quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Caminhando entre as Deusas: Sheela Na Gig

Me deparei com esta Deusa em Abril de 2010. Havia três meses que tinha acabado um namoro muito importante para mim e havia três meses que me debatia em águas tumultuadas. Meu "Oráculo da Deusa" havia acabado de chegar junto com o livro o "Caminho da Deusa" e eu estava me divertindo explorando novamente o caminho do desconhecido. Foi assim que Ela apareceu, como uma tábua de salvação, me dizendo: "Experimente! Experimente o novo e não tenha medo!"

Então, praticamente, vive 2010 com os seus conselhos na cabeça. Experimentando o novo. De comida a atos! Se eu sempre fazia de um jeito, neste ano, eu fiz diferente, sem medo (ou quase). Com o tempo, fui me distanciando novamente dela. Ela deu lugar a outras Deusas que se tornaram mais necessárias na minha jornada. E aí, ontem a noite, estou eu pensando em quem iria trazer para vocês hoje. Quando me soa nitidamente o nome dela na cabeça.

A primeira vez que vi sua imagem, me assustei, claro! Ela é conhecida por ser a imagem de uma velha que segura suas vulvas (sua yone) abrindo-as desavergonhadamente como um convite para adentrar e sair do ventre da Mãe Criadora, com os seios murchos e caídos e com um belo sorriso no rosto. Estas imagens foram talhadas em pedras e adornavam muitas catedrais medievais, até serem destruídas, com o avanço do fanatismo da Igreja.

Não se sabe ao certo de que país ela é originária. Pois, ao contrário das outras Deusas que conhecemos sua crença está firmemente arraigada a sua imagem, ou seja, o termo Sheela Na Gig diz respeito a qualquer imagem de uma mulher ostentando suas genitalias em qualquer parte do globo terrestre.

Considerada Deusa da vida e da morte, Deusa dos Humildes, e uma remanescente dos celtas, estes são um dos mitos que compõe a  história desta sábia. Também acredita-se que sua figura era usada (e talvez, ainda hoje seja) para espantar o mal e trazer fertilidade para as mulheres. Foi considerada a contraparte do Deus Green Man e existem várias outras histórias por aí... Além como vários outros nomes para esta criatura amável que aí está.

Ela é um símbolo de resistência, de prazer e sabedoria. Velha ou nova. Feia ou bonita. Ela convida a todos para experimentar o novo. Para sair de dentro do ventre, o lugar protegido e se aventurar nas entranhas da vida. Ela é o conhecido e o desconhecido e por isso tanto mistério a cerca.

Até a semana que vem... Lembrem-se: dê uma oportunidade para que ela lhe mostre a beleza do grotesco!

Referências:

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