Olá pessoal, abordaremos
hoje um assunto que não podemos deixar que caia no esquecimento, muito menos
que seja menosprezado pelas pompas de rituais luxuosos. Falaremos sobre a
Magiah dos nós. Uma ferramenta simples, mas que se bem trabalhada pode resultar
em êxito.
Para falarmos de Magiah dos
nós, dentro da lógica, veremos um pouco sobre o simbolismo da corda (barbante)
que sem ela a ferramenta Mágicka de nós é basicamente ineficaz.
A simbologia da “corda”
possui algumas particularidades, porém há também uma semelhança com os
significados que envolvem o signo “árvore”, “fio da aranha”, sempre no que se
refere a elevação do ser. A corda representa o intermediário entre dois pontos,
assim como o desejo da ascensão. O segredo de magias, poderes e virtudes ocultas
são representados quando observamos uma corda que possui uma grande quantidade
de nós. A Maçonaria possui em suas lojas uma corda com vários nós que
representam a união de cada membro e esta mesma pode ser refletida quando todos
eles dão as mãos em corrente. Quando observamos uma corda esticada por um arco,
na cultura “Védica” podemos observar e compreendermos que ela não é de origem
masculina, ou que provenha da dureza, ou das coisas matérias, mas sua
correspondência é semelhante a que conhecemos quando tratamos do Sagrado
Feminino, imaterial, intuitivo, de uma fortaleza natural e invisível, onde
através da tensão passa a funcionalidade para o arco.
Podemos encontrar a
simbologia da “corda de prata”, ou “fio de prata”, a consciência inerente do
ser humano que liga o espírito a essência Universal. Esse caminho prateado é
aquele que percorremos quando entramos em estado meditativo, ou quando fazemos
viagens astrais. Tamanha é a importância da corda para os Hindus que o Deus
“Varuna” em posse de uma, demonstra todo o seu poder de unir e desunir. Em
culturas como a Egípcia podemos encontrar nos hieróglifos cordas cheias de nós
que representam a existência indiferente de um ser humano, assim como lendas
Gregas nos mostram que a corda pode significar correntes de castigo perpétuo.
As civilizações Maya e Mexicana têm-na como símbolo de fertilidade Divina,
quando essas cordas apontando para os céus representam a semente que cairá
sobre a terra e a fertilizará. E o nome do mês no calendário antigo Mexicano
que representava o início das chuvas chamava-se “Toxcat” (corda trançada). Um
costume bem comum é a associação das cordas as chuvas, assim como enterrar seus
entes com cordas para que eles tenham como se defender de animais ferozes do
“outro mundo”. Na África ela é utilizada pelos Bruxos das “Vévés”, o “Voodoo”
tradicional, que segundo eles são serpentes que agem na Magiah.
As “Shimenawas”
shintoístas, cordas feitas com palha de arroz onde em sua extremidade pode-se
ver a origem, é utilizado por muitos como instrumento de proteção, onde são
colocadas em caminhos, portas e entradas de templos para protegem das energias
negativas também da invasão de espíritos mal intencionados. Os japoneses
colocam-na sobre a porta de entrada de suas casas na semana de Ano-Novo para
proteger destas energias nocivas.
Existe o uso desta forma de
Magiah na cultura Nórdica, onde esta civilização atava os ventos com seus
poderes utilizando de nós. A famosa ilustração de “Olaüs Magnus, Roma 1555”,
contando a história de “Gentibus Septentrionalibus” que parado de pé em frente
a navegantes negocia corda com três nós que garantiria um ótimo auxilio na
viagem. Ao desatar o primeiro nó, um vento suave viria do Oeste-Sudoeste; Ao
desatar o segundo foram surpreendidos por um vento rude do norte; E se
desatassem o terceiro uma imensa tempestade os acometeria. O simbolismo da
corda nos remete para a solidariedade humana que precisamos em nosso cotidiano.
Essencialmente é a reconciliação Universal.
Agora que já conhecemos o
instrumento básico desta forma de Magiah podemos dar seguimento.
A magiah dos nós teve seus
experimentos iniciados a mais de 4000 anos, quando os tablados cuneiformes do
oriente foram confeccionados no Oriente. Sua eficácia já era garantida a 2000
a.c e nos dias atuais podemos utilizar esta poderosa ferramenta, porém o que
acontece é a desvalorização de magias aparentemente simples, a ponto de
torna-la na maioria das vezes como parte integrante de folclores locais,
rebaixando o nível desta ferramenta.
O nó que é atado com um
desejo especifico estabelece uma ligação da mente do operante com a fio.
Encontramos aquelas magias com nós, onde se amarra ao redor do dedo um barbante
para que não se esqueça de algo. Essa conexão é estabelecida e a energia é
movimentada para o objetivo do operador. O poder não está dentro de nó, ele é liberado para fazer com que sua
necessidade se manifeste. O barbante com nó é uma representação física de sua
necessidade, assim como uma imagem. Até que aconteça, mantenha o barbante com
você ou em algum lugar seguro.
Houve um tempo na Alemanha
em que a Magiah dos nós era proibida, pois o numero de imagens literalmente
amarradas aumentou, porém era um costume a utilização de nós encantados nas
igrejas para proteger de espíritos e pagãos. Assim como todas as coisas neste
mundo, esta ferramenta não seria diferente e existe sim, a possibilidade de se
trabalhar para o lado da desconstrução. E por ser um tipo de Arte de forma
simples a exigência além da intenção para com o objetivo proposto é expressar a
emoção do momento e utiliza-la a seu favor.
Os barbantes são utilizados
em nós mágicos, porém alguns cuidados devem ser tomados para que o
desenvolvimento e eficácia da prática seja conquistada. Na maioria dos
encantamentos com nós não se utiliza mais que 60cm de barbante, porém os nós os
consomem muito, então a depender da prática mágicka pode-se utilizar um pouco
mais. As cores são bastante utilizadas e a correspondência delas são a mesma.
Não podemos esquecer que o material do barbante também tem sua importância, recomendando-se
fios de algodão e lã, evitando náilon e poliéster. Se for preferível, sabemos
que é muito mais poderoso e bastante recomendado, é fazer seus próprios
barbantes, pois o ato de tecer além de mesclar suas energias com o trabalho
executado, o ato por sí é uma Arte Divina. E quando seus anseios forem
concretizados no plano físico assegure que seu nó jamais seja desatado. E para
este fato pode-se queimar, enterrar, ou deixar em algum local realmente seguro.
Os materiais que falam a
respeito desta ferramenta poderosa atualmente estão escassos, porém com uma boa
pesquisa pode-se achar algumas práticas que podem ser aproveitadas para uma
familiarização inicial e possivelmente um entendimento mais aprofundado no
conteúdo. Acreditando que tudo mencionado será de grande valia, desejo a todos
que chegaram até aqui a harmonia e o
sucesso dos ventos benfazejos.
A todos,
Pax, Lux et Nox
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