Essa é a história da criação de um povo.
Estsanatlehin estava sobre o solo, debaixo de uma montanha, quando foi encontrada pela Deusa Atse Estsa. Ela era filha da Escuridão e da Aurora. Estava em um lençol de nuvens e arco-íris, sendo protegida pelos relâmpagos e raios do sol. Assim a Deusa ancestral encontrou-a e ao olhar para ela, resolveu educá-la para ser a salvadora da terra.
Ao tornar-se jovem começou a encontrar-se com um jovem homem que via todo dia e ia com ele fazer amor na floresta. Um belo dia, seus pais a seguiram e descobriram que o seu amante era o Deus Sol. Sentiram-se honrados com essa dádiva.
Estsanathehin engravidou e teve dois filhos gêmeos cuja missão era matar os monstros que existiam no mundo. Com oito dias de nascidos os gêmeos já eram homens feitos e partiram em busca de encontrar o seu pai. Para surpresa deles, ao chegar na casa do Deus Sol encontraram-no com outra mulher.
Decepcionados com seu pai, foram embora para realizar sua missão. Utilizarando uma arma do Deus Sol exterminaram vários monstros. E ao voltar para casa, os Gêmeos e Estsanathehin dançaram em torno da fogueira para comemorar as vitórias obtidas sobre os monstros. Em seguida os Gêmeos construíram uma casa feita de pedras turquesas no fim do céu, assim o seu pai poderia novamente visitar Estsanathehin.
A guerra travada entre os Gêmeos e os monstros da terra, ocasionou a morte de muitos dos habitantes da terra. Estsanathehin ficou compadecida e resolveu limpar a poeira dos seus seios: do pó branco que saiu do seio direito e da farinha amarela que caiu do seio esquerdo, ela construiu uma pasta e moldou um homem e uma mulher; colocou-os sob uma manta mágica e no outro dia eles estavam vivos. A Deusa os abençoou e disse para que eles repovoassem a terra. Nos quatro dias seguintes, o casal reproduziu diversas vezes, formando os quatro grandes clãs dos Navajos. A Deusa ainda criou mais quatro grupo de pessoas com o pó de seus mamilos. Depois disso, ela retirou-se para a sua nova morada, construída por seus filhos. De lá ela observa o seu povo e os abençoa até hoje.
Para que seu povo pudesse agraciar as benções oferecidas, Estsanathehin permitiu que quatro monstros sobrevissem: a idade, o Inverno, a miséria e a fome.
Seu nome significa "aquela que auto se renova". Ela personifica a Terra e seus ciclos. Também pode ser chamada de Mulher Turquesa, pois dizem que seu corpo era feito de pedras turquesas, assim como o seu castelo; ou Mulher da Concha Branca, quando está em seus aspecto Jovem.
Essa é a história da criação de um povo. Essa é a história dos ciclos da terra e de uma mulher. Essa é a história da criação de cada um de nós.
Beijocas estaladas no coração de todos.
Bibliografia Consultada:
DONATELLI, M. (coord.); O livro das Deusas – Grupo Rodas da Lua. São Paulo: Publifolha, 2005, 95p.
MARASHINSKY, A. S.; O oráculo da Deusa: um novo método de adivinhação. São Paulo: Pensamento, 2007, 200p.
PRIETO, C.; Todas as Deusas do mundo: rituais wiccanos para celebrar a Deusa em suas diferentes faces. 2° Ed., São Paulo: Gaia, 2003, 346p. (Coleção Gaia Alémdalenda)
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