segunda-feira, 25 de março de 2013

A Lança: Susanowo (Parte 2)

Susanowo armou uma vingança devastadora para com a sua irmã. Ele sabia que Amaterasu adorava suas tecelãs e seu cavalo sagrado. Ela os tratava com muito amor e muita dedicação. Era sua família também. 

Susanowo rumou para o reino de Amaterasu e depois que a Kami saiu para fazer sua visita ao seu reino, saiu de se seu esconderijo apertou com gosto o cabo de sua katana e montou em seu dragão rumando para a caverna em que sua irmã morava e em que havia deixado suas tecelãs trabalhando.

Por onde passava até chegar o seu destino, ele deixou um raio de destruição por toda a lavoura. Foi até o estábulo onde ficava o cavalo sagrado da deusa-irmã e matou o cavalo se deliciando com a agonia da morte silêncio que lhe deu. Logo após esquartejou o cavalo e levou todos os pedaços para a sala onde as tecelãs fiavam o vestido da manhã seguinte da Deusa, jogando-os nela. As tecelãs se assustaram e começaram a correr desatinadas morrendo de medo. Uma delas no entanto, acabou parando na frente do Kami enfurecido e petrificada ficou a olhar os seus olhos vermelhos de ira. Este ainda segurava a cabeça do cavalo pelas narinas e jogou-o em cima dela. Ela cambaleou alguns passos para trás e caiu de costas batendo com a cabeça em uma pedra, morreu na hora, empapada com o sangue do cavalo. Este feito o deixou satisfeito e orgulhoso de si mesmo, tanto que nem notou o olhar de pavor e pesar que as tecelãs emitiam. Ele foi embora e elas agruparam-se em torno da morta, tristes e pensando em como seria a reação de sua querida Kami.

Amaterasu ao terminar o dia, suada e vermelha de tanto brilhar, voltou para casa e antes mesmo de chegar pressentiu que algo de errado encontraria. Ao se aproximar notou os campos devastados e sentiu o cheiro acre do sangue e da destruição. Logo intuiu que seu irmão havia aprontado alguma. Ao chegar a porta da caverna deparou-se com uma multidão e no meio dela a sua jovem tecelã sem vida e por todos os lados pedaços do seu adorável cavalo. Sua exaustão exauriu-se em fúria e a Deusa transformou-se em puro ódio. Susanowo que escondido de um canto há tudo observava deixou de rir e começou a temer por sua sorte.

A Kami amaldiçoou o irmão e pediu para um mensageiro espalhar para os quatro cantos da redonda galáxia  o que o seu irmão havia feito e que ele estava sendo caçado. O Deus ao ouvir tais palavras postou-se a correr montado em seu grandioso dragão, no entanto, antes de conseguir chegar aos portões do reino de Amaterasu foi alcançando pelas mãos dos Deuses e jogado em um calabouço. 

Sua irmã vendo que o assassino estava preso, retirou-se do mundo, magoada e cansada de tanta destruição. Com o tempo a terra começou a sentir a falta da Deusa e os grãos começaram a murchar pois sem sol, não havia como ter fertilidade. Os Deuses começaram a ficar raivosos e a pensar em planos para acabar com Susanowo, pois, ele era o culpado. Sorte sua, que a Deusa da sabedoria interviu, justificando que mais mortes não trariam a adorável Amaterasu de volta ao convívio de todos.... 

Como Amaterasu saiu da caverna é outra história, na qual a Deusa do riso, Uzume, tem proeminência... O que consta é que conseguiram tirar Amaterasu da caverna e o Deus finalmente foi julgado. Mas essa história  ficará para a semana que vem.

Bibliografia Consultada:

Seganfredo, C.; As Melhores Histórias da Mitologia Japonesa. Porto Alegre, RS: Artes e Ofícios, 2011.

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