quinta-feira, 4 de abril de 2013

Universo Simbólico: Ouroboros, a Transformação da Alma.


Olá pessoal, sob o véu da Senhora da Sabedoria que míngua aquilo que não nos serve mais e com as forças da transformação nos trás o novo, inicio esta semana falando do Ouroboros, um signo que nos mostra a transfiguração do ser.

A Transfiguração mencionada acima se passa em diversos momentos das nossas vidas e suas marcas podem ser perceptíveis quando acontece uma ruptura espiritual, ou seja, um fato que deixe impregnado sua essência em nosso espírito. Uma mudança significativa em nosso caminho, nos moldando por uma nova perspectiva, que desde as Eras mais remotas (e que podemos encontrar também nos dias atuais) eram registradas através dos “Ritos de Passagens”.

O Ouroboros, possuidor de diversas interpretações etimológicas, tem registros de que seu mais próximo significado seja de origem Copta e Hebreia, onde “Ouro” (Copta) significa “Rei” e “Ob” (Hebreu) significa “serpente”.  Representação gráfica que expressa muito bem o sentido de mudança permanente que as rupturas espirituais nos provocam. Amuleto para Ocultistas, e signo de algumas escolas iniciáticas, este símbolo tem seus primeiros registros entre os Egípcios, Gregos, Chineses e os povos do norte europeu há mais de 3000 anos. Normalmente este Signo é representado por um Dragão ou uma Serpente que engole a própria calda, mas existem imagens que aparecem dois outros animais míticos, que alternadamente um come a calda do outro.

Atribuído ao conceito de eternidade o ato de engolir a própria calda nos passa a ideia de abandonar nossos velhos conceitos e preconceitos, deixar de lado a roupagem do Ego e com humildade permitir-se abandonar os vícios, pensamentos e atitudes que possam ser prejudiciais para nossa caminhada. Interessante lembrarmos que segundo o Princípio da Vibração o Universo é movimento, "Nada está parado; tudo se move; tudo vibra." − O CAIBALION − e sendo assim, se não nos libertarmos destas energias e até mesmo situações e pensamentos que não nos tem nada a oferecer, como que nossos caminhos estarão seguros e abertos para que as novas oportunidades e energias de conspiração positiva cheguem a nossa senda? O Ouroboros também representa os ciclos reencarnatórios do ser, as ideias de movimentação e de continuidade, além de ser a representação da autofecundação, onde tudo retorna ao seu início.



Este símbolo, que por muitas vezes foi colocado à frente dos Alquimistas, em uma interpretação maniqueísta, a figura da serpente desencadeia a relação com os escritos bíblicos no livro de “Gêneses”, onde este animal é visto como a influência negativa que desvia os homens da rota de sabedoria. Por outro lado, sabemos que este signo de transformação é pré-cristão, sendo assim, a interpretação de sabedoria é predominante; Sabedoria esta que por muitos escritos é oculto pela palavra “Luz”. Outro fator importante são as cores opostas dos animais míticos que podem aparecer representando a dualidade de princípios nos gêneros masculino e feminino, muito semelhantes ao Yin- Yang.

O Universo faz parte deste signo e com certeza estamos presentes dentro deste grande círculo que nos é mostrado pelo Ouroboros. Todos os movimentos e energias de transmutação da alma em apenas uma imagem. Encontramos no “Dicionário de Símbolos” dizendo que nele está presente o ciclo da evolução, onde a continuidade de movimento nos traz ao eterno retorno. Lembro- me das algumas práticas (de variadas vertentes) de equilíbrio energético e ritos onde a mudança de atitude e o pensamento de espírito renovado podem ser reforçados com êxitos satisfatórios, se a essência deste signo for assimilada.

A Roda da existência e da criação do Universo aflora deste signo, princípios que os Druidas, indianos e Egípcios acreditavam. Uma roda menos perfeita que a que normalmente conhecemos que visa sempre a perfeição (círculo comum que normalmente simboliza o mundo), mas esta (Ouroboros) nos mostra que existe perecibilidade no ser, e assim dar-nos a oportunidade do recomeço. Falamos na semana passada sobre a Iniciativa, o Fogo sagrado e podemos fazer referência a ele novamente, pois o Fogo que movimenta as energias e transforma o velho em novo estão presentes no Ouroboros ou “Uróboros”, através dos escritos Alquimistas que diziam: “Alimenta este fogo com fogo, até que se extinga e obterás a coisa mais estável que penetras todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem”. É a criação de um segundo elemento através do primeiro formando assim um terceiro e posteriormente um quarto. O Que podemos recordar do “Axioma de Maria” que nos mostra claramente estes processos de transformação do indivíduo, onde o “Um torna-se Dois, o Dois torna-se Três, o Três torna-se Quatro e o Quatro por sua vez volta a se tornar Um”.

“Hen to pan” (o Um, o Todo), a dança cósmica e os processos de morte e renascimento encarados pela maioria das vertentes que podemos conhecer. Pode representar “Wiccanamente” falando por um olhar e uma mente mais aberta ás transformações que ocorrem na Roda Do Ano e o renascimento do iniciado, ou até mesmo o “Olhar para sim mesmo” como mencionam os tibetanos ao fazerem suas meditações do Mahamudra. A origem, a vertentes e as interpretações são coadjuvantes se comparadas ao que este signo de fato pode na introspecção nos fazer enxergar. Possuímos a essência do desejo e a Vontade de transformação. Quando estivermos dispostos a “mordermos nossa própria calda” poderemos então ser os Reis e Rainhas de nossa própria senda.

A todos,
Pax, Luxe et Nox.

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