quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Caminhando entre as Deusas: Branwen (Parte 2)

Recado da autora: Para ler o início desta história, clique aqui.

Branwen, mesmo estando em uma terra distante e com seus compatriotas presos, não desistiu. Ela treinou um pássaro para que este levasse um recado para seu irmão Bran, o rei da Gália. Enquanto treinava o pássaro, Branwen fazia as atividades que o rei exigia dela e nesse ínterim teve um filho, que também passou a ser maltratado pelos habitantes do reino, ficou conhecido por ser o filho da rameira galesa.

Quando este recebeu a notícia de que sua querida irmã estava sendo maltratada na corte do rei Irlandês, correu logo a preparar uma missava para busca-la.

Bran era muito alto e muito grande, pelo que reza a lenda, e por conta de sua pressa não teve a paciência necessária para esperar sua frota. Então, colocou a frota em suas costas e partiu  a nada para o reino irlandês.

Os Irlandeses começaram a notar de longe algo estranho se movendo, parecia o cume de uma floresta e ficaram a olhar atentamente para ver se conseguiam identificar o que era aquilo que vinha em direção as suas terras.

Branwen quando viu a movimentação entendeu logo o que estava acontecendo e avisou a seu "querido" marido que era o seu amado irmão que estava vindo resgata-la. Matholwch estremeceu dos pés a cabeça e mandou uma comitiva de paz ir receber o rei Galês, lhe dizendo que ele era bem vindo nas terras de seu sobrinho, pois como ardil para diminuir a fúria de Bran, o rei abdicou da sua coroa em favor de seu filho com Branwen.

Bran não quis saber e disse que não lhe interessava saber quem era o rei. Ele havia vindo para resgatar sua irmã e tornar-se rei daquelas terra também. Não abriria mão por conta de seu sobrinho.

Quando Matholwch soube que mesmo com seu ardil a fúria de Bran não  havia cessado, mandou que se preparasse um magnífico banquete e que abrissem espaço em seu castelo para que o rei Galês pudesse entrar, em contrapartida, ordenou aos seus soldados que se escondessem em sacos de grão e ficassem posicionados em várias posições altas do castelo, para que quando o outro rei chegasse, eles o atacassem, matando-o de uma vez por todas.

Bran ficou satisfeito ao saber do suntuoso banquete que o rei Irlandês preparava em sua honra, contudo, seu irmão, Evnissyen, que estava louco e sedento por sangue e batalha, desconfiou do ardil logo que pôs os seus pés no salão e perguntou ao rei irlandês que especie de coisas havia dentro dos sacos. Matholwch lhe disse que era farinha ensacada, que ele havia pendurado para não empedrar e para certificar-se Evnissyen foi até um dos sacos e começou a apertar como se espreme um limão.  Um gemido e um gosma vermelha começou a pingar do saco.

O irmão louco de Branwen disse ao rei que com certeza sua farinha não estava boa e precipitou-se para o rei. Neste momento, Bran também ia chegando o que fez com que o rei Irlandês lhe desse as boas vindas e mandasse trazer seu filho e sua esposa para mostrar aos seus irmãos como ela estava feliz e satisfeita. Todos os galeses cumprimentaram Branwen e seu filho de forma respeitosa e amável. Até chegar a vez de Evnissyen, que louco como estava não teve dúvidas, agarrou a criança e jogou-a no fogo da lareira do salão. 


Referências:

PIETRO, C.; Todas as Deusas do Mundo: rituais wiccanianos para celebrar a Deusa em suas diferentes faces. 2ª ed. - São Paulo: Gaia, 2003 (Coleção Gaia Além da Lenda) 


FRANCHINI, A. S.; As melhores histórias da mitologia Celta. Porto Alegre, RS: Artes e Ofícios, 2011.

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