quinta-feira, 26 de abril de 2012

Caminhando entre as Deusas: Ísis (parte 1)

Ísis ou Aset, a Deusa dos Dez Mil Nomes é uma Deusa Egípcia que possui várias faces e histórias. Hoje iremos focar no seu aspecto de esposa, amante e aquela que dá ao seu escolhido o trono, ou seja, o poder de reinar entre as Duas Terras (Alto e Baixo Egito).

Não se sabe ao certo qual o surgimento desta Deusa, na mitologia, acreditas que ela era filha de Geb e Nut, assim como irmã de Osíris, Seth e Néftis. Alguns historiados no entanto, acreditam que ela e Osíris foram inicialmente humanos que tiveram tão aceitação em seu reinado que foram divinizados pelas gerações seguintes.

O ponto que gostaria de focar, no entanto, é o amor incondicional que está Deusa rege: Ísis e Osíris são autores dos mistérios da vida e da morte, que precederam os Místérios dos Elêusis.

 Ísis aprende e se modifica atráves da dor da perda do seu amado, Ele caminha pelas sombras da morte de  onde nada podemos saber, à não ser quando com ele atravessarmos este caminho também.

Conta a lenda (uma das mais belas histórias de amor que já li) que Ísis ensinou as mulheres do egito os segredos das ervas, deu-lhes os dons da cura e ensinou sobre a Arte de se viver em família e em sociedade, enquanto seu amado Osíris percorria as terras do Alto e Baixo Egito ensinando aos homens sobre a agricultura o uso de ferramentas e etc. Eles fizeram o reino prosperar e eram amados pelos seus súditos.

No entanto, existia uma sombra no reino formada pelo inveja e cíumes do seu irmão Seth, que encarna forças que são precariamente controladas. Seth era casado com Néftis, irmã gêmea de Ísis, no entanto, ele queria mesmo era estar com Ísis, visto que ela com seu poder e conhecimento era quem concedia o trono, ou seja, o poder que em última instância era o que Seth desejava. Ele, então, com seus comparsas construiu um ataúde enquanto Osíris viajava pelo seu reino. Este ataúde tinha exatamente o tamanho e larguras próprias para única e exclusivamente o corpo de Osíris e, sua tampa era cravejada de espinhos.

Seth organizou uma festa para comemorar a volta de seu irmão e jogos! Dentre eles, existia um que era uma armadilha: Ele desafiou a todos que estavam na festa a entrar no ataúde e aquele que coubesse exatamente dentro da peça ganharia um prêmio. Claro, que o prêmio previsto sempre havia sido a morte. Depois, que vários tentaram sem sucesso entrar no ataúde, Osíris resolveu que era a sua vez e logo ao entrar dentro do ataúde, Seth e seus comparsas colocaram a tampa e fecharam o ataúde (tornando este o protótipo dos sarcofágos e dos nossos atuais caixões, muito provavelmente). Logo após,  jogaram no Nilo o ataúde com o corpo de Osíris e deixaram que o rio levasse-o para seja lá qual fosse o seu destino.

Ísis e Néftis (que nutria uma secreta paixão por Osíris, chegando até a usar o perfume de Isís para sentir-se apenas uma vez amada tal qual sua irmã era e tendo assim concebido um filho de Osíris, que com medo da vingaça de seu marido, deixou-o as margens do rio Nilo para que morresse, sendo este achado por Isís que apiedou-se da pobre criança e adotou-a como se fosse sua, criando assim um laço indivizível entre ela e o pequeno ser, chamado Anúbis) não estavam na festa, estavam em outra cidade, distante  dos acontecimentos, mas em seus corações notaram quando algo aconteceu a seu amado. Isís sentiu uma dor indescrítivel e ao procurar as notícias do que havia acontecido com seu amado, descobriu que ele havia sido cruelmente assassinado. Em sinal de luto e em total desespero e dor, cortou seus cabelos, rasgou suas roupas e de tanto chorar e gritar, seus leais súditos acharam que a Grande Deusa, havia enlouquecido. Isís ficou irreconhecível, com as roupas rasgadas, suja, os cabelos desgranhados e cortados, sem conseguir concatenar as idéias, para ela não existia mais vida, apenas a dor e uma morte em vida, sem brilho, sem paz e sem o seu amado.

Ísis partiu em busca de seu amado, passou por cada cidade e a todos perguntava se alguém havia visto o ataúde a descer o Nilo. Aqui e ali alguns moradores da beira do rio diziam que haviam visto, mas Ísis sempre estava atrasada, ao chegar ao local seu amado lá mais não estava.

A busca de Ísis pelo corpo do seu amado é uma jornada que transformou a Deusa, assim como transforma todas aquelas pessoas que ao perderem um ente querido precisam navegar por águas turvas e turbulentas até encontrar uma forma de preencher o vazio deixado por aquele ser que partiu.

No entanto, essa história é um pouco grande demais para ser contada em único post... Então, beijocas estaladas na buchecha de todos e até a próxima semana.

Bibliografia Consultada:
- ELLIS, N.;  Deusas e Deuses Egípcios: Festivais de Luzes: Celebrações para as estaões da vida baseadas nos mistérios das deusas egípcias. São Paulo: Mandras, 2003;
- DONATELLI, M. (coord.); O livro das Deusas – Grupo Rodas da Lua. São Paulo: Publifolha, 2005;
- IONS, V.; História ilustrada da Mitologia. 1° Ed., São Paulo: Editora Manole Ltda, 1999; - MARASHINSKY, A. S.; O oráculo da Deusa: um novo método de adivinhação. São Paulo: Pensamento, 2007;
- MONAGHAN, P.; O caminho da Deusa: mitos, invocações e rituais. São Paulo: Pensamento, 2009.
- PIETRO, C.; A arte da invocação: invocações, textos ritualistícos e orações sagradas para praticantes de Wicca, Bruxaria e Paganismo. São Paulo: Gaia, 2008;
- PIETRO, C.; Todas as Deusas do mundo: rituais wiccanos para celebrar a Deusa em suas diferentes faces. 2° Ed. São Paulo: Gaia, 2003 (Coleção Gaia Alémdalenda);
- REGULA D.;  Os mistérios de Ísis: seu culto e magia. São Paulo: Mandras, 2004;

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