Olá
pessoal, inicio este nosso encontro desejando um ótimo Beltane (HN), e um
transformador Samhain (HS) para todos os que nos acompanham. E neste clima de
recomeço proporcionado pelo maior dos oito festivais da Bruxaria entraremos em
foco neste momento com esses poderes de transformação, onde reciclar nossas
energias, estabelecer nossos objetivos e fazer uma retrospectiva de tudo que
nos aconteceu no Giro que se passou é sem dúvida fundamental. Na companhia da
Deusa Anciã nos livraremos daquilo que não nos servem mais para que o novo
possa adentrar em nossas vidas.
Este
período como sendo a última das colheitas, nos trás como símbolo a foice que
muita das vezes é representada em lâminas Divinatórias como, por exemplo, no
Tarot Cigano (Lâmina X), onde representa a destruição do tempo e a morte,
o desprendimento e as transformações bruscas que merecem sacrifícios. Até
meados do Século XV a Alfanje era vista mais sendo empunhada por um esqueleto e
esta ferramenta possuía um cabo e lamina longa, que representava o poder da
morte e como ela, a igualitária dos seres na Terra. Após este período a
ferramenta ainda possuía uma longa lâmina, mas seu cabo já se tornou de curto
alcance, o que nos dias de hoje conhecemos como foice. Encontramos também todo
o simbolismo da morte de Urano (céus) por Cronos (tempo), que corta suas genitais
e assim mostra a soberania do tempo sobre o que é vivente. A Divindade Saturno,
equivalência Romana de Cronos, com a foice nas mãos corta o tempo assim como o
agricultor em suas colheitas decepa o trigo no campo. A foice de ouro atribuída
ao povo Celta nas colheitas do Visco também é mais uma forma de entendermos que
mesmo aquilo que é sagrado é necessário ser selecionado em partes e dosado para
que a essência pura seja aproveitada.
É
importante que tenhamos a consciência de que este é um momento de introspecção
e que desta forma possamos rever nossos feitos e contabilizar aquilo que
perdemos, os nossos ganhos, e assim traçarmos metas para nosso incerto futuro,
porém o que mais precisamos antes mesmos de iniciar tais pensamentos é nos
permitir que a mudança adentre em nosso caminho. Desejamos largar vícios,
conquistar projetos, arranjar um amor, sermos mais prósperos e possuir uma vida
financeira mais estável, etc. Mas o que poderemos conquistar sem que nosso
esforço e coração estejam empregados ou que poderemos mudar sem que nós mesmos
tenhamos concedido executar? A resposta a estas perguntas estão em nosso
interior e vale a pena busca-las, e após isso definir aquilo que tanto
almejamos. A Mudança não é uma tarefa que se realiza num piscar de olhos, mas
podemos com determinação e intuito de se permitir mudar, segurarmos
a foice dos corajosos e tornar por igual aquilo que nos cerca.
Então
aproveitem a lua minguante e queimem no caldeirão tudo o que não faz parte de
sua essência. O cabo da foice dos corajosos não possui distinção de cor e não
há nada que sua lâmina afiada não corte. Uma vassoura sozinha não varre os
males, para isso é necessário que haja uma mão forte ligada a um corpo
com mente saudável e obstinada. Sendo assim análogo a vassoura temos que ter
essa mão determinada para empunhar esta ferramenta que não somente distancia e
equilibra nossos males, mas que também nos da a força e domínio sobre as ações
de nossas próprias vidas.
A
Todos,
Pax,
Lux et Nox!
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