Um erro crasso ! É sobre isso meu texto hoje.
Fazemos rituais, oferendas
muitas vezes, e buscamos um contato senão diário pelo menos frequente com
nossos Deuses, mas estaremos procedente da maneira correta?
Existe um movimento
egocêntrico e possívelmente antropocêntrico no tocante às “Espiritualidades da
terra” que prezam as observações pessoais antes das tradicionais. Isso vem
junto com nossa sociedade ocidental e consumista, onde cada um representa um
universo a ser conquistado pelo estômago, olhos ou bolso, que prioriza os
desejos mantidos de forma pessoal ante a saúde da comunidade.
A psicologia moderna só veio
a piorar este quadro, dando argumento e embasando as distorções como flores de
plástico em um linda ravina, de longe convencem, mas um olhar mais demorado
perceberá o estranho habitando ali. Pegar um caminho tradicional, recortar e
colar sobre outro costuma funcionar para desenhos, quadrinhos e filmes em 3D,
mas em movimentos ritualísticos não surtem tanto efeito (a não ser para fins
comerciais), onde elementos geralmente opostos e não complementares fazem a
energia estagnar e emperrar no segundo ciclo da engrenagem.
Não estou com isso querendo
dizer que o ser humano é fraco ou inferior, longe disso, só estou dizendo que
em sociedades tradicionais o indivíduo não existe e não é celebrado, como é o
caso da nossa sociedade, e isso tem interferido na construção plena de caminhos
espirituais, de grupos e lideranças. Todos os dias brotam tradições e grupos com
propostas inovadoras, indo de miscelâneas culturais ao mais louco hightech ( já
temos e-religion! ), sem estudos prévios ou qualquer argumento e embasamento
que funcione na prática, criando um “Exército espiritual de reserva” ávido por
vagas no mercado religioso e buscando oportunidades mais lucrativas ou com
planos de carreira.
Somos ensinados desde
pequenos que somos únicos e valiosos por isso, sempre foi assim a bem da
verdade, mesmo em sociedades tradicionais, mas existe a continuação deste texto
tão bonitinho: sendo únicos-e-valiosos compomos junto com outros
únicos-e-valiosos uma comunidade única e valiosa !
Viver religião não é cantar
um hino de independência, é inserir-se em uma comunidade ou cria-la, sem
distorce-las porque parece mais fácil ou adequado sem antes avaliar as perdas e
ganhos, não é clamar aos ventos que “Eu odeio grupos” ou “ Grupo não funciona”,
aliás sabe porque grupos não funcionam? Pelo mesmo motivo que os casamentos não
duram ou as amizades não se mantém: individualismo consumista ocidental. Todos
armados para um guerra épica quando simplesmente vão sentar-se para o jantar
não poderia dar um boa coisa, bombas explodem e munições ficam engatilhadas
nestas horas. Um grupo ou comunidade não é composto de pequenos pedaços bem
polidos e excessivamente brilhantes, são compostos de pedaços que se acomodam
aos outros. Qual grão de areia brilha mais que o outro para formar a praia? Se
queremos ser praia, devemos ser grão de areia, porque se todos quiserem ser a
mais bela pedrinha brilhante vai virar uma boate.
3 comentários:
Nada como um bom texto ^.^
Ai que eu fico todo-todo huehuehue obrigado
Falou pouco e disse muito. è justamente as guerras de egos inflados como balões gigantes que destroem os grupos com seu poder de fogo incontrolável.Outro perigo mortal, são as linguas que não cabem dentro das bocas,esquecendo a quarta coluna da Magia: Calar
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