segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A Lança: Brahman (Parte 2)

"OM NAMO BRAHMAYAYA"
(Prostração ao Senhor Brahman)


Semana passada tentei explicar um pouco sobre quem seria Brahman. Hoje, vamos tentar entender um pouco mais sobre Ele.

Creio que existam poucas maneiras para se entender a imensidão do que Ele é. Na verdade, é preciso muito treino, muita paciência e muita força de vontade para não enlouquecer no processo. Sempre teremos apenas alguns vislumbres.


Segundo Kala Trobe, para entrar em contato com Ele é de bom tom estar com o corpo purificado do tabaco, do álcool, do peso que certos alimentos trazem para o nosso corpo e etc. Entoar um mantra, como o citado acima, também ajuda a estender a consciência e abarcá-lo. Medite. Medite de frente para o norte, pois seus altares ficam na face norte de seus templos.


Bem, correndo o risco de ser redundante, Brahman, além de ser o criador de tudo, é o criador dos corpos causal e astral:



"Ele emite um raio de luz branca de lótus no topo de seu Ser e chama-o de Coroa e, ao pronunciar a palavra, ele se Torna. Feito isso, emite um raio de luz violeta de sua fronte, e ao ser recebido ele o chama de Ajna. E então Brahma emite e pronuncia os raios de azul, e verde, e amarelo, e laranja e vermelho, e a constituição dos corpos causal e astral está completa. [ ] Esses corpos, um contido dentro do outro, Brahma veste de carne, enquanto ele próprio se mantém incorpóreo, contemplando sua criação com quatro faces espirituais, quatro pontos dos céus. [ ] Ele faz com que luz e trevas se encontrem no meio e as induz a cooperar. E tudo o que ele deseja pronuncia e passa a Ser."


(Invocação dos Deuses, Trobe, p. 60)

Ele é a reunião de tudo e a palavra que forma seu nome é muito mais velha do que o próprio Deus. Significa casta sacerdotal, assim como Deus Máximo. Além disso, originalmente acreditava-se que significava também "dito sagrado" e que o som teria sido criado por meio do som. Assim os mantras são sagrados e muito valorizados nessa cultura, pois eles possuem o poder de criar, sustentar e destruir.

Ele possui quatro (4) cabeças com as quais pode olhar para todos os lados e juntamente com Vishnu e Shiva, forma a Trindade Hindu. O primeiro representa o aspecto formativo; o segundo, o aspecto sustentador e o terceiro, o aspecto destrutivo. Também é importante saber que Ele representa os Vedas e possui uma mulher, Sarasvati, que representa a sabedoria e a aplicação dos Vedas. Sua combinação forma a Sagacidade Máxima. Usa um manto branco brilhante, indicativo de sua pureza espiritual e cavalga um pavão ou um cisne, por serem aves muito belas e consideradas da realeza. Possui quatro braços e carrega um rosário e um punhado de capim sagrado, um livro - que representa sua sabedoria - os quatro Vedas, um pote de água primordial, uma mão erguida em benção, um lótus e um prato para esmolas. Sua arma, quando é utilizada, é um disco que simboliza as rodas da vida e a arma dos deuses, cauterizadora da vida. Acredita-se que por Ele não carregar armas simboliza que Ele é inatacável.

Por isso, quando precisarem mudar os óculos para encontrar novas saídas, verem o mundo de outra forma, meditem com Brahman. Respirem, entoem um mantra ou o mantra OM, e sintam-se crescendo e crescendo e ficando maiores.  Olhe para o norte e veja o que dá para se ver dessa posição e faça isso com os três quadrantes restantes. Depois, reflita em como você vê a sua situação; mude de posição, como as outras pessoas envolvidas vêem essa situação? Modifique mais uma vez e tente ver de fora, como se não estivesse envolvido, o que você vê? Agora, faça um salto, você é um gigante, e está além do tempo e do espaço. Você pode ver o passado e o futuro e percebe que tudo torna-se uma coisa só... que tudo torna-se insignificante com o passar das eras... que tudo torna-se extremamente importante com o passar das eras. Volte lentamente. E reflita sobre o que você vivenciou. Dessa experiência o que você pode levar para a sua vida?

Eu sei o quanto é difícil fazer o exercício acima. As vezes esquecemos de nossa grandeza e nos preocupamos apenas com a nossa realidade concreta, humana. Mas não se preocupem, até isso passa...

Uma semana recheada de esperança para todos!

Até a próxima!

Referências:
  • Trobe, K.; Invocação dos Deuses: explorando o poder dos arquétipos masculinos. São Paulo: Mandras, 2001, p. 59 a 68

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