terça-feira, 24 de abril de 2012

Filosofia Oculta: O mago e a religião


A esta altura, creio que o meu caro leitor já tenha uma idéia do que venha a ser um mago e o que esperar do mesmo, mas talvez ainda seja preciso tratar a cerca da religião. Muitos que buscam aprender sobre a magia pertencem a algum grupo religioso, talvez na tentativa de ser aceito em algum meio que não o convencional, por motivos também não convencionais ou até mesmo por crer que para as praticas mágicas depende-se de algum culto em alguma entidade de fama quase esquecida e constantemente modernizada. Não é difícil encontrar jovens buscando a fé em deuses antigos como Odin, Zeus ou Amon Rá enquanto crêem que todas as suas habilidades naturais dependem de tal entidade, não pretendo fazer criticas sobre tais credos, e se o fizer não será propositalmente, mas devo deixar claro, o poder de um mago não depende de nenhuma criatura a não ser ele mesmo.

Há muitos autores influenciados pela filosofia medieval que usa o termo religião como religar ou reconectar-se com o divino, se adotarmos este conceito primeiro precisaremos pensar a cerca do divino ao qual em um dia muito esquecido já estivemos próximos.

O que direi aqui jamais deve ser visto como apologia a alguma divindade, mas se tomarmos o tópico “O dialogo a cerca da morte e o mito do deus polvo”, o post da semana passada, veremos que a busca do homem ao divino é um caminho para dentro de si mesmo, o verdadeiro deus que devemos buscar e que é fonte de nosso poder, não é ninguém mais que nós mesmos, uma vez que somos obras e extensão da origem, e não há nada de superior aquilo que tudo originou, os deuses por sua vez, apesar de cada mito revelar uma cosmologia própria, são apenas criaturas que já passaram (se realmente existem), pelo processo que estamos passando neste momento, estes não precisam ser adorados, adora-los seria o mesmo que pensar que deveríamos receber oferendas dos seres de baixo intelecto, orações e etc. Mas como muitos poderão e irão afirmar, os animais, de certo modo, servem aos seres humanos, mas ao fazer tal afirmação, na crença de que assim, defenderá a idolatria, cairá em um prazeroso problema, nós seres humanos, imperfeitos, dependemos dos animais para viver, e se os animais precisam nos servir para garantir nossa sobrevivência, dizer que por ter algum grau de inferioridade deveríamos servir ao deuses, estes, necessitando de algum tipo de trabalho externo, poderiam ser vistos como seres também imperfeitos, e logo, não dignos de nossa total confiança, ao contrário, devemos tomar cuidado, uma vez que optamos pelo caminho da adoração, para não acabarmos como ovelhas, que são engordadas por um tempo, depois raspadas e devoradas.

Mas há também, entre os magos, os poucos casos de estudantes monoteístas, em grande parte, estes, esquecidos de que os perversos andam por aí, desde que a história é escrita, acabam tornando-se efeminados, ocidentais influenciados pelo ideal oriental, e ao buscar no mundo um ideal de bondade e justiça, que com efeito não está nele, tornam-se frágeis, indefesos, problemáticos até onde a vista alcança, cantadores de protestos com pouca utilidade e avanço, não experimentam por medo de ofender um ser supremo, esquecidos de que uma onipotência não pode ser ofendida, julgam caminhar no caminho do Bem, mas caminham pelos becos do medo e da ignorância, estes não avançam muito, estão sempre preocupados com um possível mal a espreita, histéricos com a própria sombra.
Mas um mago não ignora as potencias superiores, buscas compreendem-las, aprender o que puder sobre o mundo através delas e muitas vezes fazer oferendas de esforço nos altares do conhecimento. É preciso muitas vezes recorrer aos livros dos mitos, vistos erroneamente como a literal verdade, o estudante dedicará muitos eons de sua vida a tais estudos, não se deixará limitar pelas alegorias, as verá como códigos a serem decifrados, e passará a eternidade nutrindo-se de conhecimento, e assim elevando-se cada vez mais, e a cada dia tornando-se mais divino.

Rascunho de O livro mágico de Vincus – 2012 – Lord Vincus.

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