Branwen, Deusa galesa do amor. É filha de Llyr e Penarddun. Seu nome significa "corvo branco". Considerada muitas vezes como matriarca da Britânia, também é associada a Afrodite, Ártemis e Ériu. Sua faceta primordial é o aspecto Virgem da Deusa, no entanto, também possui muitos atributos da Mãe.
Dizem que ela é a materialização da soberania e representa o espírito da terra. Possui um coração puro e a capacidade de promover os reinícios, pois em seu poder está o caldeirão da plenitude que restaura a vida e onde os novos inícios são formados.
É celebrada na lua cheia de Junho e reverenciada em cada lua crescente. E sua lenda explica o porquê de tantos atributos:
Conta-se que um belo dia o rei irlandês Matholwch aportou nas terras do rei galês Bran, o Abençoado, atrás de casar-se com a irmã deste, Branwen, a fim de fortalecer o poder das duas coroas.
Bran reuniu-se com seu conselho e resolveram dar a mão da moça em casamento. Este ocorreria dentro de poucos dias, e os preparativos começaram e todos ficaram extasiados, principalmente o rei Matholwch, pois a beleza da moça era inacreditável. No entanto, houve um pequeno problema!
Evnissyen, outro irmão da noiva, estava em viagem e não soube do ocorrido. Ao chegar no castelo do irmão e ver aquela correria toda perguntou a um cavalariço o que estava ocorrendo, e quando este lhe contou sobre o noivado de Branwen, ele ficou estarrecido e completamente furioso. Como haviam dado a mão da sua irmã sem seu consentimento e ainda mais para aquele rei irlandês?!
Ele não teve dúvidas, dirigiu-se ao estábulo e perguntou ao servo que guardava os cavalos qual era o do rei irlandês, mandou o servo afastar-se e rumou para o cavalo de Matholwch, retalhando o cavalo em várias partes. Mas isso não acalmou sua ira e ele continuou a matar todos os cavalos da corte do rei irlandês.
Matholwch ao saber da notícia quis partir imediatamente, e Bran tentou aplacar sua fúria dizendo-lhe que restituiria os cavalos com os melhores cavalos de suas terras e lhe daria uma bacia de ouro e um báculo de prata de seu tamanho. Matholwch aceitou o ouro e a prata desde que fossem do tamanho de Bran e pediu ainda que lhe fosse restituído o caldeirão mágico. O caldeirão mágico havia sido dado de presente a Bran em uma de suas visitas a Irlanda, e ele possuía o poder de restituir a vida aos guerreiros mortos que fossem mergulhados no seu interior. No entanto, eles voltavam mudos. Bran aceitou de malgrado devolver o caldeirão, mas era melhor do que ter a fúria do outro rei.
Com suas novas preciosidades no navio, o caldeirão mágico e Branwen, o rei irlandês voltou para suas terras. O povo da Irlanda e a nobreza não gostaram do que havia acontecido, e mesmo Matholwch dizendo que o que havia sido feito já estava reparado, eles não aceitaram e trataram de exigir ao rei que este tratasse Branwen como uma rameira e criada qualquer. Além disso todos os galeses que viviam na corte do rei foram presos. E assim, a mais nova rainha percebeu-se sem meios de pedir ajuda a seus irmãos...
Bem, o resto da história fica para a semana que vem... Até a próxima!
Referências:
PIETRO, C.; Todas as Deusas do Mundo: rituais wiccanianos para celebrar a Deusa em suas diferentes faces. 2ª ed. - São Paulo: Gaia, 2003 (Coleção Gaia Além da Lenda)
FRANCHINI, A. S.; As melhores histórias da mitologia Celta. Porto Alegre, RS: Artes e Ofícios, 2011.
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