De milhares de anos atrás até hoje, olhamos para o
céu (e para a terra também) em busca de respostas para aquelas perguntas
básicas: De onde viemos? Como tudo começou? De onde vieram os deuses?
Existem teorias diversas, lendas, histórias de
vários povos que procuram explicar a origem do mundo da forma mais próxima à
“verdadeira”.
Infelizmente pra nós, não há uma única lenda que
tenha sobrevivido à Idade do Ferro, explicando o começo de tudo sob uma ótica
celta. Há sim, relatos falando sobre a capacidade dos druidas de criarem e
destruirem o Cosmos (o que remete a algum tipo de rito), e de que um dia a água
e o fogo prevalecerão sobre tudo.
Baseados nesses e em outros resquícios, e olhando
também para a cosmologia de outros povos de origem indo-européia, alguns
estudiosos recriaram versões do que poderia ter sido um mito (ou ao menos um
dos mitos) de criação céltico.
Como já foi dito acima, a maioria dos povos possui
sua versão. Ora, se povos diferentes, de países tão distantes entre si (até
mesmo oriundos de diferentes continentes) contam histórias parecidas é porque
algo de concreto existe ali, não é mesmo? E à medida que mais fatos, mais dados
vão surgindo, mais essas histórias podem ser contadas.
Pois bem. E de que muitas delas falam? Falam de
fogo e de gelo. De um gigante divino, que sacrificado tem seu corpo destroçado
e transformado no mundo como o conhecemos. Falam também de um eixo central, uma
gigantesca árvore (ou mesmo um pilar de pedra) que mantém o equilíbrio e a
ligação entre os mundos de cima, do meio e de baixo, que são os mesmos três
mundos do Druidismo. Falam de forças que ordenam e forças caóticas. E é preciso
observar que não existe luta aqui, não há oposição. São partes de um todo
equilibrado e harmonioso.
Faz sentido. Se há somente fogo, nada permanece,
tudo arde e destrói. Se há somente gelo tudo para, tudo imobiliza. Podemos até
fazer uma analogia com o funcionamento de nosso próprio corpo. Quando acordados
ardemos, transformamos (às vezes até destruímos), e quando dormimos nosso corpo
esfria e a cheia das marés do sub e inconsciente toma conta. Somos também fogo
e água, o tempo todo, mas não só isso. Somos uma miniatura desse Cosmos vivo,
cíclico e sagrado.
1 comentários:
A coisa tá ficando interessante...
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