sábado, 22 de dezembro de 2012

Deuses do Sol



Os Deuses do Sol regem a luz e a energia solar. Como os Deuses do Céu, seu domínio é o firmamento celeste. Algumas dessas divindades podem até ser confundidas ou relacionadas ao céu, mas apesar de habitarem as alturas da abóbada celeste, seu papel está para além disto. Sua principal fonte de poder é o fogo, fogo este que emana das forças primordiais que sustentam o universo, geralmente personificados na figura das divindades paternas destas deidades. Já que compartilham o reino do céu com as deidades da lua, seu tempo de influência limita-se às horas do dia, sendo os dias de sol forte e nas horas em que o sol se encontra em seus pontos mais significantes no seu périplo celeste os momentos mais propícios para se invocar e conectar com eles.

São, contudo, mais acessíveis ao amanhecer, entardecer e meio-dia. Associados a eles estão as carruagens (às vezes chispantes), puxadas por cavalos ou cisnes, o gavião, a fênix, o arco e flecha, música, poesia, as artes, coroas e anéis de ouro. Os Deuses do Sol mais proeminentes sãoApoloLughBaldurHélioMardukMithra e Vishnu.

São racionais, inteligentes, brilhantes, atraentes, geralmente o filho predileto do grande Deus do Céu. Têm uma dose considerável de narcisismo, no entanto são ligados à honra, ao comprometimento e a excelência. Eram invocados, por exemplo, para selar pactos, pois viam tudo e eram os mais honrados dos Deuses quando se buscava um para servir de testemunha para acordos, o que faz com que muitos destes, também, fossem Deuses legisladores ou ligado às regras, como o mesopotâmico Shamash, responsável pela justiça e pelas contendas a serem resolvidas, e o romano Hélio, que acompanhado de sua irmã, Aurora, eram os primeiros a se levantar, sendo ele responsável, por exemplo, pela descoberta das traições cometidas por Afrodite contra seu marido, Hefesto.

Com a luz, eles viam tudo, e por isso eram invocados em situações de dúvidas ou quando se precisava de esclarecimentos, pois corroboraria o que havia sido cometido por ambas as partes, num período em que a palavra de uma pessoa era levada muito em conta, principalmente entre homens. São imparciais, fortes, e por não fazer distinção a ninguém que se coloca sob seus poderes, por vezes eram hostis.

São os fertilizadores da terra, encontrando na simbologia dos raios solares um símbolo masculino por excelência, então a grande importância para todas as sociedades que logo conheceram e se sedentarizaram através da agricultura, ao passo que povos que não dependiam diretamente desta atividade ou a desenvolveram de forma tardia, como Celtas Gaélicos, tinham, a princípio, uma Deusa ligada ao Sol, a saber, Grian.

O movimento do astro foi o que influenciou, por exemplo, as formas de se traçar um círculo mágico, seja ele de forma “horária”, ou deosil, ou de forma anti-horária,widdershins. Princípios rituais como estes, remanescentes dos antigos ritos solares, foi o que sobreviveu entre as práticas de magia popular dos povos indo-europeus e chegou até o movimento atual do neo-paganismo, na Wicca. Eles são também senhores do tempo, a posteriori, quando começarem a se aplicar nas sociedades os calendários solares.

Na roda do ano, ele é o elemento preponderante dos cultos, já que se celebra o posicionamento, o nascimento, a força e o declínio da figura da qual se dependia todo uma cultura, e na mente destes povos, o desagrado à esta divindade, e bem como o não retorno dela aos céus seria letal para o povo que sofria com o as privações do inverno. Era comum que fogueiras e oferendas propiciatórias fossem feitas, com o intuito de fazer com que o Deus Sol retornasse, aquecendo e trazendo vida aos seus filhos.

Texto de Paulo Fernandes
Postado originalmente em: Além do Falo

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