segunda-feira, 15 de março de 2010

Magia Negra



Texto de Anderson Enigma


Certamente, o pensamento de conjurar algo remotamente negro vai contra tudo que nos foi dito ser seguro, são e santificado.

O escuro, o negro são sempre associados ao mal e ao nefasto. Muito disso é resultado de uma má compreensão da natureza do cosmos, o qual é percebido como dual, uma luta eterna entre o bem e o mal irreconciliáveis. Em verdade, o cosmos deveria ser percebido como o yin yang, opostos complementares.

De acordo com a física moderna, o universo é composto, na sua maior parte, de matéria e/ou energia negra, um campo que não somente permeia toda a criação, como também é responsável, em parte, por nossa própria existência. Essa energia negra nasceu por ocasião do Big Bang e pode ser, fundamentada em argumentos, denominada a força que mantém o universo em expansão.

Essa matéria negra que se vê no céu a noite não é bloqueada pela atmosfera superior (esse é o motivo pelo qual a noite aqui embaixo parece quase excessivamente sentimental!!!).

E, em parte, visto que a matéria negra permeia toda a criação, ela leva consigo as energias da mágicka – uma ligação oculta com os poderes divinos da criação.

Alguns entre nós, no sentido mais amplo que essas palavras possam ter, temos uma ligação natural com o lado negro, sombrio da magia.

Luz e trevas nada tem haver com bem e mal, com mocinhos e bandidos; um exemplo disso é observar o “real papel” de Hades na mitologia.

Ele não aparece como vilão, porém, como promotor e provedor da ordem; outro exemplo ainda é fazer um feitiço de amor desejando uma pessoa em particular.

Com exemplos como esses é correto afirmar que uma pessoa fazendo um ritual de necromancia para adivinhação ou usar o poder de destruição da morte para romper os obstáculos no amor, não estaria fazendo mal a si nem a outrem.

Como é de praxe, a magia das trevas usa elementos “tópicos” e/ou associados ao mal.

Caveiras, velas negras, pedras negras, sigilos, e afins, são elementos muito usados para acessar essas forças e uma das forças mais poderosas existentes, a força da mente ou da mente inconsciente.

Durante séculos e milênios, houve e ainda há um jeito diferente, porém não oposto, de cultuar e usar os poderes das trevas.

Vemos na Índia o culto milenar à Shiva, deus da destruição, associado a cemitérios e crematórios; à Emma-Daí-Ô, um deus japonês budista que governa o mundo dos mortos e julga as almas segundo a lei de Buda; à Anúbis, deus egípcio dos mortos e embalsamento.

Isso pra listar e provar que algumas as civilizações mais antigas do mundo já compreendiam o valor igualitário dessa força.

Na mitologia grega, a mais conhecida no nosso meio, vemos o Caos como agente primeiro de toda criação.

A vida vem da escuridão, é iniciada na escuridão e à escuridão deve retornar, ao ventre negro da terra.

É sobre esses conceitos que muitos se firmam e contribuem até os dias atuais, para um modo de magia chamado magia das trevas.

(Há também os tolos e ignorantes que acham que sair por aí vestidos de preto, com pentagramas e cruzes enormes e outros símbolos bizarros que só eles sabem o que significa, podem ser chamados de magos das trevas!)

GENTE LOUCA ESSA!!!

Entre outras, podemos citar algumas atividades negras isoladas de um mago das trevas:

*Esconder a mente e a aura;

*Criar formas-pensamento para ataque e defesa;

*Comunicação com espíritos e entidades;

*E porque não, adentrar as fronteiras do submundo.

Vou explicar cada um dos itens citados para esclarecer e destruir dúvidas aqui...

Alguns magos das trevas usam uma técnica chamada esconder a mente, para evitar que outros possam detectar suas atividades psíquicas assim como suas auras.

Essa técnica é muito usada quando um magista usa sua magia e não pretende que os outros saibam, através de oráculos e outros meios, que foi ele o responsável pelo ato.

Também fazem uma coisa magnífica que é a criação de formas-pensamento.

Seres limitados no pensar, porém, com um poder de ação grandioso, que agem de acordo com a vontade de seus criadores. São usados para defesa tanto quanto para o ataque, posto que em algum momento, cansamos de ficar só na defensiva e algo precisa ser feito para a situação ter um fim.

A comunicação com espíritos e entidades do pós-morte recebe o nome de necromancia.

Os espíritos e entidades desse plano são as “ferramentas” principais de um mago das trevas.

Através deles, o magista negro obtém, na maior parte das vezes, o que sua vontade almeja.

Claro que o contato excessivo com a morte pode atrair para o mago, parasitas indesejáveis como larvas, íncubos, súcubos e outros vizinhos que ninguém gosta de ter por perto!

Bom, são nessas horas que os exorcismos são bem-vindos!

E por ultimo e não menos importante, um mago das trevas deve saber por abaixo e adentrar os portões do submundo; claro que isso não é uma coisa fácil de realizar, posto que não são todos que entram e saem do mundo dos mortos ou isso viraria um inferno! Sem trocadilhos!

Novamente, tudo isso são elementos psicodramáticos para acessar essas forças que ainda que um poder divino nunca os tenha criado, os humanos deram energia suficiente, através das eras, para criar suas egrégoras e formas-pensamento.

Também vale salientar que as energias que um magista das trevas usa, são densas o suficiente para deixar de lado os curiosos e acolher os realmente interessados.

Vale lembrar também que a curiosidade MATOU o gato!

Também é bom constar nos altos que, um desavisado que se atreve a ir ao abismo (mundo dos mortos, submundo) despreparado, corre o risco de quando voltar, trazer consigo seres que serão um tormento literal em sua vida, isso se tiverem a sorte de voltar...



- Douglas Phoenix -

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