Sempre é esperado que a geração
mais nova conflite ideias com a geração anterior. Este mesmo princípio vive
fazendo o mundo girar em extremos opostos. Desde a alta iluminação científica
até os obscuros anos do mundo nazista.
A grande questão é: quando uma
mudança é boa ou ruim? Dentro do instinto humano, obviamente pressentimos logo
que toda mudança é ruim, temos uma natural relutância ao novo e na prática
vemos que nem sempre é assim. Infelizmente entender a linha que separa as
mudanças boas das ruins ainda é coisa muito complexa a nós mortais. E devido a esse
fato permanecemos no estágio científico da experimentação.
Dentro do ocultismo não é
diferente, e quando envolve âmbitos religiosos é ainda mais complicado perceber
tal divisória. Vemos constantemente novas práticas filosóficas surgirem e serem
arrebatadoramente criticadas. Algumas conseguem seguir em frente, outras morrem
de vez ou para renascer logo adiante com uma nova cara.
Estranhamente quando se para pra
refletir nas tradições tão cultuadas ou cujo renome é usado como maximus
argumentum em discussões comparativas com as novas idéias que surgem em
nosso tempo, tais tradições surgiram em momentos similares de caos ideológico,
foram extremamente criticadas, tentaram suprimi-las e muitos de seus criadores têm
históricos altamente prejudicados pelas artes que tentavam desenvolver.
Particularmente valorizo muito
aqueles que tentam o novo, mesmo que a conclusão seja trágica. Esse é um risco
que só os ousados podem correr. Ao passo que tenho visto muita produção que
foge completamente (ou quase isso) a toda concepção tradicional já vista, e de
fato isso assusta um pouco, principalmente pelos aforismos de que a fé não
precisa de constatação ou lógica. Dentro do ocultismo isso nunca foi bem aceito
devido ao método pseudo, mas ainda sim científico em que se elaboram as
práticas e as técnicas no mundo dos véus.
Seguindo ainda a lógica do nosso
último encontro sobre a qualidade da informação, transmito aqui algo a mais
para facilitar esta seleção. Devemos ter em mente que quando nos propomos a
conhecer profundamente algo temos que buscar primeiramente os conteúdos renomados
e indicados, para que doravante possamos aplicar-lhes o devido bom senso e
analise para nos aproximar de tal conhecimento e poder por fim tecer-lhe alguma
crítica ou inová-lo. Salvo raras exceções, é acertadamente ruim aceitar ideias que
não têm nenhum embasamento prévio, ou não se baseiam em real estrutura lógica qualquer.
É ver, por exemplo - após milênios de relatos sobre a mutabilidade das essências - milhares de pessoas entrarem para um novo grupo religioso que alega que se pode
ter a alma de um “dragão verde dos olhos rosas” e por acidente encarnar na
forma humana, sendo portanto um dragão enclausurado no corpo de humano; ou
ainda grupos que idolatram um sujeito que alega ser a reencarnação do conde Drácula
ou de Jesus, e pior que isto é ainda observar que tais criações se embasam em
argumentos ainda mais estúpidos como: “Jesus previu que seria
ridicularizado quando retornasse portanto a prova de que sou Jesus é que vocês
me acham ridículo” ou “Se você sente que o mundo precisa melhorar você
provavelmente é um dragão preso num corpo humano”.
Como disse, valorizo aqueles que
tentam o novo e quero deixar claro que não discurso contra as inovações, porem
chamo a atenção daqueles que tem gana por um ideal, e aceitam o novo somente
por ser novo. Clareando: aqueles que propõem algo novo por mais tolo que seja
ainda está sendo ousado, já aquele que não propõe nada novo e ainda por cima
opta por seguir um tolo está unicamente sendo duplamente tolo. Portanto se for
para ser tolo seja ao menos um tolo criativo, do contrário procure bons grupos
e boa literatura para embasar suas práticas. Estejamos sempre atentos à coisas
novas e buscando compreendê-las, mas não nos vendemos para uma fé cega e
degenerada, onde morre todo o senso crítico.
Progredir Sempre!
Lupos, Canis - O caçador
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