"OM NAMO BRAHMAYAYA"
(Prostração ao Senhor Brahman)
Creio que existam poucas maneiras para se entender a imensidão do que Ele é. Na verdade, é preciso muito treino, muita paciência e muita força de vontade para não enlouquecer no processo. Sempre teremos apenas alguns vislumbres.
Segundo Kala Trobe, para entrar em contato com Ele é de bom tom estar com o corpo purificado do tabaco, do álcool, do peso que certos alimentos trazem para o nosso corpo e etc. Entoar um mantra, como o citado acima, também ajuda a estender a consciência e abarcá-lo. Medite. Medite de frente para o norte, pois seus altares ficam na face norte de seus templos.
Bem, correndo o risco de ser redundante, Brahman, além de ser o criador de tudo, é o criador dos corpos causal e astral:
"Ele emite um raio de luz branca de lótus no topo de seu Ser e chama-o de Coroa e, ao pronunciar a palavra, ele se Torna. Feito isso, emite um raio de luz violeta de sua fronte, e ao ser recebido ele o chama de Ajna. E então Brahma emite e pronuncia os raios de azul, e verde, e amarelo, e laranja e vermelho, e a constituição dos corpos causal e astral está completa. [ ] Esses corpos, um contido dentro do outro, Brahma veste de carne, enquanto ele próprio se mantém incorpóreo, contemplando sua criação com quatro faces espirituais, quatro pontos dos céus. [ ] Ele faz com que luz e trevas se encontrem no meio e as induz a cooperar. E tudo o que ele deseja pronuncia e passa a Ser."
(Invocação dos Deuses, Trobe, p. 60)
Ele é a reunião de tudo e a palavra que forma seu nome é muito mais velha do que o próprio Deus. Significa casta sacerdotal, assim como Deus Máximo. Além disso, originalmente acreditava-se que significava também "dito sagrado" e que o som teria sido criado por meio do som. Assim os mantras são sagrados e muito valorizados nessa cultura, pois eles possuem o poder de criar, sustentar e destruir.
Ele possui quatro (4) cabeças com as quais pode olhar para todos os lados e juntamente com Vishnu e Shiva, forma a Trindade Hindu. O primeiro representa o aspecto formativo; o segundo, o aspecto sustentador e o terceiro, o aspecto destrutivo. Também é importante saber que Ele representa os Vedas e possui uma mulher, Sarasvati, que representa a sabedoria e a aplicação dos Vedas. Sua combinação forma a Sagacidade Máxima. Usa um manto branco brilhante, indicativo de sua pureza espiritual e cavalga um pavão ou um cisne, por serem aves muito belas e consideradas da realeza. Possui quatro braços e carrega um rosário e um punhado de capim sagrado, um livro - que representa sua sabedoria - os quatro Vedas, um pote de água primordial, uma mão erguida em benção, um lótus e um prato para esmolas. Sua arma, quando é utilizada, é um disco que simboliza as rodas da vida e a arma dos deuses, cauterizadora da vida. Acredita-se que por Ele não carregar armas simboliza que Ele é inatacável.
Por isso, quando precisarem mudar os óculos para encontrar novas saídas, verem o mundo de outra forma, meditem com Brahman. Respirem, entoem um mantra ou o mantra OM, e sintam-se crescendo e crescendo e ficando maiores. Olhe para o norte e veja o que dá para se ver dessa posição e faça isso com os três quadrantes restantes. Depois, reflita em como você vê a sua situação; mude de posição, como as outras pessoas envolvidas vêem essa situação? Modifique mais uma vez e tente ver de fora, como se não estivesse envolvido, o que você vê? Agora, faça um salto, você é um gigante, e está além do tempo e do espaço. Você pode ver o passado e o futuro e percebe que tudo torna-se uma coisa só... que tudo torna-se insignificante com o passar das eras... que tudo torna-se extremamente importante com o passar das eras. Volte lentamente. E reflita sobre o que você vivenciou. Dessa experiência o que você pode levar para a sua vida?
Eu sei o quanto é difícil fazer o exercício acima. As vezes esquecemos de nossa grandeza e nos preocupamos apenas com a nossa realidade concreta, humana. Mas não se preocupem, até isso passa...
Uma semana recheada de esperança para todos!
Até a próxima!
Referências:
- Trobe, K.; Invocação dos Deuses: explorando o poder dos arquétipos masculinos. São Paulo: Mandras, 2001, p. 59 a 68
0 comentários:
Postar um comentário