quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Caminhando entre as Deusas: Hathor (Parte 2)

Recadinho da autora:


Para ler essa história do começo clique aqui. 


Uma das lendas da Deusa Hathor diz que Ela é a filha preferida do Deus Rá. Essa história se divide de duas formas:

Seu nome seria Sekhmet e Ela teria sido criada em um momento de fúria de Rá, que desapontado com a humanidade criou e pediu a sua filha que destruísse todos os homens. Sekhmet desceu à terra com sede de sangue e sua devastação foi tão cruel e sanguinária que o Deus teve pena dos mortais e decidiu parar com sua destruição. No entanto, a Deusa estava desvairada, Ela não escutava nada mais além de sua própria sede. Ela havia se transformado em uma fera. Rá bolou então o seguinte plano: eles usariam uma mistura de cevada fermentada com um líquido ocre vermelho para ser colocado no caminho da Deusa, que o confundiria com sangue e o tomaria. Dito e feito! Hathor tomou todo o líquido e embriagada adormeceu. Ao acordar, Ela estava mais calma e mansa e ficou conhecida como Bast, a Deusa Gato! Dessa feita, Hathor, Sekhmet e Bast formam a trindade da Grande Deusa: a Jovem, a Mãe e a Anciã.

Por outro lado existe a seguinte história: Rá é o pai cósmico dos gêmeos Shu e Tefnut, o ar e o fogo. Tefnut  também é o seu olho solar, que às vezes ele chama de Hathor. Certo dia, Ele percebe que Tefnut está se afastando, pois Ela nunca está próxima o suficiente para atender aos seus pedidos. A Deusa por sua vez se afasta, pois considera que seu pai não a aprecia como deve ser. Ele não percebe que vive a se aproveitar de sua força e seu poder, sem lhe dar crédito. Então, Ela decide partir para a Núbia, onde as pessoas a tratam muito bem e a respeitam. Sem Ela, Ele não tem poder de fogo e por isso não tem grande autoridade, e além do mais Ele sente sua falta, mas não admite e nem consegue dizer a Ela. Para resolver o conflito, Ele pede ajuda a seu irmão Thot. Este, por ser um Deus sábio e justo e senhor dos escribas, domina bem as palavras e por isso saberá o que dizer a Hathor-Tefnut quando a encontrar. Ele faz a viagem com Shu até a Núbia, mas ao chegar lá encontram a Deusa vivendo como uma feroz leoa. Eles a seduzem com música e dança e prometem que se Ela voltar terá um templo cheio de oferendas diárias de carne e vinho. Ainda não convencida Ela pede para que o seu próprio pai se manifeste. Como Rá sentia muita falta da filha e arrependia-se de sua atitude anterior, Ele inaugura um festival para celebrar a volta da filha da Núbia.

A história acima também tem a seguinte variação: no início dos tempos, Aton vivia  em um estado de ser e não ser. Não havia luz, nem escuridão, bem ou mal, não existia polaridade e por isso também não se podia conhecer a compreensão, a criatividade ou o poder de escolha. Isso tornava Aton confuso pois ele só conseguia ver o insondável abismo do Tudo e do Nada. Cansado de toda esta confusão Ele se pronuncia no vazio chamando seu eu feminino e criativo, Hathor, o Olho Sagrado de Aton, Aquela que vê com clareza. Ele a manda então em uma viagem em busca de seus filhos (Dela e Aton) não nascidos Shu e Tefnut, o ar e o fogo, o primeiro par de opostos e,  ao encontrá-los leva os filhos até Aton, e o resto do mundo é criado.

Resumindo: Hathor é o fogo criador! Considerada o aspecto feminino das divindades criadoras do universo, seja chamado por Rá ou Aton, ou ainda Amon. Ela é a Deusa da Fertilidade, Aquela que tudo vê. Quando  está em seu aspecto lunar, ela pode ser reconhecida como Bast, a Deusa Lua, irmã gêmea da Deusa Sol, Sekhmet. Portanto quando se necessita de seu aspecto solar, quem aparece é a Leoa. É a dualidade do feminino que atua nesta Deusa, a leoa/ a gata, o ativo versus o passivo. O poder potencial de ser aquilo que quiser ser!

Então, já sabem? Vários aspectos de Hathor e suas histórias ficaram de fora desses pequeno post. Mas é fácil reconhece-La e entrar em contato com Ela. Dance, cante, crie, ame a si e ao universo. Chame-a! E busque saber mais sobre as diferentes faces com que Ela aparece nas histórias dos homens. Por exemplo, no período greco-romano, seus aspectos de Bast e Sekhmet foram associados a Ártemis. Além do mais, Ela é uma das Deusas egípcias que mais possuiu festivais e comemorações em seu nome. Inclusive alguns desses ritos e costumes ainda são preservados no Egito atual.

Beijocas estaladas no coração de todos! Que a benção da Deusa acompanhe-os sempre.



Bibliografia Consultada:
- ELLIS, N.; Deusas e Deuses Egípcios: Festivais de Luzes: Celebrações para as estaões da vida baseadas nos mistérios das deusas egípciasSão Paulo: Mandras, 2003;
REGULAD.; Os mistérios de Ísis: seu culto e magia. São Paulo: Mandras, 2004.

1 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o texto estava procurando algo que explicasse as associações das tais deusas citadas, deixou bem claro exatamente o que minha professora da história da arte havia dito..
^^

 
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