminho, magicamente também sustenta a múmia que vem atrás, mulher e filhos lamentando-se e rasgando as roupas por seus Osíris. Esta é uma procissão funerária na qual as carpideiras profissionais são desnecessárias.

O caminho para a tumba é longo, um longo caminho pelas areias escaldantes; mas com bocas secas e faces molhadas, repetem os encantamentos que garantem uma chegada segura. Essa viagem de lágrimas é apenas o início; mil processos de transição devem ser realizados para que o bem-amado esteja pronto para navegar na Barca de Rá-Osíris rumo à imortalidade estelar.

Aves falconídeas irmãs sobrevoam a procissão, suas asas protegendo do sol a faixa de humanidade enlutada. Ísis nunca perde um funeral; quer certificar-se de que ninguém sofra como ela na busca de seu Osíris. Ela transmite simpatia aos enlutados e proteção aos Mortos.

Anúbis guia-os para a necrópole. Ele canta seus encantamentos de qualquer maneira, abrindo a boca da tumba para receber seus mortos, uma comunhão legítima ecoada pela abertura da boca de Osíris. O duplo da alma pode participar do alimento e da bebida sagrada, uma vez que os complexos rituais iniciais tenham sido realizados, mas primeiro é hora de dizer adeus ao Exterior, adeus aos pranteadores que gritam e se lamentam. Acima deles, Ísis derrama uma lágrima de recordação.

O sarcófago é baixado à tumba. Anúbis, que torna todos os corpos sadios outra vez, toca-o e é transportado para dentro. Aqui ele lançará seus talismãs, fará suas mágicas, garantirá uma viagem segura para a jovem alma.

Seus olhos aguçados contemplam de seu rosto preto-sódio uma advertência a qualquer um que deseja imiscuir-se na propriedade e nos direitos desta alma nova. A alma percebe seu guardião; preto como o lodo, ele nomeia aquela pele; tão negro como o fértil Delta verdejante quando as marés retrocedem...

 Osíris no meio, o portador do cetro, Anúbis, à esquerda, Thot, à sua direita, Hórus, ao norte e Seth, ao Sul, sonhando com as correntes do rio e embalada pelas orações e o incenso, a alma repousa inviolada."

Anúbis protege os vivos e os mortos. Falaremos mais sobre isso na próxima semana.
Beijos estalados para todos!



Referência bibliográfica:

Trobe, Kala; Invocação dos Deuses. São Paulo: Madras Editora, 2001, p. 113 e 114.

domingo, 29 de julho de 2012

Cotidiano Pagão: Artesanato de Verão

 
Olá! Uma vez mais, desculpem pelo atraso. Hoje venho com algo novo, adquiri um livro com diversas atividades e construções relacionadas com as estações e, como em Portugal é Verão (e muito calor, só para que conste!) decidi começar pelas atividades de Verão!
  • Paraquedistas
Material Necessário:
  1.  24-30cm2 de tecido leve ou papel de seda, branco ou de cor. 
  2. Linhas com 35cm de comprimento, quatro por paraquedas. 
  3. Cera ou Barro
Realização:
  1. Prenda a linha aos quatro cantos do tecido, amarrotando cada canto, enrolando uma ponta da linha à volta dele algumas vezes e dando um nó. Deixe a outra ponta do fio livre.
  2. Prenda os outros três fios. Junte as pontas soltas e dê-lhes um nó.
  3. Envolva o nó numa bola de cera ou barro e, se quiser, molde uma pessoa pequena. Dê-lhe apenas uma forma muito geral, sem acrescentar grandes pormenores. 
  • Ilhas de Musgo
 Material Necessário:
  1.  Musgo (apanhe um pouco num sítio onde cresça naturalmente: áreas úmidas, margens de regatos, etc.)
  2. Pá pequena ou pá de jardinagem
  3. Recipiente grande para água (lençol de água ou areia, banheira, bacias, etc).
  4. Pedras de tamanho médio e grande
  5. Areia
  6. Água
  7. Barcos de noz ou rolhas, palitos, etc.
  8. Pulverizador de plantas
Realização:
  1. Retire o musgo com cuidado, juntamente com uma camada de terra, e conserve-o úmido enquanto o transporta. Proteja a área donde retirou o musgo, preenchendo os espaços e calcando a terra solta com cuidado. Nunca retire demasiado de um só sítio.
  2. Disponha as pedras ao centro e nos cantos do recipiente da água, firmando-as para fazerem pequenos rochedos ou montanhas (crie cavernas, deixando espaços entre as rochas). Faça uma pequena praia perto da base de um rochedo colocando alguma areia em cima de uma rocha rasa. 
  3. Junte cuidadosamente o musgo às ilhas rochosas, torando-as verdes e cheias de vida. Veja bem se o musgo tem uma boa base de terra, juntando alguma se for necessário. Calque o musgo nos espaços rochosos. Não precisa de cobrir completamente as rochas.
  4. Encha o contentor de água quase até meio. Necessita de água suficiente para que as crianças possam-se divertir sem inundar as praias e as ilhas. 
  5. Pode criar barcos de noz, pequenos homens de cera ou barquinhos com rolhas, velas, palitos e muito mais para que as crianças se possam entreter durante horas a fio!

Espero que tenham gostado, pessoalmente, espero um dia ter oportunidade de criar Ilhas de Musgo! E, claro, verão fotos se tal acontecer! 

Bênçãos da Deusa,
MissElphie
Fonte:
Petrash, Carol (1992). Os Tesouros da Terra. Lisboa: Instituto Piaget.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Runenmagie: Runas e os Wanen/Vanir


Hail!

Primeiramente, desculpem pela ausência da última postagem. Estive na organização do ENCPENP (Encontro Pernambucano de Neopaganismo) e realmente me fugiu da memória a publicação. Novamente, desculpem.

Em segundo lugar, hoje iremos finalmente concluir os aspectos mitológicos das runas e partir para suas particularidades oraculares. Deixei para o fim, propositalmente, a análise do mito presente na Tradição Wanen.


Vou ressaltar mais uma vez que a Tradição Wanen segue uma via de conhecimento e crenças que não dá para em todas as suas tônicas ser comparadas com o que foi datado ou documentado. Ou seja, muito do que vou escrever aqui não vai ser encontrado em livros, pois a Tradição tem uma visão própria e diferente dos Deuses.

Mandala com a presença de Mardoll, seus gatos (Trygull e Bygull),
o colar mítico e a espiral dupla, simbolo da Tradição Wanen.
 Na mitologia Wanen, as runas foram criadas por Mardoll, ou a Freyja germânica. Freyja é a Deusa da beleza, do prazer e da magia, nos mitos a que todos tem acesso. Para a Wanen, Freyja é um título e a primeira a utilizar tal título, foi Mardoll, a principal Deusa dos cultos da Tradição.


Além dos atributos já citados, Mardoll também é reconhecida como a Deusa dos Nascimentos, do Fogo e do Gelo, da Criação, da Arte, das Runas, do Seidr (técnica de xamanismo nórdico), das Valquírias e do Galdr¹.


Seu surgimento, assim como dos principais Deuses da Tradição e das runas é contado no Mito de Criação. Segundo ele



tudo era vazio, e no vazio rompeu-se a luz e seu nome era Mardoll²; sozinha no infinito, ela criou com um hálito gelado um espelho no qual se mirou e apaixonou-se pela sua própria imagem. Traçou nele um símbolo³ e sobre ele sussurrou "Galdr". O seu reflexo no espelho de Gelo se tornou sua segunda polaridade e traçou de maneira invertida o mesmo símbolo formando assim a runa Inguz. O reflexo de Mardoll então tomou forma e emergiu do espelho4 na forma do Deus Inguz, consorte de Mardoll.

Os Deuses dançaram e se amaram no vazio e, neste ato surgiram outros Deuses. Enquanto amava Inguz, Mardoll continuou traçando os símbolos rúnicos e sussurrou sobre eles. Os Espíritos Rúnicos foram então tomando também forma e começaram a dançar e se amar entre si e a criar novas combinações rúnicas. E destas combinações que foram surgindo os mundos, os seres e cada coisa existente



As runas, ou Espíritos Rúnicos, são agentes diretos no momento da Criação, sendo a matéria prima para tudo o que existe (tal quais os códigos do filme Matrix). São sigilos para a sabedoria primitiva. Cada sussurro de Mardoll continha determinada energia fundamental para a criação dos mundos. E é isso que as runas são para os Wanen: Espíritos Sagrados essenciais para a existência e harmonia das coisas.

¹Técnica germânica de magia sonora.
²Significa: “aquela que brilha sobre o mar” 
³Ela traçou a Runa Kaunaz (<), a runa do fogo espiritual, da criação e que a representava.
4Que por si só já era uma runa, a Isa. Runa do gelo e da forma concreta e material.

 Fonte: Tradição Wanen

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Caminhando entre as Deusas: Hathor (Parte 1)


Hathor, a Deusa Vaca. Deusa do amor, da fertilidade, da beleza, da dança. Uma das faces de Ísis. Seu nome significa a "Casa de Hórus", acredita-se que por conta disso tornou-se uma divindade separada que desempenhava esta função. No entanto, existem várias controvérsias em suas histórias

No sul do Egito, por volta do dia 22 de agosto, ocorria o Festival de Hathor e Min. Eles eram adorados como as divindades mais velhas deste país, sendo anteriores a Rá e até mais aos mais populares como Ísis e Osíris. Acredita-se que estes rituais foram os que deram origem e molde aos ritos que posteriormente seriam dedicados a Ísis.

A união de Hathor e Min teria sido a primeira, aquela que deu origem a todo o mundo. Nesse dia, as estátuas dos dois Deuses partiam dos seus centros de cultos em Dendera e Coptos respectivamente, percorrendo as ruas da cidade e abençoando todos os cidadãos que desejavam ter filhos e para garantir a reprodução dos animais e as colheitas do ano novo. Após a procissão as estátuas seguiam para o templo e o rei e a rainha ou a alta sacerdotisa do templo copulavam para simbolizar a união dos dois Deuses. Logo após quatro pássaros eram soltos para que corressem os quatro pontos cardeais avisando as boas novas, que Hórus havia assumido a coroa do Alto e Baixo Egito.

As semelhanças entre Hathor e Ísis e Min e Osíris, são inúmeras. Além disso Ela também é associada a Deusa Inanna, e por isso sua sexualidade e alegria extasiante contagia a todos. É o espírito que cria a matéria (Ellis, 2003). Quando os ritos de Ísis começaram a ganhar proeminência, a imagem das duas Deusas foram se fundindo e às vezes só é possível dizer se a imagem que estamos vendo é de uma ou outra se tiver a inscrição dos nomes nos pés da imagem. Alguns dizem que Hathor é a Ísis Clara, aquela que é virgem, amante, mãe, a que ainda não conheceu o dor da perda e o luto, a Ísis Escura, ou a Face Negra desta Deusa.

Sua história percorreu vários caminhos até chegar ao que conhecemos hoje. Uma das lendas conta que Ela dá disputa de Set e Hórus pelo trono do Egito, foi que animou novamente Rá, fazendo para Ele uma dança erótica, este acabou por se recuperar do enfado que a disputa estava lhe dando e voltou para continuar conduzindo o processo.

As histórias confundem-se e pode ser confuso para os leitores de primeira viagem entenderam o intricando de papéis e caminhos tortuosos que os Deuses Egípcios percorreram; no entanto, a magia que Eles possuem é riquíssima e há sempre um novo caminho para ser descoberto. A Deusa do Amor e do Destino no Egito pode ser conhecida por Ísis ou por Hathor, mas cada uma lhe aparecerá de forma diferente. Hoje ficaremos por aqui, mas semana que vem continuaremos explorando os caminhos da sexualidade e alegria que a Jovem Hathor pode propiciar aos seus seguidores.

Fiquem em paz e ouçam o chamado da Deusa, convidando-os para a dança da vida com o toque suave do seu sistro.




Bibliografia Consultada:
- ELLIS, N.; Deusas e Deuses Egípcios: Festivais de Luzes: Celebrações para as estaões da vida baseadas nos mistérios das deusas egípciasSão Paulo: Mandras, 2003;
REGULAD.; Os mistérios de Ísis: seu culto e magia. São Paulo: Mandras, 2004.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Universo Simbólico: O Vodoum, as Vévés e o Sincretismo persistente.

Olá pessoal, eu estava quase toda a semana passada falando com uns conhecidos meus sobre Sigilo e com o passar dos dias me deparei com as “Vévés” de cultura Vodoum, são sigilos interessantes igual a sua parte histórica. São muitas as semelhanças com a nossa cultura Afro-brasileira, dentre outras. Vale relembrar que existem muitas outras formas de Vodoum espalhadas pelo mundo  e que tudo faz parte de uma “Grande, resistente e multicolorida Teia”.

O termo Vodoum ou Vudu, dentre outras, foi reconhecida no Oeste da África no reino chamado Daomé atualmente conhecido como Benim. Com a escravidão no século 19, os nativos de Daomé foram capturados e levados para que fossem trocados por armas e alimentos por mercadores europeus, o que os levou a se estabelecer em muitas partes das Índias Ocidentais e no Haiti. Como na época a igreja católica demorou a constituir um clero que pudesse batalhar pela religião cristã no Haiti, esta ausência prolongada deu aos escravos a oportunidade de combinarem a sua religião, o vodu, com o catolicismo, formando um denso sincretismo religioso. Diz-se que 95% dos haitianos são católicos e 100%, adeptos do vodoum. Tanto é assim que, às vezes, é difícil determinar onde acaba o catolicismo e começa o voduísmo.




A maioria das religiões possui líderes que conduzem seus cultos e rituais. No vodu isso também existe, eles são conhecidos por Hungans. A mulher também tem a sua participação, porém, a terminologia a ela conferida é Mambo.  Existem algumas informações que apontam o voduísmo como uma religião matriarcal, na qual a Mambo é conhecida também como rainha, porém, é o Hungan que preside o Hunfort, (o santuário religioso). O Sacerdote vodu possui várias posições: atua como curandeiro, adivinho e exorcista. Nas comunidades em que se observa a falta do sacerdote a mulher toma a frente, sendo considerada a maior autoridade religiosa. (Qualquer  semelhança com  algumas  tradições  Wiccanas  são  mera  coincidência). 



Dança Vodoum de Invocação
As “Vévés” que derivam dos povos Taino, (Índios Pré-colombianos que habitavam o Haiti e a república dominicana em cinco Reinos por volta de 1492, com a chegada de Cristóvão Colombo á América) são representações de figuras do mundo astral, que se assemelham ao propósito dos Sigilos encontrados na Goetia e até mesmo dos pontos riscados na cultura Afro. Seu simbolismo é rico em detalhes e cada traço dos Vévés nos fazem lembrar das formas de Magiah Riscada utilizada na Cultura Nagô. No Vodoum não existem entidades exclusivas para praticar o mal e sim é crença que todas as entidades são duais e tudo varia de acordo como são tratadas, muito semelhante a Umbanda. Os nomes das divindades se alteram, dependendo da região onde o ritual é praticado, mas a maioria dos adeptos dessa prática considera que o panteão veio do Oeste africano. As entidades desses panteões, por muitas vezes, são consideradas pelos adeptos como espíritos de pessoas que já morreram, homens que tiveram importância dentro da comunidade religiosa, príncipes ou sacerdotes. Esses espíritos levam o nome de “loas”, e podem ser classificados em entidades de dois grupos:

Rada:
Entidades transmitidas por Daomé.

Petros:
Entidades que, ao longo do tempo, infiltraram-se na prática religiosa vodoum. Segundo a crença vodoum, as manifestações dos grupos Petros e Rada têm personalidades e sensibilidades definidas e procuram sempre seguir uma família específica de adeptos. Outras divindades são públicas, manifestando-se em qualquer pessoa.



Maio é o período do ano mais ativo para os adeptos do vodu, pois é quando se intensifica o ritual e magias em busca da “felicidade”. Quando pensamos em vodoum, sempre nos vem à mente bonecos sendo espetados por agulhas. Esta forma de Culto religioso não e só feita disso, muitas das suas praticas são muito sigilosas e todas as formas de feitiçaria só dependem da intenção (fator extremamente importante) de quem as utiliza. Neste texto vimos algumas particularidades e fizemos algumas comparações com alguns credos religiosos. Sincretismo  que sempre irá persistir. Acreditando ter clareado parcialmente a visão que a mídia tem dado para este assunto que é  muito extenso e ter aberto a vocês outros caminhos, agradeço desde já a visita.

A Todos,
Pax Lux et Nox.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Filosofia Oculta: As Leis (Parte 04)

6° Lei: Princípio da causa e efeito.
“Toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua causa; tudo permanece de acordo com a lei; o Acaso é simplesmente o nome dado a uma lei não conhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei”. (O Caibalion, p 9)

Esta lei exige um pouco de atenção para que não venhamos a nos confundir com o jogo de palavras, talvez eu pareça repetitivo, mas se assim o faço, é para garantir a compreensão do texto.

Toda causa gera um efeito, e todo efeito é sucessor de uma causa. Uma causa pode ser resultado de causas mais antigas ou uma cadeia de causas, fazendo da causa em questão um efeito.

A cadeia de causas cresce incontavelmente e se quisermos encontrar seu principio, não podemos seguir a cadeia, mas apenas ter pela razão que há uma causa primeira, e se essa causa é primeira, não pode ser precedida por nenhuma outra, sendo a única causa que não é também um efeito.

Sempre há uma causa e um por que para todos os acontecimentos” (O Caibalion, p 44)

Tudo que ocorre, não ocorre do nada, pois o nada, nada produz, o nada nem se quer existe. Não há caos, não há azar, há apenas eventos ignorados.

13- Pois ele não deixou lugar algum ao não ser; a todas as coisas que existem vêm e são a partir de coisas que existem, e não a partir de coisas inexistentes: pois não é da natureza das coisas inexistentes vir a ser, mas sua natureza é tal que elas não podem ser qualquer coisa, e em contra partida as coisas que são não poderão vir a não ser, JAMAIS.” (Corpus hermeticum, IIB,Título perdido)

Toda a ação gera uma reação, todo movimento gera movimento, tudo que enviado emana retornos em diferentes graus de existência. Essa é a lei, não pode ser burlada, nenhuma lei pode,mas pode ser enfraquecida impondo a força contra força.

7° Lei: O principio do Gênero.
“O gênero está em tudo; tudo tem seus princípios masculino e feminino; O Gênero se manifesta em todos os planos” (O caibalion, p 46)

Não tomemos gênero meramente como sexo (no sentido orgânico), esta lei está intimamente ligada ao principio de polaridade, mas esta lei, mas especificamente diz respeito à geração.

A lei diz que quando gêneros diferentes se encontram, geram novos seres com novas qualidades.

Como:
Ativo + passivo = neutro ou Pai + Mãe = Filho ou Acido + Base = sal
(Exemplos do tratado ciências Ocultas I , Papus)

Ou seja, tudo tem seu oposto, tudo tem gênero, a união do gêneros gera seres de outras qualidades, assim se dá a reprodução nos mais diversos níveis de existência.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Lança: Hélio


Hélio, Deus do Sol, filho dos titãs Hipérion e Téia, irmão de Eos (Aurora) e Selene (Lua). Esposo de Perseide, filha de Oceano e Tétis, teve com ela vários filhos, entre eles Eetes, Circe, Perses e Pasífae. Além deles, teve as Héliades e Faetonte com Clímene.

Todo dia Ele viaja pelo céu com a carruagem do sol e de seus olhos nada escapa, por isso muitas vezes é convocado pelos outros Deuses para ser testemunha em suas disputas, por isso também era conhecido por ser o Deus da onisciência e do tempo. Dessa forma, Ele era aquele que dava o exemplo da ética a ser seguida denunciando todos os delitos e culpados, levando-os para pagarem por seus erros.

Pode ser identificado por possuir uma auréola solar na cabeça e mesmo muitas vezes sendo sincreticamente associado ao Deus Apolo, foram durante muito tempo adorados como divindades diferentes. Hélio é um titã, enquanto Apolo é olimpiano, e teoricamente são de épocas diferentes.

Uma de suas funções é trazer luz e calor para os homens, aquecendo-os e ajudando as plantas a crescer e seus frutos a amadurecer.

A ilha de Rhodes foi lhe dada de presente por seu casamento com a filha de Oceano, e nela era considerado o Deus principal sendo festejado anualmente com grandes honras. É por isso também que o famoso Colosso de Rodes, considerado uma das 7° maravilhas do mundo antigo, é uma estátua Dele. É do seu  nome que a palavra heliocêntrico deriva.

Para conhecer este Deus, seu lado positivo e negativo, um simples exercício pode ser feito: sente-se confortavelmente em um local em que possa sentir os seus raios e observar sua trajetória. Sinta o calor dele por sua pele, quanto tempo você pode suportar? Você consegue olha-lo sem algum tipo de proteção? Por quanto tempo? O que você sente ao passar muito tempo diretamente sobre os seus raios? E apenas por um pouco de tempo ou através de uma sombra?

As pessoas reagem diferentemente ao seu poder, alguns conseguem suportar mais tempo os efeitos dos seus raios quando incidem diretamente, outros apenas por pouco tempo. Nele existem o prazer e o desprazer. Então, meditem e descubram o que Ele tem para lhe mostrar e até onde Ele pode lhe mostrar.


Referências:

http://medievallegends.blogspot.com.br/2010/07/helio-o-deus-sol.html

http://www.brasilescola.com/mitologia/helios.htm

http://osegundocirculo.blogspot.com.br/2009/08/helios-deus-sol-da-mitologia-grega.html

Neptunália 2012 foi realizada na Vila Pagã

Nesse domingo (22/07) foi celebrada na Vila Pagã o festival de Neptunália, em honra ao Deus romano Netuno. No encontro, estiveram presentes pagãos de várias vertentes e também lagopienses que vieram conhecer o grupo. Durante todo o dia foram realizados rituais, trilhas, banquetes e práticas de integração entre os presentes. A seguir, algumas fotos do dia de Neptunália:

Acima, roda de debates da Neptunpália

Bosque das Ninfas, local onde foi realizado o Evento
Abaixo, pratos típicos servidos no almoço da Neptunália
Abaixo, placa de boas vindas


Após a celebração, o grupo fez um tour pela Vila

Árvore das Fadas


Placa de Sinalização da Árvore das Fadas


Acima, Bosque de Fortuna

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Bosque: Sobre Cosmologia


De milhares de anos atrás até hoje, olhamos para o céu (e para a terra também) em busca de respostas para aquelas perguntas básicas: De onde viemos? Como tudo começou? De onde vieram os deuses?

Existem teorias diversas, lendas, histórias de vários povos que procuram explicar a origem do mundo da forma mais próxima à “verdadeira”.

Infelizmente pra nós, não há uma única lenda que tenha sobrevivido à Idade do Ferro, explicando o começo de tudo sob uma ótica celta. Há sim, relatos falando sobre a capacidade dos druidas de criarem e destruirem o Cosmos (o que remete a algum tipo de rito), e de que um dia a água e o fogo prevalecerão sobre tudo.

Baseados nesses e em outros resquícios, e olhando também para a cosmologia de outros povos de origem indo-européia, alguns estudiosos recriaram versões do que poderia ter sido um mito (ou ao menos um dos mitos) de criação céltico.

Como já foi dito acima, a maioria dos povos possui sua versão. Ora, se povos diferentes, de países tão distantes entre si (até mesmo oriundos de diferentes continentes) contam histórias parecidas é porque algo de concreto existe ali, não é mesmo? E à medida que mais fatos, mais dados vão surgindo, mais essas histórias podem ser contadas.

Pois bem. E de que muitas delas falam? Falam de fogo e de gelo. De um gigante divino, que sacrificado tem seu corpo destroçado e transformado no mundo como o conhecemos. Falam também de um eixo central, uma gigantesca árvore (ou mesmo um pilar de pedra) que mantém o equilíbrio e a ligação entre os mundos de cima, do meio e de baixo, que são os mesmos três mundos do Druidismo. Falam de forças que ordenam e forças caóticas. E é preciso observar que não existe luta aqui, não há oposição. São partes de um todo equilibrado e harmonioso.

Faz sentido. Se há somente fogo, nada permanece, tudo arde e destrói. Se há somente gelo tudo para, tudo imobiliza. Podemos até fazer uma analogia com o funcionamento de nosso próprio corpo. Quando acordados ardemos, transformamos (às vezes até destruímos), e quando dormimos nosso corpo esfria e a cheia das marés do sub e inconsciente toma conta. Somos também fogo e água, o tempo todo, mas não só isso. Somos uma miniatura desse Cosmos vivo, cíclico e sagrado.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Caminhando entre as Deusas e a Lança: A busca

Estou há quase um ano conversando sobre as diversas faces com a qual a Grande Deusa é conhecida em nossas vidas, nisto englobo diversas culturas, trazendo um pouco sobre a história mitológica delas, as vezes alguns fatos históricos sobre a sua adoração no seu povo de origem, mas o fato é que este espaço serve para falar sobre Ela e refletir sobre como o mito pode nos ajudar como metáfora de fatos do nosso cotidiano e dou dicas de como você, querido leitor, pode entrar em contato com Ela.

Hoje, o post será um pouco enfocando esta forma de entrar em contato. Há alguns dias atrás, um rapaz me perguntou sobre  quais pedras, ervas, flores que a Deusa Ísis gostava, quando lhe perguntei o porquê, ele me contou que planejava montar um altar para agrada-la, com tudo o que ela gostava, para que pudesse conectar-se com Ela. Então, ao entender o motivo da pergunta e devido a dificuldade que seria para ele encontrar alguns dos objetos que Ísis "gostava", lhe disse que tentasse ser mais simples, que buscasse conversar com Ela, afinal, Ela é a Deusa do amor incondicional e por isso não necessita dessas demonstrações de afetos tão concretas, a devoção que Ela exige é muito mais espiritual. Ele aceitou o conselho e (creio eu) deve ter realizado alguma prece, ou pequeno ritual para conversar com Ela, pedindo para que lhe mandasse sonhos e sinais que ele pudesse perceber e entender o que estava lhe afligindo. Pois bem, poucos dias depois, ele volta para me dizer "acho que Ela não gostou de mim, pois ainda não me respondeu".

Fiz esse preambulo para poder compartilhar com vocês a seguinte ideia: a busca pelo contato com a divindade, seja lá qual for o nome que você use para chama-la, é algo íntimo, um caminho diferente para cada um de nós. Não existe facilidade nesta jornada, a questão de tempo torna-se relativa e as vezes nosso pedido é atendido, elas comunicam-se conosco, mas nos esperando algo de grandioso, uma aparição mágica, não percebemos os sinais que recebemos, os pequenos detalhes mágicos que existe em todo o momento de nossos dias.

Por isso, não espere uma resposta rápida, curta e muito menos uma resposta clara. Não faça apenas como alguém lhe ensinou. mas leia, escute os conselhos e descubra qual o meio que aquela divindade usa para entrar em contato com você, pode ser por sonhos, pode ser o farfalhar de uma árvore, um animal que passa pelo seu caminho, um filme que você vê, uma música que você não havia reparado o quanto falava sobre você, a voz de um amigo. São tantos meios, como são tantas as formas e nomes com as quais as conhecemos. 

É isso que hoje tenho para compartilhar com vocês, que o que eu aprendi esses últimos tempos caminhando entre as Deusas e os Deuses é que quando eu os busco dentro de mim, no meu coração, na minha forma própria de falar com eles, com a intimidade que eu falo com um amigo, eu consigo perceber muito melhor a presença Deles em minha vida, no meu dia-a-dia. De vez em quando, o silêncio reina e me sinto só, esquecida e, quando eu menos espero, um sinal acontece, alguma coincidência que não tinha nada haver, ou apenas olho para uma árvore, um animal ou para o sorriso de uma criança e me lembro que a mágica da vida e a essência, tá nos pequenos detalhes, me lembro que Eles estão o tempo todo comigo e fui eu que me distanciei pela frustração de não conseguir vê-los e ouvi-los com os olhos concretos com os quais eu vivo, por não ter as respostas tão claras e nítidas como eu gostaria. Então, compreendo que Eles não podem ser claros, pois eu ainda não estou pronta para ver com tanta clareza e sabedoria o resto do caminho.

Beijocas estaladas no coração de todos e as bençãos dos Grandes Deuses para todos.

Ps.: A Lança não saiu nesta segunda-feira (16/07/12) mas o texto de hoje serve tanto para a busca do contato com o Sagrado Feminino tanto quanto para o Sagrado Masculino, por isso esta semana Caminhando entre as Deusas e a Lança cruzam os seus caminhos e caminham juntos.


 
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