sábado, 18 de agosto de 2012

O Bosque: As Quatro Jóias das Tuatha Dé Danann


*Livro Amarelo de Lecan

Havia quatro cidades nas quais as Tuatha Dé Danann aprenderam sabedoria e magia, pois a sabedoria e a magia e a magia negra estavam a serviço deles. Estes são os nomes das cidades: Failias e Findias, Goirias e Murias. De Failias foi trazida a Lia Fail, que está em Tara, e que costumava clamar sob cada rei que assumia a soberania da Irlanda. De Gorias foi trazida a espada que pertenceu a Nuada. De Findias foi trazida a lança de Lug. E de Murias foi trazido o caldeirão do Dagda.

Quatro magos estavam nessas cidades. Fessus estava em Failias, Esrus estava em Gorias, Uscias estava em Findias, e Semias estava em Murias. Deles as Tuatha Dé Danann aprenderam sabedoria e conhecimento. Nenhuma batalha mantinha-se contra a lança de Lug ou contra o que a tinha em sua mão. Ninguém escapou da espada de Nuada após ter sido ferido por ela, e quando era puxada de sua bainha guerreira, ninguém resistia contra o que a tinha em sua mão. Nunca houve uma assembleia de convidados insatisfeita pelo caldeirão do Dagda. E a Lia Fail, a qual está em Tara, jamais falou exceto sob um rei da Irlanda.

Alguns historiadores, de fato, dizem que as Tuatha Dé Danann vieram para a Irlanda numa nuvem de bruma. Mas isso não é assim; pois eles vieram em uma grande frota de navios, e após desembarcarem na Irlanda, eles queimaram todas as suas embarcações. E da fumaça que se ergueu delas, alguns disseram que eles tinham vindo numa nuvem de bruma. Isto, entretanto, não é verdade; pois essas são as duas razões pelas quais eles queimaram seus barcos: a de que a raça dos Fomorians não pudesse encontrá-los e atacá-los, e a de que Lug não pudesse vir a fim de competir com Nuada pela soberania. A respeito deles, o antiquário compôs esta balada:

“As Tuatha Dé Danann das jóias preciosas,
Onde elas encontraram o saber?
Vieram na perfeita sabedoria
Em druidismo (e) em malignidades.

O justo Iardanel, um profeta da excelência,
Filho de Nemed, Filho de Agnoman,
Teve como insensata prole o ativo Beothach,
Que era um herói do (golpe de) trespassar, cheio de maravilhas.

Os filhos de Beothach, —-muito tempo durou sua fama -—
A horda de valentes herois veio,
Após a mágoa e após grande tristeza,
Para Lochlann com todos os seus delitos.

Quatro cidades, -—apenas sua fama -—
Inclinaram-se com grande vigor.
Por conta disso apaixonadamente competiram
Pelo aprendizado de sua genuína sabedoria.

Failias e a brilhante Gorias,
Findias (e) Murias de grandes proezas,
Das quais batalhas foram vencidas do lado de fora,
(Foram) os nomes das principais cidades.
Morfis e o nobre Erus,
Uscias e Semiath, sempre-feroz,
Nomear-lhes,—-um discurso necessário --
(Estes foram) os nomes dos sábios da sabedoria nehle.

Morfis (foi) o poeta da própria Failias,
Em Gorias (estava) Esrus dos profundos desejos,
Semiath (estava) em Murias, a fortaleza de pináculos,
(E) Uscias (era) o honesto vidente de Findias.

Quatro presentes (foram buscados) com eles aqui, pelos nobres das Tuatha Dé Danann:
Uma espada, uma pedra, um caldeirão de valor, (e) uma lança para a morte dos grandes campeões.

De Failias (veio) cá a Lia Fail, que gritava sob os reis da Irlanda. A espada na mão do ágil Lug de Gorias (foi adquirida), -— uma escolha de vastas riquezas.

Da distante Findias além do oceano foi trazida a mortal lança de Nuada. De Murias (foi transportado) um enorme e poderoso tesouro, o caldeirão do Dagda de feitos grandiosos.

O Rei do Firmamento, o Rei dos homens fracos,
Que ele possa me proteger, o Rei das frações reais,
O Ser no qual está a resistência dos espectros,
E a força da gentil raça.”

Tuatha Dé Danann.

Fim. Amém.

Fonte:
Vernam Hull. "The Four Jeweles of the Tuatha Dé Danann." ZCP. vol. XVIII. NY: G.E. Stechert Co. 1930.
Tradução: Renata Gueiros

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Caminhando entre as Deusas: Sonhos


Um dos caminhos mais tradicionais para se entrar em contato com a Deusa, são os sonhos. 

Vários povos e culturas utilizavam-se desse meio para receber respostas as suas dúvidas, preocupações e presságios. 

No entanto, nem sempre é possível entender de primeira mão o que quer dizer os símbolos que vemos, ou o que a Deusa queria dizer.  Outras vezes, para terem certeza que compreendemos o que se mostrava nos sonhos, outros recados que chamaríamos de "coincidências" ocorrem no estado de vigília.

Por exemplo, ainda ontem eu sonhei com um local em que existiam várias templos. Eu me dirigia a um dos aposentos, quando algo me chamou a atenção em outra porta. A porta estava rodeado por um tecido leve e de cor vermelho vivo. Adentrei o aposento, que estava a meia luz e me deparei com fotos de uma santa de véu vermelho em uma das paredes. Fiquei observando as fotos, até que notei que logo após essas fotos, existiam outra de Nossa Senhora de Fátima, com o véu branco.  Na parede ao lado desta, havia uma série de livros infantis sobre bruxaria, coleções e do outro lado do quarto havia um pequeno altar, com várias velas que era o que iluminava o aposento. No centro, era o que havia de mais curioso! Uma cama e a santa em estado de decomposição de lado, com a cabeça virada em relação ao corpo, em uma posição que deixava em dúvida se ela sentia dor ou prazer. A sensação que eu tinha, era que esta santa havia sido renegada pela igreja, pois, diferente das outras santas, ela não era virgem e, prestava seus serviços ao Divino também por meio do corpo. O estado em decomposição da imagem servia para lembrar aos seus fiéis que ela não era bem vista. No entanto, mesmo assim, ela tinha seus seguidores, visto a quantidade de velas acesas que tinha no aposento. 

Acordei meio desnorteada e no decorrer das horas, ao sair de casa, me deparei com duas fotografias de Nossa senhora de Fátima, em um caminho que habitualmente eu faço e nunca havia visto. Será que a Deusa que eu vi no sonho era a primeira Nossa Senhora de Fátima? Que pra poder ser aceita transformou-se na virgem com o véu branco? Será que era outra Deusa? São perguntas que talvez eu não encontre respostas. Assim como o porquê dela ter aparecido não esteja muito claro.  E acreditem, isso acontece muito. As mensagens nunca vem claras. 

Há dois anos atrás, recebi uma joia de ouro com uma pedra vermelha de uma Deusa. Ainda hoje não sei para que servia essa joia, ou qual era a Deusa. Mas sei que posso me comunicar por ela em sonhos.

No Egito, antigo e atual, os devotos iam até os templos da Deusa Ísis em busca de resposta e consolo para suas angústias. Se bebericava um preparado de ervas que induzia ao sono e se dormiam em pares, o pedinte e a sacerdotisa, um dos dois teria o sonho com a resposta. Ísis é uma das Deusas que mais utiliza esse recurso, pois, Ela não pode interferir realmente no mundo humano, então, Ela ajuda seus devotos por meio da simbologia dos sonhos, mandando seus recados por meio deles.

Este é um dos caminhos que pode ser trilhado para se estabelecer o contato com a Divindade que você procura. Então, antes de dormir esta noite, faça uma prece, acenda um incenso, converse, peça para que a face da Deusa com a qual você precisa trabalhar no momento para continuar sua evolução, apresente-se, lhe clareie o caminho e vá dormir. Pode ser que não recebe a resposta na primeira noite, mas acredite, vai aparecer, preste atenção nos seus sonhos. Anote-os. Veja o que se repete, o que lhe chama a atenção, como o sonho mexe com você. Ah! Se você não tem o costume de lembrar dos sonhos, anotar o pouco que lembra quando acorda vai ajudar a lembrar mais das próximas vezes, assim como é  interessante pedir para que o recado que é preciso você entender seja lembrado.

Portanto, queridos leitores, bons sonhos esta noite! Até a semana que vem!


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Universo Simbólico: Música: A Arma para o Corpo e a Alma.


Olá pessoal, o post de hoje vem mais como uma ferramenta adicional de auxílio já conhecida por todos nós, mas que são poucas as pessoas que a utiliza como instrumento específico para a defesa espiritual e corpórea. Abordo este assunto também, pelo fato de termos uma imensa quantidade de métodos para a defesa corpórea e etérea, mas que pelo nosso cotidiano e por nossas limitações particulares não nos permite executá-la, já que muitas desses métodos requerem medidas mais complexas e com a vida que levamos isso nem sempre é possível, porém uma coisa que tenho certeza é que a maioria de nós já experimentou as diversas sensações que a música ao longo de nossas vidas foi capaz de proporcionar. É com base nisso que descreverei algumas informações a respeito deste tema que possibilitará através de um método fácil e acessível e deveras conhecido, o nosso bom estado vibracional na nossa tão conturbada vida.

A Música religiosa é considerada uma das primeiras formas de Magiah incorporada para reestabelecer a conexão do homem com a Divindade, representando os sons da Natureza e reorganizando seu estado de espírito de acordo com as vibrações causadas por ela. Vibrações que estão presentes em todas as coisas desde pedras até mesmo em objetos aparentemente silenciosos e que de tão aguda é sua frequência sonora que nossos ouvidos são incapazes de captar, mas que suas influências em nossos corpos são sentidas de inúmeras formas, como é descrito na Tábua Esmeraldina por Hermes Trismegisto:

“Tudo está em eterno Movimento!”.



Os Nossos chakras possuem uma vibração específica que é capaz de mudar o nosso estado de espírito para melhor ou pior a depender do tipo de estímulo que lhe é dado. Digo Pior, pois estamos sujeitos a dualidade de energias espalhadas no Universo e os nossos corpos vibracionais tendem a sofrer várias influências e uma delas é a nossa própria colaboração para o desequilíbrio áurico através de nosso pensamento e energias que emitimos. E levando em consideração que “Semelhante atrai semelhante” é imprescindível que elevemos os nossos pensamentos e nos apropriemos de estados elevados em termos de vibração para que assim nosso campo áurico não venha sofrer devido as cargas energeticamente negativas que venhamos a atrair.

Nós não somos seres isentos de manipulações de energias externas, sedo assim, tudo nos manipula, porém o que não deve acontecer é essa energia nos manipular de forma negativa. Quando isso ocorre é necessário que um trabalho de defesa psíquica seja executado para o bem de nosso corpo etéreo. Não devemos aceitar aquilo que não provém do nosso estado natural de ser, daí mais um motivo para nos reequilibrar.

Manter o estado vibracional correto é a chave para não ser acometido por energias invasoras, e a música é uma ferramenta bastante poderosa e transformadora que se bem utilizada seus efeitos podem ser grandiosos. Músicas que nos transportam para outras dimensões, estas de segurança e paz, outras que nos livram dos medos e das incertezas, da timidez e da depressão e do baixo poder, até mesmo as que inspiram e que nos dão coragem para superar, enfim, sabemos qual mexe de fato como o nosso espírito e devemos utilizá-las com mais frequência em nossos ritos para alcançarmos o ápice das vibrações positivas.Elas Induzem estados alterados de consciência e já é bem conhecida por outras correntes religiosas como, por exemplo, do Xamanismo que utiliza de tambores para recriar estados espirituais para facilitar o “Religare”, e quando todas as sensações são realmente sentidas e apreciadas se tornam de fato verdadeiros rituais e temos a consciência de que rituais são extremamente protetores.

A Música também poder ser uma auxiliar não só para a mudança energética corpórea, mas também para a egrégoras de ambientes carregados, assim sendo uma arma muito poderosa quando sentimos que existe uma possível ameaça onde estivermos. Se por acaso sentir que está sob um possível ataque neutralize as forças com a música correta, já previamente escolhida, pois a escolha certa pode fazer realmente a diferença.  Saber cada acorde e estar equilibrado com suas notas e saber os ápices de poder musical provocam em nossos corpos sutis e físico os efeitos necessários para a defesa vibracional. Com isso iremos emitir uma vibração ideal e por consequência atrairemos a mesma força nos beneficiando.

Tenho sempre em mente que “Aquilo que não é meu, não me pertence!”, então, se recebemos um presente que venhamos a não gostar, o que podemos fazer? Devolver o presente a quem nos enviou. Sendo assim, podemos escolher com toda certeza ser influenciado por estados negativamente vibracionais ou não, dessa forma nunca estaremos vulneráveis para ataques de categoria simples.

Uma coisa importante é também não confundir os níveis de ataques e suas formas de utilização, pois se isso acontecer os danos podem ser grandes. Não confundir ataques de níveis mais avançados com os mais simples. Em todo caso, o que importa mesmo é o nosso bem-estar e o nosso equilíbrio. A Luz excessiva e o excesso de gentilezas e simpatias faz estagnarmos. Não devemos reprimir nossos instintos mais sombrios, pois se não conhecemos as nossas sombras acabamos atraindo as sombras alheias. De qualquer forma percebamos que tudo se trata de nossa própria escuridão, afinal difícil mesmo é devolver os presentes indesejados que nós mesmos nos ofertamos, sendo assim nosso verdadeiro inimigo somos nós mesmos, e nada melhor do que o autoconhecimento como receita para o nosso cotidiano Mágicko.

A Todos,

Pax, Lux et Nox!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Lança: Sacrifícios


O Sagrado Masculino possui algo um tanto peculiar que é encontrado em vários mitos de vários Deuses de culturas diferentes: o sacrifício!

Na figura ao lado temos uma representação do Olho de Hórus, que durante uma luta contra Seth é sacrificado para que Hórus possa crescer e evoluir. Além dele, na própria história da roda do ano celta, vemos o Deus doar seu sangue em sacrifício para a Terra, para que ela possa continuar frutificando.

Faz parte do ciclo da vida dar algo em troca em busca do crescimento e isto está ligado ao lado ativo de nossa polaridade, que está ligado ao masculino. 

Na atualidade, dificilmente abrimos mão de algo. Nossa sociedade exige e pede que queiramos cada vez mais, sem dar nada em troca pelo que recebemos. Mas precisamos lembrar que ao trilhar o caminho d'A Lança, é preciso doar algo de importante para nós para que assim o ciclo continue .

Então, o que o seu caminho tem lhe pedido? Quais os sacrifícios que você tem que fazer?

Lembrando que aquilo que teremos de abrir mão apenas parece importante. Na verdade, muitas vezes o que existe são laços de apego, o que é puramente emocional. São coisas que na verdade estão apenas atrapalhando o nosso crescimento, nossa evolução. Nos serviram, mas já não nos serve mais. Não para o próximo passo da jornada!

O Sagrado Masculino traça esse caminho. O caminho da ação pela guerra, da força, da vontade. E sempre é preciso abrir mão de alguma coisa. Seu contraponto no Sagrado Feminino está justamente na medida da ação pelo amor, pela vontade e força da união que o amor traz. 

Mas um sem outro não existe. E então, o que você está disposto a dar?

domingo, 12 de agosto de 2012

Cultus Deorum Romanorum

Alguns sempre me questionam sobre o significado de Cultus Deorum, e também questionam sobre o que é necessário para seguir esse caminho. Para tentar explicar melhor essas dúvidas, preparei um texto resumindo as principais crenças e definições sobre o Cultus Deorum.

O que é o Cultus Deorum?
Talvez os termos "Espiritualidade" ou "Religiosidade" sejam mais adequados do que "Religião" para definir o Cultus Deorum. Essa é uma espiritualidade baseada nos princípios filosóficos, religiosos e culturais da Roma Antiga. É comumente chamada de:
- Paganismo Romano - Religio Romana - Cultus Deorum Romanorum
Na atualidade o Cultus Deorum é definido como uma religião pagã, apesar desse termo “pagão” não ter sido utilizado pelos romanos para se referir ao sistema religioso local. A palavra latina “Religio”, embora lembre a palavra “religião”, possui um significado particular para os adeptos do Cultus Deorum. Para se referir a religião, os romanos fizeram uso do termo “Cultus”. Esse termo originou palavras como “cultura” e “cultivação” que, no entanto, significa “cuidar”, “nutrir”. Ou seja, o Cultus Deorum é o cuidado e o carinho para com os Deuses, que ocasiona uma justa, equilibrada e saudável relação com Eles. No caso do termo “Romanorum”, é uma especificação do Cultus, referente aos Deuses Romanos.

Quais as principais crenças do Cultus Deorum? Há algo específico?
Símbolo "Religio Romana" (RR),
Uma referência a face do Deus Janus
Existem posturas culturais específicas, mas não há um “credo” uniforme ou um “livro sagrado” determinado. O Cultus Deorum Romanorum não é uma religião ortodoxa, mas é definida como ortopraxia, ou seja, é uma religião sem dogmas específicos, mas com uma longa e rica tradição de práticas. Embora não haja nenhuma exigência em ter ou expressar uma crença em particular, seria errado concluir que os seguidores do cultus deorum não têm crença alguma, ou que eles imprudentemente executam rituais vazios por medo ou cínico conservadorismo. O Cultus Deorum carece de texto “divinamente inspirado” e é geralmente classificado como ortopraxia, mas adeptos (chamados em português de “cultor”), partilham de uma mesma visão, cultura e corpo de conhecimentos sobre o mundo e nossos Deuses. Embora haja um sistema essencialmente ortoprático, o Cultus Deorum foi (e é) flexível o suficiente para mudar ao longo do tempo e se adaptar à evolução das necessidades do povo romano. Isso mostra que isso foi (e é) uma força vital, e não simplesmente uma tradição estéril, limitada. A maioria dos Cultores está de acordo com os seguintes pontos:

- Os Deuses existem e são essencialmente benevolentes.
- Uma relação natural une os homens aos Deuses.
- A relação humana com os Deuses requer ação humana.
- Os Deuses podem comunicar sua vontade.

sábado, 11 de agosto de 2012

Cotidiano Pagão: Artesanato de Inverno

Olá!
Bem, hoje vamos falar de Artesanato de Inverno, já que no Brasil a estação do momento é mesmo essa! Aqui ficam duas atividades que achei bastante interessantes para esta estação fria!

  • Pinhas para Alimentar Aves
Material Necessário:
  1. Pinhas - as compridas são as melhores, mas qualquer uma serve.
  2.  Manteiga de Amendoim (tem de ser sem açúcar! Pode fazer aproximadamente 10 pinhas com meio quilo de manteiga de amendoim)
  3. Paus de gelado ou pequenas espátulas
  4. Sementes para pássaro (as mais baratas, mesmo)
  5. Folhas de hóstia ou forma de tarte, para colocar as sementes
  6. Fio grosso, cordel ou fio de lã
  7. Papel de Cera ou sacos em papel de cera
Realização:
  1. Unte as pinhas com manteiga de amendoim, utilizando as espátulas e espalhando-a por todas as reentrâncias e saliências. 
  2. Envolva as pinhas untadas com manteiga de amendoim, em sementes para pássaros. Estas colam-se à manteiga de amendoim. Tenha o cuidado de retirar o excesso, delicadamente.
  3. Ate o cordel ou fio, bem apertado, à base ou à parte superior e cada pinha.
  • Cenas de Neve
Material Necessário:
  1. Sabão em pó
  2. Tigela misturadora
  3. Batedor de Claras Rotativo (manual)
  4.  Pedaços de cartão resistente e macio, cortado em bocados de forma arredondada de forma um pouco irregular (aproximadamente 12cm x 6cm)
  5. Caneta
  6. Colher
  7. Objectos naturais (pequenas pedras ou cristais, pedaços de casca de árvore ou pequenos pauzinhos, pequenas pinhas, bolotas, bagas, etc.)
 Realização:
  1.  Coloque aproximadamente uma xícara de sabão em pó na tigela e cerca de ¾ de xícara de água. Bata tudo até que a mistura fique em castelo, mas sem exagerar. Deve ficar com a consistência de natas batidas. 
  2. Coloque uma ou duas colheres de sopa bem cheias sobre a base de cartão e espalhe um pouco, deixando uma pequena margem de cartão sem sabão.
  3. Enterre os paus, pedras, etc, suavemente na neve, uma de cada vez, de modo a criar  uma cena florestal.
  4. Não toque nas cenas de neve durante cerca de uma hora. Se deixou acumular demasiado ar enquanto batia, então pode ser necessário deixar secar de um dia para o outro. 
  5. Agora pode incluir também pequenos bonecos de cera ou até mesmo feitos com o mesmo material. 
Espero que tenham gostado do post desta semana!

Bênçãos da Deusa,
MissElphie
Fonte:
Petrash, Carol (1992). Os Tesouros da Terra. Lisboa: Instituto Piaget.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Runenmagie: Significados das Runas e Runa Branca


Hail leitores! Como estão?

Para começar o nosso uso prático das runas precisamos primeiramente observar cada uma em específico. Darei nesta postagem a relação das vinte e quatro runas, palavras-chave para cada uma delas e ainda explicarei sobre a vigésima quinta runa.

Vigésima quinta?
Isso mesmo! Há muito ocorre a disseminação da runa branca, a famosa runa de Odin. Segundo as pessoas que defendem seu uso. A runa branca, também conhecida como “Wyrd”, é a runa que definiria a ação direta das divindades, ou mais especificamente, as Nornas. Wyrd em si significa DESTINO: a força carmática, a predestinação, o caos e o poder das Nornas - que estão numa ‘hierarquia’ maior que os Deuses no ponto de vista Aesir - controlando assim o destino destes. O significado obvio, e abrangente é tudo o que vir a acontecer está nas mãos das Senhoras da Fonte Sagrada.
Todo este significado é encontrado em outras runas o que de certa forma invalida o uso da branca. Os próprios historiadores crêem que a utilização desta runa foi uma coisa que aconteceu em decorrência do tempo sem um motivo específico ou com base em algum dos mitos. Já que em nenhum trecho dos Eddas a presença desta runa é citada.
Eu, particularmente, não utilizo esta runa. Na Wanen ela não é utilizada e  sinceramente acho que quando compramos um jogo de runas e vem uma runa em branco em meio às outras é para o fato de que se por um acaso você perder uma das runas você tem outro molde para substituí-la e nada mais. Tudo uma questão de precaução...

Mas enfim. Tornou-se comum a comparação entre o alfabeto rúnico e o nosso alfabeto comum. Isto dá às runas certos valores fonéticos, que na prática do Galdr nos contribui com muita coisa, já que o valor fonético real das runas se perdeu. O que temos hoje é uma especulação e adaptação. Seguem na imagem os símbolos rúnicos disposto na ordem dos Aett’s com a sua correspondência no alfabeto comum.



As runas tem como partida norteadora do seu significado certas ‘palavras-chave’. São certos príncípios que identificam qual o real significado de cada runa, sua apresentação. Diferente de outros oráculos, cada símbolo rúnico carrega uma imensidão de significados, mesmo se tratando de alguns riscos. Certas runas tem uma carga tão grande de significados (como Peorth) que em uma leitura se sua intuição não estiver afiada e sua sintonia com o jogo não for suficientemente boa, você pode se atrapalhar.
Listarei três princípios de cada runa para servir de base para futuras interpretações na ordem da imagem anterior. Mas desde já indico o estudo intensivo, pesquisa e meditação sobre os significados das runas, você vai se surpreender com o quão rico é cada um dos símbolos. Eu mesmo já observei várias visões diferentes da mesma runa em consagrados autores de livros sobre o assunto. E sobre o mais completo, indico o que sempre aparece na maioria dos meus textos daqui: Mistérios Nórdicos. Faur conseguiu reunir várias simbologias e fazer várias correspondências das runas, seu significado e uso prático no capítulo específico para as mesmas.

FEHU – Riqueza, Fertilidade, Prosperidade
URUZ – Força Primitiva, Iniciação, Bisão
THURIZAS – Espinho, Escudo, Trovão
ANSUZ – Sabedoria, Expressão, Boca
RAIDHO – Caminhos, Movimento, Viajem
KAUNAZ – Fogo espiritual, Transmutação, Tocha
GEBO – Dádiva, Harmonia, União
WUNJO – Prazer, Alegria, Orgulho
HAGALAZ – Granizo, Ação direta, Impacto
NAUTHIZ – Necessidade, Ajuda, Motivação
ISA – Gelo, Concreto, Dar forma
JERA – Ciclos, Causa e Efeito, Semente
EIWHAZ – Morte, Equilíbrio, Beleza
PEORTH – Lareira, Destino, Mulher
ALGIZ – Proteção, Atenção, Perigo
SOWELO – Sol, Vitória, Ofuscação
TIWAZ – Justiça, Direção, Agir com razão
BERKANA – Renascimento, Transformação, Cura
EHWAZ – Cavalo, Força bruta, Instinto
MANAZ – Homem, Posição social, Sociedade
LAGUZ – Intuição, Sentimentos, Inconsciente
INGUZ – O Eu, Sexo, Evolução
DAGAZ – O Dia, Portais, Espelhos
OTHILA – A Tradição, A Família, Ancestralidade

Estes são os princípios básicos de cada runa. Por eles podemos nos nortear numa consulta oracular, feitiços, encantos e demais utilizações mágicas. Mas como eu disse, e repito, são princípios básicos, há muito a se explorar em cada uma das runas. È um caminho imensiso e sem fim para aquele que se dedica completamente a ele.
Bem... Por hoje é só.
Até o próximo texto!!!

Bibliografia consultada:
- FAUR, Mirella. Mistérios Nórdicos: deuses, runas, magias, rituais. Ed. Pensamento, 2007
- PERICO, Wagner. Apostila: "Curso de Runas". Abrawicca-PE, 2009
- DAVIDSON, Hilda R. E. Myths and symbols in pagan Europe.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Caminhando entre as Deusas: A Difícil Jornada

A Grande Mãe é como a maioria de nós do meio pagão, gosta de se referir a Deusa, seja qual for a face com a qual queiramos conectar.

Este é um nome que simboliza o acolhimento e o amor da Deusa para todos nós.

Sua jornada requer sacrifícios. Requer um contínuo esforço de confiar cegamente e pisar em solos que não conseguimos visualizar claramente. Apenas temos vislumbres daquilo que pode ser, nunca veremos por completo até onde a jornada nos levará.

É certo que Ela irá pedir mais do que a confiança cega. Ela vai pedir também que deixemos algo para trás, objetos, pessoas, coisas que não nos servem mais e nos atrapalham no caminho da evolução. Não por serem maléficas, mas porque não possuem mais nada para nos ensinar. Como a descida de Inanna ao submundo, ou o de várias outras Deusas, como vocês bem sabem, iremos ser despojados daquilo que nos é mais caro, daquilo pelo qual muitas vezes achamos que nos dava segurança, apoio, equilíbrio e poder.

Quantos dias a jornada irá durar, é impossível prever. Quando será pedido que abandonemos nossas crenças ou quando seremos testados é uma incógnita que apenas Ela sabe a resposta. Cabe-nos lembrar, o tempo todo, que mesmo parecendo estar só, não estamos.

Ela nos acompanha em cada passo, rindo de nossos medos e nos acolhendo. Encorajando para que possamos seguir em frente. Colocando pequenas ajudas no caminho. Um livro que cai de forma inesperada em nossas mãos. Um amigo que diz o que precisávamos ouvir. Um sorriso de um desconhecido, de uma criança, que nos faz sorrir de volta, que nos faz sentir que ainda existe esperança de dias melhores.

Ontem, em uma palestra, ouvi algo mais ou menos assim (ou assim, eu entendi): que a fonte de energia que representa o sagrado feminino é a fonte de amor. Sendo assim, é aquela que une o caos, que une aquilo que já não faz mais sentido e os transforma fazendo com que possamos ver os fatos sob outro prisma, de um outro ângulo, e lidar com o não sentido de outra maneira.

Por isso, eu creio que o nome dessa jornada deveria ser o Caminho do Amor. Caminhar com a Deusa e para a Deusa é um exercício constante de amor a si mesmo e ao próximo e em última, e constante, instância a Ela. Não é fácil, nem simples, pois muitas vezes teremos que aceitar a raiva, a mágoa, o descaso dos outros para com a gente, vamos ter que aceitar muito mais as falhas e defeitos dos outros, aquilo que eles fizeram conosco que tanto nos machucou, e  notar que tudo foi preciso para o nosso crescimento. Que sem eles e seus defeitos não iriamos nunca evoluir e compreender o quanto podemos ser melhor. É praticamente dar a outra face.  É mesmo sendo "traído", continuar amando. É mesmo tendo seu corpo desnudado e maltratado pelos atos de outra pessoa, continuar amando. Amor e fé. Fé e amor.

Ninguém disse que seria fácil, mas aqueles que ouviram o Seu Chamado e o aceitaram, devem entender e compreender que não será fácil até o dia em que se puder olhar os contra-tempos e reveses como continentes de uma aula, um conceito, que você deve aprender para poder seguir em frente. Então, você acolhe e ama esse revés e vai notar que ele já não irá doer tanto como antes.

Despeço-me hoje com uma música do Raul Seixas, Ave Maria da Rua:

Minha mãe, minha mãe
Me ensina a segurar 
A barra de te amar

Até a semana que vem!





quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Universo Simbólico: Querer é Varrer! - Uma Vassoura, Um Problema e uma Metáfora.



Olá pessoal, bom estar com vocês novamente. Deixo um texto com um simples simbolismo, mas que causa grande ajuda. Espero que gostem.


 Uma vassoura é um instrumento de poder e levando em consideração essa dádiva sabemos também que sua função principal é varrer. É um instrumento que move as coisas, porém ela não faz esta ação sozinha. É necessário que haja uma mão que a movimente e exerça esta ação sobre ela. 

A vassoura por si só não varre o lixo. Esse lixo são todas as coisas negativas do mundo que direta ou indiretamente nos atinge. Essa vassoura é o nosso conhecer, porque conhecer é poder. Conhecer o problema, o empecilho, é uma dádiva que todos nós temos, alguns ativos outros apenas adormecidos. Essa ação de movimento é o nosso querer de mudança seja lá qual for a situação, e não basta apenas possuir a vassoura, o querer é que realmente faz a diferença e assim afastará de si ou do ambiente que se encontra tudo aquilo que não se deseja. O que é bom ou ruim nós temos conhecimento, o que realmente nos falta é o querer.

Muitas pessoas alegam que não fazem essa varredura porque não sabem como, só que não há grandes mistérios que nós não já saibamos. Qualquer movimento que se faça com uma vassoura, seja no chão, seja no ar, o efeito de varrer será executado havendo coisas no espaço visível ou não, então sejamos a mão que move a vassoura, rompendo todas as adversidades do cotidiano, pois serve para todos os seguimentos de nossas vidas. Sabendo varrer pode ser uma forma de dissipar e se livrar do problema, deixando bem claro que não se trata de mover apenas, e sim exterminar aquilo que não se quer para que não mais venha a aparecer diante de si, afinal tudo aquilo que se move com a vassoura vai para o lixo e não volta e o querer e fundamental para tal feito. Uma vassoura sem essa mão por trás é ineficaz por isso, que ela é especial perante outros instrumentos que requerem uma habilidade maior.

Sejamos então mais uma vez essa mão que move a vassoura! Se nos apegarmos simplesmente ao fato de já conhecermos o problema e não existir a vontade de reverter à situação, esse lixo vai se acumular de uma forma tão rápida que afetará não só a você como a que estiver a sua volta. Por exemplo, sua casa: Se não houver uma varredura diária o lixo irá acumular e incomodará a todos. Assim são os sentimentos destrutivos e a negatividade em geral quando não existe o querer de mudança então, é imprescindível que se tenha essa atitude pensando em si e para o bem comum.

Há ainda pessoas que possuem o conhecimento e a querência, (a vassoura e a mão que a move), porém, utilizam da técnica errada. O normal seria dissipar o lixo só que essas pessoas preferem varrer para debaixo do tapete. Isso não seria dissipar e sim camuflar o problema e não deixaria de estar presente. E na maioria dos casos alguém sempre descobre e esse problema volta à tona.
Sem mencionar que nesse período em que o lixo esteve embaixo do tapete, outros resíduos se acumularam e que provavelmente se somará a outros resíduos formando uma imensa bola de negatividade, um ciclo vicioso.

As pessoas preferem camuflar sentimentos, relevar atitudes e acabam acumulando esses tipos de pensamentos que se somam a outros nesse ciclo, desviando-as do equilíbrio natural. Nada é tão fácil, é verdade, leva tempo, embora varrer seja uma atividade rápida a depender da quantidade de resíduos e do ambiente, pode se tornar exaustivo, daí o hábito de varrer para debaixo do tapete, ou seja, dá trabalho, por menor que seja o terreno. Mudar dá trabalho e as pessoas têm uma certa preguiça e é isso que as fazem ficar estagnadas na negatividade. Talvez quando trabalho passar a ser sinônimo de moleza as pessoas nos mostrarão esforço para ter a ação da mudança, do contrário continuarão no ciclo vicioso. E assim como dizem que conhecimento é poder, eu digo: Querer é varrer!


A Todos,
Pax, Lux et Nox


NT.: Metáfora de Rhaziel - O Ser do Escuro

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Filosofia Oculta: Sobre o uso de drogas na magia

Sou contra o uso de qualquer substância psicoativa de forma desmedida, pelo mesmo motivo de objetos e símbolos mágicos. Apesar de serem absurdamente úteis, são nada mais, nada menos que ferramentas, e o uso a longo prazo pode gerar dependência, dependência esta que regride a capacidade mental natural do magista. 

Não invalido o uso quando se é realmente necessário, mas não vamos cair na desatenção de começar a crer que efeitos mágicos simples venham a depender de ferramentas que provavelmente nem sempre estarão lá. 

A magia, no ponto de vista do sistema o qual sigo, é erroneamente tratada quando limitada a sensação (limite do psicoativo), desprezando o elemento racional (vontade). Por isso observo que há cada vez mais magistas dependentes de entidades, símbolos ou estados cósmicos adequados. 

Quando o uso de ferramentas constitui um vício, aos poucos o magista que caminha na forma do homem maior (Homo Magnos) passa a estagnar ou a regredir para o estado comum ou do homem médio, uma vez que os vícios afastam o mago de seu lado ascendente ou humano, e o direcionam para o seu lado descendente ou animal. Quando somos dominados pelo lado animalesco (nada contra o xamanismo) regressamos, nos tornamos mais vulneráveis e menos magos. 

Uma vez identificado o uso inconsequente de ferramentas como elemento regressivo, e que o regresso nos leva a nossa bestialidade, nosso animal que naturalmente faz parte de nós deve ser domado e transmutado, e não alimentado como há muito se tem feito. 

A transformação do animal por consequência irá se desfazer dos estados de hibridismo, nos elevando a maior pureza. 

Lord Vincus.

 
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