"O Atman* é Brahman, e Brahman é tudo"
(Os Upanishads, Swami Prabhavananda e Frederick Manchester)
Para começar falando sobre Brahman explicarei para vocês sobre os Upanishads.
Na Índia, as mais antigas escrituras e os textos mais importantes são chamados de Vedas. Existem 4 (quatro) Vedas: Rig, Sama, Yajur e Atharva. Todos os 4 (quatro) são divididos em duas partes. A primeira parte é composta de hinos e instruções sobre os rituais, as cerimônias e as regras de conduta. A segunda, por sua vez, fala sobre o conhecimento Divino, reflete sobre o aspecto mais elevado da verdade religiosa. Esta segunda parte é o que se chama de Upanishads. Não se sabe ao certo quantos existiram. Sabe-se que 108 (cento e oito) foram preservados e 16 (dezesseis) foram reconhecidos por Shankara (um monge muito importante na Índia) como autênticos e oficiais, alguns deles são: Isha, Kena, Katha, Prasna, Mundaka, Mandukya, Tittiriya, Aitareya, Chandogya, Brihadaranyaka, Swetasvatara e Kailvalya.
Nestes textos explica-se que é impossível conhecer qual a verdade sobre Brahman. Não se pode dizer que é possível conhecê-lo totalmente, como também não se pode dizer que não se conhece nada dele. Ele está além do conhecimento. Ele é o impensável. Por mais que a nossa mente humana o tente captar, não possui aparato suficiente para isso. Portanto, o que sabemos sobre Brahman é apenas um vislumbre do que realmente ele é.
Brahman está por trás de todas as nossas atividades e somente aqueles que conseguem perceber isso é que irão obter a imortalidade.
Ele nasceu do infinito oceano da existência, foi o primogênito e primeiro entre os Deuses. Dele nasceu o universo e por isso Ele o protege. Seu conhecimento é o alicerce de todo o conhecimento e Ele o revelou a seu filho Atharva, que por sua vez revelou a Angi, que por sua vez ensinou-o a outra pessoa e assim por diante. No entanto, esse conhecimento foi se perdendo através desse telefone sem fio que foi sendo criado e desse modo, assim penso, dois conhecimentos surgiram: o superior e o inferior. O inferior é o conhecimento dos Vedas e o mais elevado é aquele pelo qual se conhece a realidade imutável, o conhecimento que transcende os sentidos, que não tem causa, que não faz sentido, a origem de tudo, é aquilo pelo qual o ouvido ouve, os olhos vêem e a língua fala. Não é o ato ou a ação em si, mas o que está por trás do ato e da ação.
"Preenchidas totalmente com Brahman estão as coisas que vemos,
Preenchidas totalmente com Brahman estão as coisas que não vemos
De Brahman flui tudo o que existe:
De Brahman, tudo - todavia, ele é ainda é o mesmo.
OM ... Paz - paz - paz"
(Os Upanishads, Swami Prabhavananda e Frederick Manchester)
Até a semana que vem... Com mais reflexões sobre Brahman.
Bibliografia:
Os Upanishads, Swami Prabhavananda e Frederick Manchester, versão em PDF.
*Atman: Não existe uma tradução literal para Atman, mas traduz-se normalmente por Alma.
0 comentários:
Postar um comentário