quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tsuki-no-Usagi, o Coelho da Lua


O Coelho da Lua é um coelho que vive na lua (obviamente) não só no folclore oriental, como também no resto do mundo. Sua lenda se repete em diversas civilizações, da cultura maia e asteca à chinesa e japonesa. Este mito é baseado nas imagens que as sombras das crateras da lua formam, que lembram um coelho. Suas histórias variam conforme a cultura, no entanto, todos enxergam a mesma coisa: um coelho na lua.

Para os chineses, o Coelho da Lua, também chamado de Coelho de Jade, é o companheiro de Chang’e, a deusa lunar. Ele é visto macerando ervas medicinais em um pilão, fazendo o elixir da longa vida para os imortais. A primeira referência que temos de sua lenda na China é na famigerada história da “Jornada ao Oeste”. Provavelmente vocês nunca ouviram falar dela, mas certamente já viram a outra história que foi inspirada naquela: Dragon Ball.

Para os japoneses, o Coelho da Lua está moendo o mochi-gome em um pilão, um tipo de arroz glutinoso, para fazer o famoso bolinho mochi, consumido nos festivais, nas celebrações de ano novo, e dado em oferenda aos kamis no altar xintoísta. Por sinal, o processo de fabricação tradicional do mochi, que consiste em moer o arroz no pilão, chama-se “mochi-tsuki”, que se escreve com outros kanji, mas cuja pronúncia também pode significar “mochi da lua” e se assemelha com “mochizuki”, que significa lua cheia (lua em japonês é “tsuki”, que quando usada em sufixo recebe os tenten – os “tracinhos” em cima do kana [as sílabas dos alfabetos hiragana e katakana] – e tem sua pronúncia modificada para “zuki”). Vale lembrar que os mochi são bolinhos brancos e redondos, como a lua cheia.

Além disso, há uma história budista do Śaśajâtaka, ou “Contos do Jataka”, que conta que um macaco, uma lontra, um chacal e um coelho resolveram praticar a caridade num dia de lua cheia. Quando um velho homem pediu por comida, o macaco pegou algumas frutas de uma árvore, a lontra pescou um peixe e o chacal roubou um pote de coalhada. O coelho, por sua vez, ofereceu a sua própria carne, atirando-se na fogueira que o homem havia feito. No entanto, fogo não o queimou. O velho revelou ser Sakra, um deva, e devido à grande virtude do coelho, desenhou a sua imagem na lua, para que todos a vissem.

Uma versão japonesa dessa história foi publicada no período Heian sob o título Konjaku Monogatarishuu, ou “Antologia de Contos do Passado”, que contém várias histórias da China, da Índia e do Japão. Nessa versão, o coelho aparece acompanhado tão somente do macaco e de uma raposa.
 
Da próxima vez que a lua cheia aparecer no céu, reserve um tempo para observá-la e conte quantos coelhos da lua é possível enxergar em suas sombras.

[Fonte: Aoi Kuwan]

0 comentários:

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Hostgator Discount Code
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...