Mais uma vez o debate sobre a questão da intolerância religiosa nas escolas toma conta da atualidade, após o caso ocorrido no estado do Amazonas. Um grupo de 13 alunos evangélicos do ensino médio da escola estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, em Manaus, se recusaram a fazer um trabalho sobre a cultura afro-brasileira.
Os estudantes se negaram a participar do projeto intitulado "Preservação da Identidade Étnico-Cultural brasileira", por entenderem que o trabalho faz apologia ao "satanismo e ao homossexualismo", proposta contrária as suas crenças.
Orientados pelos pastores e pelos pais, estes realizaram um projeto sobre as missões da igreja evangélica na África, que foi rejeitado pela escola. Após isso, os alunos acamparam em frente ao colégio, protestando contra o trabalho de cultura africana, atitude que foi considerada um ato de intolerância étnica e religiosa. Pequenos casos como esse já aconteceram, onde estes alunos se recusaram a ler obras como O Guarany, Macunaíma, Casa Grande Senzala por alegarem que estes falam sobre o homossexualismo, declarou o professor Raimundo Cardoso.
“O que tem de errado no projeto são as outras religiões, principalmente o Candomblé e o Espiritismo, e o homossexualismo, que está nas obras literárias. Nós fizemos um projeto baseado na Bíblia”, alegou uma das alunas.
O ocorrido foi levado a Câmara Municipal de Manaus (CMM) essa semana e dividiu opiniões. Será feita uma audiência pública, proposta pela vereadora Lucia Antony (PCdoB), para se discutir o papel das escolas no combate à questão da intolerância religiosa e étnica em Manaus. A audiência contará com a presença do Ministério Público Estadual, da Comissão de Educação da Câmara, das secretarias estadual e municipal de Educação e representantes de igrejas evangélicas e das religiões de matriz afro-brasileira.
Texto de Douglas Phoenix
Fonte consultada: acritica.com
Fonte consultada: acritica.com
0 comentários:
Postar um comentário