Alguns reconstrucionistas das religiões pagãs na atualidade
sustentam a imagem de que os povos que vivenciaram na antiguidade tais
religiões mantinham um estilo de vida pacato e pacifico, de plena integração
com a natureza e de total respeito ao corpo humano e as regras de boa conduta
que temos hoje.
Estes que pintam ou aceitam tal imagem como verossímil ou se
quer próxima da verdade, não estudaram historia corretamente ou são cegos e
tolos para a verdade que os assola a porta. Pode-se observar uma série de
praticas atuais que geram fortes impactos ambientais (cujos quais, inclusive, é
muito comum ver tais reconstrucionistas lutarem e protestarem contra,
intitulados ou amparados ironicamente por preceitos pagãos) que tem origem em
rituais pagãos ou superstições antigas de povos tribais que supostamente seriam
nosso elo perdido com nossa conexão natural.
Que dizer de homens que compram barbatanas de tubarão para
ter sucesso financeiro ou de jovens que, para provar sua maturidade, adentram o
mar e lutam contra golfinhos, ou ainda daqueles que usam pés de coelho para
trazer sorte e sacrificam animais em rituais em prol de benefícios?
Não seriam estas práticas pagãs? Então deve-se criar uma outra classificação
para o grupo de religiões e seitas que originaram e/ou ainda fazem uso dessas
praticas? Quem passaria ileso nesta seleção?
Se estas questões assombram o leitor, ou lhe tomam de
surpresa, lhe fazendo questionar o caminho que escolheu, significa que o
mesmo deve propor-se a uma investigação mais sensata e coerente daquilo que diz
ter escolhido pra própria vida (tendo por viés a premissa de que este é um
jornal destinado ao publico pagão). Compreender a base histórica e real da sua
religião pode e deve ser de fato uma prova de fé, o portador de uma religião
deve se questionar a respeito de suas origens e de suas conjecturas, a decisão
deve ser clara e coesa para que somente assim uma verdadeira fé surja, somente
através do verdadeiro conhecimento de suas opções é que se pode fazer uma
escolha sensata e real, de resto a qualquer brisa que venha sua crença é posta
em cheque.
É fato que, historicamente, para que o
preconceito criado acerca dessas conjecturas religiosas fosse derrubado,
houve uma necessidade de se exaltar as qualidades dos povos de onde se originaram,
porem essa primeira vestimenta bela e colorida tem a única intenção de agradar
os olhos do povo comum e não pertencente a tais meios, o que se difere em muito
daqueles que optaram, ou dizem ter optado, vivenciar profundamente tais
aspectos, para o segundo caso faz-se necessário uma investigação mais refinada,
um mergulho mais profundo, uma experiência inteira e integral dos fatos. O
buscador pode (e legalmente deve) optar por não exercer nenhuma das atividades macabras
que sua religião ou a base da mesma já possa ter acreditado, porem o mesmo deve
compreender que ela existiu e as razões que
fizeram com que se perdesse tais hábitos, ou não, através dos séculos,
ou anos de sua existência.
Assim como outros grupos religiosos devem ter um olhar mais
critico para sua historia e talvez até existência, este conjunto de religiões
denominadas pagãs também o devem, para que sua própria essência não se perca
(como já vem ocorrendo, principalmente nos veios mais populares como a wicca)
para que seus praticantes sejam de fato praticantes, e principalmente para que
sejam de fato entendedores daquilo que dizem vivenciar.
Progredir sempre!
Lupos, Canis – O caçador
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