quinta-feira, 5 de julho de 2012

Caminhando entre as Deusas: Morrigan


Morrigan ou Morrigu, o Corvo da Batalha ou a Grande Rainha, é uma Deusa da guerra na mitologia celta. Os corvos eram considerados os seus representantes na batalha, e quando eles apareciam poderia ser um presságio de que aqueles guerreiros morreriam, ou poderia incentiva-los a lutar do seu lado pois a Deusa da guerra estava com eles.

Como já foi dito, ela foi considerada pelos celtas uma Deusa da guerra, da justiça, da vingança, da morte, do renascimento, do destino e da mudança. Era  a protetora de todas as sacerdotisas e impulsionava os guerreiros nas batalhas. Ela possui três faces que a tornaram conhecida como "As Fúrias das Batalhas", que se distinguem por suas funções.

Contam que muitas vezes antes das batalhas era possível ver uma senhora à beira do rio, lavando roupas manchadas de sangue e cantando uma antiga canção. Essa senhora é considerada uma das três faces de Morrigan, que estava a preparar o campo de batalha, a face Anciã é conhecida como Nemhain, a Fúria, o guerreiro que a visse sabia que sua hora havia chegado. 

Durante as batalhas, Ela era Babd, o corvo da batalha, acompanhando a luta, cantando a canção de morte dos bravos guerreiros. Esta face é representada pela Donzela, sua força e audácia incentivava os guerreiros e os ajudava a planejar o ataque. 

No fim, com o campo de batalha coberto de sangue e mortos, era possível ver os corvos se alimentando dos mortos e Macha, a face Mãe, a égua, a buscar a alma dos mortos para levá-los ao caldeirão do renascimento.

Sua história também está repleta de romances, pois nem só de guerra se faz a terra. Por ser aquela que representa a Terra, a união dos reis e comandantes com Ela lhes garantiria proteção e ajuda. Dentre os amantes de Morrigan temos Dagda (Deus supremo do panteão irlandês), nessa época ela era chamada de Moirah e apaixonou-se por ele, cansaram e ela teve um filho que nasceu deformado e por isso foi sacrificado para preservar o povo. Ela escondeu-se na floresta para chorar sua dor e anos depois retornou usando uma capa com penas de  corvos, duas espadas e a habilidade de mudar de forma. Nenhum homem ousou opor-se a Ela, que passou a ser conhecida por Morrigan. Lugh também foi um de seus consortes, e muitas vezes Ele era retratado com um corvo lhe encorajando e dando segurança. Cúchulainn foi um dos rapazes que ela tentou seduzir, no entanto, foi  desprezada e passou a persegui-lo até a morte, e ao morrer Ela apareceu em seus ombros como um corvo.

Morrigan nos ajuda nos momentos de transição pois todo o dia uma parte de nós morre e outra renasce. Ela ajuda a preparar a estratégia e nos incentiva a lutar com toda nossa força. Todos somos guerreiros. Todos travamos batalhas durante esta jornada chamada vida.

Deixo como sugestão o livro de  Marion Zimmer Bradley e  Diana L. Paxson "Os Corvos de Avalon". É um romance, ficção, mas é interessante para refletir sobre Morrigan. Me despeço hoje com uma das partes finais do livro:

"No campo de batalha, a Grande Rainha está a caminhar/ Ela chora por todos os mortos neste momento/ Ao abraço Dela suas almas eles irão entregar / Para que que Ela os livre de todo sofrimento. 
[ ] Morrigan está chorando..."

Referências:
- BRADLEY, M. Z.; PAXSON, D. L.; Os corvos de Avalon. Rio de Janeiro: Rocco, 2009;
- PIETRO, C.; A arte da invocação: invocações, textos ritualistícos e orações sagradas para praticantes  de Wicca, Bruxaria e  Paganismo. São Paulo: Gaia, 2008;
- PIETRO, C.; Todas as Deusas do mundo: rituais wiccanos para celebrar a Deusa em suas diferentes faces. 2° Ed. São Paulo: Gaia, 2003 (Coleção Gaia Alémdalenda);
http://3fasesdalua.blogspot.com.br/2011/11/deusa-morrigan-ou-morrigu.html
http://sagrado-feminino.blogspot.com.br/2010/01/deusa-morrigan.html

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