Existem
muitas idéias sobre qual a melhor forma de se ascender a plena consciência,
encontrar a mente primaria ou ainda a total compreensão, dentro dessas
correntes muitos aspectos são difundidos e por muitas vezes pouco ou nada
questionados, quando o fato maior é que
se nem bolo, se seguirmos integralmente a receita, sem acrescer de quaisquer
toque pessoal, fica bem feito, quiçá a nossa própria lenda poderá ser
preenchida pelo texto de outro.
Viver
imbuindo-se de chavões e condições mais hipotéticas do que fatídicas não lhe
propiciará grandiosos frutos. Pensar em signos, nomes e influencias
planetárias, não te fará ter real domínio de si. Tomar sua razão de ser como
pré-definida por um mapa astral e se obrigar aqueles padrões não é ser
controlador de suas vontades e sim ser controlado por rascunhos e rabiscos
sobre parábolas planetárias. Pensar que todas as conseqüências de sua
infelicidade se justificam na má organização numérica de seu nome é atestar-se
incompetente e inábil de construir ou
mudar sua realidade. Supor que rituais só podem ser executados as terças de tal
dia do mês sobre a influencia de tal hora é como declarar que sua condição
criativa como um todo e sua condição de reflexo divino é limitada e parca
demais para gerar aquela energia ou manipulá-la de acordo com suas necessidades
e, ainda pior, é supor que o tempo da vida, espera os caprichos da semana.
O verdadeiro
caminho tem que ser escrito um passo de cada vez e com um outro nível de
atenção tal que os detalhes não passem despercebidos. De nada adiantaria saber
do futuro se não pudéssemos alterá-lo, de nada serviria entender a teia do
destino se ela não pudesse ser reescrita. Não haveria razão para buscarmos a
iluminação se ela não pudesse ser alcançada em qualquer vida e momento e não
seria ela algo tão grandioso se estivesse limitada a nomes, apelidos e horas
quiçá a qualquer parafernália que se compra industrialmente em lojinhas de
umbanda.
É obvio que
os escritos e as tradições tem sim seu valor, mas se o buscador não gastar um
bom tempo interpretando e buscando a verdadeira compreensão sobre tais assuntos
ele se tornará somente mais um religioso cego. Um alguém que esta diante da
paisagem e não consegue apreciá-la por que pouco antes decidiu jogar seus olhos
fora. Ele se achará dono de si, quando na realidade continua sendo manipulado,
só que agora pela ilusão de ter vida.
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