quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Caminhando entre as Deusas: A Difícil Jornada

A Grande Mãe é como a maioria de nós do meio pagão, gosta de se referir a Deusa, seja qual for a face com a qual queiramos conectar.

Este é um nome que simboliza o acolhimento e o amor da Deusa para todos nós.

Sua jornada requer sacrifícios. Requer um contínuo esforço de confiar cegamente e pisar em solos que não conseguimos visualizar claramente. Apenas temos vislumbres daquilo que pode ser, nunca veremos por completo até onde a jornada nos levará.

É certo que Ela irá pedir mais do que a confiança cega. Ela vai pedir também que deixemos algo para trás, objetos, pessoas, coisas que não nos servem mais e nos atrapalham no caminho da evolução. Não por serem maléficas, mas porque não possuem mais nada para nos ensinar. Como a descida de Inanna ao submundo, ou o de várias outras Deusas, como vocês bem sabem, iremos ser despojados daquilo que nos é mais caro, daquilo pelo qual muitas vezes achamos que nos dava segurança, apoio, equilíbrio e poder.

Quantos dias a jornada irá durar, é impossível prever. Quando será pedido que abandonemos nossas crenças ou quando seremos testados é uma incógnita que apenas Ela sabe a resposta. Cabe-nos lembrar, o tempo todo, que mesmo parecendo estar só, não estamos.

Ela nos acompanha em cada passo, rindo de nossos medos e nos acolhendo. Encorajando para que possamos seguir em frente. Colocando pequenas ajudas no caminho. Um livro que cai de forma inesperada em nossas mãos. Um amigo que diz o que precisávamos ouvir. Um sorriso de um desconhecido, de uma criança, que nos faz sorrir de volta, que nos faz sentir que ainda existe esperança de dias melhores.

Ontem, em uma palestra, ouvi algo mais ou menos assim (ou assim, eu entendi): que a fonte de energia que representa o sagrado feminino é a fonte de amor. Sendo assim, é aquela que une o caos, que une aquilo que já não faz mais sentido e os transforma fazendo com que possamos ver os fatos sob outro prisma, de um outro ângulo, e lidar com o não sentido de outra maneira.

Por isso, eu creio que o nome dessa jornada deveria ser o Caminho do Amor. Caminhar com a Deusa e para a Deusa é um exercício constante de amor a si mesmo e ao próximo e em última, e constante, instância a Ela. Não é fácil, nem simples, pois muitas vezes teremos que aceitar a raiva, a mágoa, o descaso dos outros para com a gente, vamos ter que aceitar muito mais as falhas e defeitos dos outros, aquilo que eles fizeram conosco que tanto nos machucou, e  notar que tudo foi preciso para o nosso crescimento. Que sem eles e seus defeitos não iriamos nunca evoluir e compreender o quanto podemos ser melhor. É praticamente dar a outra face.  É mesmo sendo "traído", continuar amando. É mesmo tendo seu corpo desnudado e maltratado pelos atos de outra pessoa, continuar amando. Amor e fé. Fé e amor.

Ninguém disse que seria fácil, mas aqueles que ouviram o Seu Chamado e o aceitaram, devem entender e compreender que não será fácil até o dia em que se puder olhar os contra-tempos e reveses como continentes de uma aula, um conceito, que você deve aprender para poder seguir em frente. Então, você acolhe e ama esse revés e vai notar que ele já não irá doer tanto como antes.

Despeço-me hoje com uma música do Raul Seixas, Ave Maria da Rua:

Minha mãe, minha mãe
Me ensina a segurar 
A barra de te amar

Até a semana que vem!





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