Hail!
Como estão?
Espero que bem! Pois hoje vamos finalmente tirar aquelas runas que ganhamos ou
compramos do fundo do baú, onde foram enclausuradas desde que você depois de
várias tentativas chegou a conclusão de que elas lhe odeiam e nunca vão falar
nem um “ai” pra você.
Chegou a hora
de mexer no saquinho de runas, fazer do tilintar delas, do som que elas
produzem a ponte para a alteração de consciência e de nossa boca um canal para
os sussurros de sabedoria que elas tem a ofertar.
Não se sabe
quando exatamente o primeiro Runemál (aquele que lida com runas) decidiu
averiguar sua sorte, ou prever o futuro com este alfabeto ideográfico. Sabe-se
que este é o uso mais difundido e praticado em relação às runas. Por isso não
vou me ater muito a ele. Há vários livros sobre o assunto, com vários métodos e
maneiras de interpretar, até aplicativos e sites que sorteiam runas pra você já
existem (quem pratica tecnomagia já utiliza). Então vou dar um pequeno resumo superficial
da minha visão sobre o oráculo rúnico e a comparação dele com outros oráculos.
Superficial, pois um Runemál dedicado sempre consegue atingir um nível mais
profundo de interpretações, métodos e interação com as runas. Ele sempre
consegue ir além de uma maneira única e particular.
Como sempre
gosto de dizer, a magia rúnica é uma eterna fonte e prática de aprendizado e
estudo. Descubro quase a todo instante novas características desta ou daquela
runa que não vejo catalogado em nenhum dos mais célebres artigos de autores
renomados. E é este nível de intimidade com os espíritos rúnicos que você deve
pretender chegar. Primeiro iniciando pelo básico, a identificação das runas.
Quando começo
a ensinar runas a alguém sempre digo pra que a pessoa crie o hábito de, ao
acordar, sorteiar uma runa. Claro que nunca devemos sortear runas
deliberadamente. Dê sempre um propósito para o ato. Se vai sortear aquela runa,
peça para que ela lhe dê uma prévia do seu dia ou lhe ajude em algum aspecto da
sua vida. E durante o decorrer do dia você vai meditar e relembrar desta runa.
Tentar identificar, se for o caso, a ação dela no seu cotidiano. Tentar
identificar o alerta ou conselho que ela lhe deu. Ver onde ela se encaixa e
tudo mais.
Lembro que
quando fiz este mesmo exercício a primeira runa que saiu foi a Algiz – que indica
perigo, cuidados – e durante todo o dia eu fiquei em alerta com medo de que
algo acontecesse. No fim do dia eu estava meditando novamente sobre em que
campo da minha vida Algiz se manifestou, já que nada de ruim havia acontecido.
E num clique percebi outro aspecto da runa, que era o da Atenção... Fui
atencioso durante todo o dia sem nem perceber!
O bom deste
exercício é que em um mês você já terá feito isso com todas as runas e com isso
as conhecerá e saberá das suas diversas facetas. Quando já tiver terminado você
pode modificar o exercício para o sorteio e combinação de duas ou mais runas.
Diferente de
vários oráculos, as runas tem como particularidade a sua precisão e clareza nos
significados. Diferente do Tarô, elas não são nada subjetivas. Muito pelo
contrário, por vezes elas tem uma linguagem ácida, digna dos bárbaros nórdicos,
que para um interprete acostumado com as mancias mais comuns e menos “diretas”
pode até parecer rude. Elas, normalmente, não dão um leque de possibilidades e
sim demonstram a possibilidade mais eminente, agem sobre um único aspecto que
normalmente se destaca perante os outros. Dentre outras particularidades não
tão vistas em métodos convencionais que só no campo experimental você vai
conhecer.
Para quem já
conhece bem o básico, indico o método de três runas. Onde uma pergunta é feita
antes de que o sorteio seja executado. Após o sorteio, as runas são dispostas
uma ao lado da outra. Na Tradição Wanen lemos as runas de maneira oposta à
leitura ocidental, ou seja: ao invés de ler da esquerda para a direita (como
você está fazendo agora) lemos da direita para a esquerda (como nas línguas orientais).
Outras tradições leem ela de maneira convencional. Fica a seu critério que modo
vai utilizar.
Após desvirar
as runas, evite ao máximo ler uma a uma. Numa tiragem deste tipo, as runas se
combinam. Elas são como uma frase: o sujeito precisa do verbo e do contexto
para fazer sentido; se vistos em separados são informações sem nexo.
E é justamente
neste processo de leitura da “frase” que muita gente se perde. A intuição tende
a falhar, ou às vezes está acostumada com a grande variedade de símbolos que
outros oráculos dispõem e por mais que você olhe para as runas, não consegue
ver nada.
É aí que entra
o “mote” da leitura rúnica. Ela se passa num nível tão denso do inconsciente
que alguns sinais são negligenciados. O que você sentiu quando viu as três
runas dispostas? Quais daquelas runas lhe chamou mais atenção? Qual runa está
gritando a mensagem? Em outras palavras, quem é o sujeito, o verbo e o contexto/tempo?
Você precisa
se antenar a isto para a as leituras, com calma paciência e muitas e muitas
tentativas erradas e algumas certas, até que sua intuição se afine e você se
sincronize com a linguagem das runas.
Por hoje é
isto! Até a próxima!
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