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Kumbakarna, o devorador, que dormia há séculos, ficou logo enfurecido porque ousaram desperta-lo. O filho de Ravana explicou que seu pai havia mandado chama-lo para que devorasse um exército inimigo que estava invadindo a cidade. Kumbarkana, provavelmente morto de fome, logo aceitou o convite para um banquete que o saciaria de uma fome de milênios.
Ao avistarem o terrível demônio, as tropas de Jambavan e Sigra ficaram com medo e logo viram boa parte de seus amigos serem engolidos ou esmagados pela grande fera. O medo se espalhou e acharam que a batalha estava perdido, mas Rama que já havia se lembrado que era uma encarnação do Deus Vishnu preparou o seu arco e as suas flechas e mirou na terrível fera e com a ajuda de Hanuman (se não me engano), conseguiram fazer com que Kumbakarna fosse derrotada. Ravana ao ver seu último truque ser derrotado por Rama e seus amigos notou que teria ele mesmo que ir atrás de Rama.
Ficou decidido que a Batalha de Lanka, como ficou conhecida esta batalha, seria decidida por um duelo entre Rama e Ravana, ninguém poderia intervir. O duelo começou e por mais que Rama acertasse com suas flechas a cabeça de Ravana outra cabeça surgia em seu lugar. Até que ele recebeu uma iluminação que em vez de mirar nas cabeças, mirasse no umbigo, pois era ali que estava a energia de Ravana que fazia suas cabeças se regenerar.
Ravana caiu por terra e Rama mandou que o funeral dele fosse feito como merecia alguém de sua posição com flores e condolências, como a viúva do terrível demônio pediu ao grande ganhador. O exercito de macacos e ursos comemoraram e todos estavam felizes, menos Sita. Rama entrou para buscar sua esposa, mas ao encontra-la e olhar a tristeza do olhar de sua querida mulher, lembrou que agora Sita estava impura pois havia estado na casa de um outro homem sem o seu marido. Marido e mulher olharam-se tristemente não havia o que fazer, toda há batalha havia sido em vão.
Sita, no entanto, assegurou a sua inocência e pediu para que sua pira funerária fosse construída e disse que queimassem-lhe o corpo, pois se Rama não acreditava nela, ela não poderia viver com esta desonra em sua vida. A pira foi construída e a grande esposa de Rama enfrentou sem medo a sua provação. Ele estava triste mas nada poderia fazer para salvar sua amada, pelas leis Hindu, ela agora era impura e não poderia estar com ele, assistiu então sem fazer nada sua amada entrar nas labaredas de fogo. Mas, para surpresa de todos, o corpo de Sita não queimava, lá estava ela em agonia, mas nada acontecia com ela. Agni, o Deus do Fogo, não aguentando mais ver tanta aflição, apareceu para Rama e disse-lhe logo: "Você não nota? Ela purificou-se com minhas labaredas, ela agora é pura novamente, ande, vá buscar sua amada, tire-a das chamas"!
Rama correu para buscar sua amada e assim uniu-se novamente a Sita. Ele, ela e seu irmão continuaram o tempo do exílio e depois voltaram para assumir novamente o reino que por direito pertencia a Rama. Esta é a história da Ramaiana.
Rama representa para a sociedade hindu o homem ideal: bom marido, bondoso, bom rei, sábio, um líder corajoso e que se sacrificava pelos outros se assim preciso fosse. E sua história é quem demonstra tudo isso. Ele sofreu injustiça e aceitou de bom grado, cumpriu sua pena, teve sua mulher sequestrada, foi salva-la mesmo sabendo que já não poderia mais ficar com ela, no entanto, foi recompensado com a devolução de sua amada e um reino próspero. Pois, aceitou com coragem o seu destino e suas leis, não descansou, nem maldisse seus infortúnios, aceitou de bom grado o que recebia, lutou com as armas que tinha e por isso é um exemplo não só para o povo hindu, mas para todos, como exemplo de virtude, honra e amor.
Portanto, meus caros leitores, confiem em sua força, ajam com o coração, escutem sua intuição e aceitem com bom grado os desafios da vida, pois eles enriquecem a alma e são lições que devemos aprender, nada mais e nada menos.
Beijocas estaladas para todos e uma ótima semana! Lembrem-se não a demônios, por mais terríveis que sejam, que não possam ser vencidos por aqueles que levam em sua alma a força de um coração puro.
Bibliografia consultada:
- FRANCHINI, A. S.; SEGANFREDO, C.; As melhores histórias da mitologia Hindu. Porto Alegre, RS: Artes e Ofícios, 2010.
- http://www.gnosisonline.org/teologia-gnostica/os-deuses-hindus/
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Ram%C3%A1iana
- http://fundacaomaitreya.com/imprime_artigo.php?ida=452
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