No mês passado, sete mulheres foram queimadas vivas na região de Kigoma. Cinco delas tinham mais de 60 anos. Elas foram atacadas por um grupo de homens armados que as agrediram e depois as queimaram. Há registros de casos que incluem decapitações e esquartejamentos.
As denúncias sobre o aumento de assassinatos dos acusados de bruxaria já chegaram até as Nações Unidas. Em 2012, foram 630. Crescendo para 765 em 2013. Cerca de dois terços são mulheres. Para Maia Green, antropóloga da Universidade de Massachusetts, que fez sua tese de doutorado sobre a situação na Tanzânia, a origem da perseguição está no ensinamento de cristãos e muçulmanos, as religiões mais numerosas do país. Ambas associam a prática da bruxaria com a adoração a espíritos malignos (demônios).
Sobretudo na zona rural, toda vez que acontece algo inexplicável (doenças, acidentes, secas ou safra ruim) a culpa recais sobre as pessoas que reconhecidamente realizam rituais. Muitos são curandeiros e acabam sendo perseguidos pelos moradores que em algum momento já recorreram a seus serviços.
O problema é antigo. O governo aprovou uma Lei de Bruxaria em 1982, na tentativa de evitar a perseguição e morte dos seus praticantes. Porém, muitos especialistas afirmam que isso só reforçou a ideia de que a bruxaria é “indesejável”, sendo necessário “castigar quem a pratica”.
Fonte: Conexão Penedo
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