sexta-feira, 23 de abril de 2010

Apresentador de TV pode ser executado por “Bruxaria”


Parece algo da distante Idade Média, um daqueles episódios que se leem em livros de história – mas está previsto para ocorrer em pleno século 21. Condenado por “bruxaria”, um apresentador de TV libanês pode ser decapitado este ano, na Arábia Saudita, em um caso que expõe o abismo cultural entre o Ocidente e o Islã.

A informação sobre a execução foi dada por May al-Khansa, advogada do réu, Ali Hussain Sibat, com base em fontes judiciais. Oficialmente, as autoridades sauditas não confirmaram a data. A advogada também disse que fez um apelo ao primeiro-ministro do Líbano, Saad al-Hariri, e ao presidente do país, Michel Suleiman, para que interviessem e tentassem impedir a execução. Um pedido semelhante foi feito ao rei da Arábia Saudita, Abdullah, pela organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional.

Ele foi preso em 2008 na Arábia Saudita pela polícia religiosa e condenado à morte no ano seguinte, acusado de feitiçaria. Sibat, que lia a mente do público em um programa de TV no Líbano, pode ser decapitado nesta semana. A defesa pediu que líderes libaneses e sauditas intercedam para poupar sua vida.

Até dois anos atrás, Sibat, 49 anos, era o apresentador de um popular programa de auditório da televisão libanesa, transmitido pelo canal a cabo Sheherazade. No show, dava conselhos à audiência e também fazia previsões sobre o futuro – base da acusação que o levou a ser sentenciado à pena de morte. Em maio de 2008, ele viajou para a Arábia Saudita, o berço do islamismo, com o objetivo de participar da Umra, uma peregrinação religiosa. Acabou sendo preso pela temida Polícia Religiosa do país, a Mutawa’een – que, entre outras tarefas, impede, por exemplo, que as mulheres saiam à rua com roupas consideradas inadequadas e desacompanhadas de um parente. Em novembro do ano passado, o apresentador foi considerado culpado por um tribunal da cidade sagrada de Medina e condenado à morte.

Tribunal de Medina confirmou sentença inicial.

O libanês, pai de cinco filhos, recorreu então à Corte de Apelações de Meca, alegando que o veredicto inicial havia sido “prematuro”. Após analisar o caso, o tribunal de recursos decidiu devolver o processo à primeira instância, afirmando que as acusações contra Sibat precisavam ser melhor examinadas e que deveria ser dada a ele a chance de se “arrepender do erro”. O tribunal de Medina, porém, acabou confirmando a sentença inicial.

'Foi um choque para todos nós', disse, no Líbano, Samira Rahmoon, mulher de Sibat. 'Estamos morrendo uma morte lenta.' Dezenas de pessoas são condenadas por feitiçaria todos os anos pela rigorosa lei islâmica adotada na Arábia Saudita, o que levanta protestos de grupos de defesa dos direitos humanos.

Fonte: Zero Hora e Globo.com


- Douglas Phoenix -

2 comentários:

betoquintas disse...

pelo que o blog wild hunt noticia, a sentença contra Ali Sabat foi suspensa.

Unknown disse...

Obrigado pela informação, procurarei verificar e qualquer coisa posto no blog.

 
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